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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Peregrinação de Israel no Deserto até o Sinai - Lição 06 – 1º. Tri EBD CPAD - 09.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 19.1-6; Números 11.1-3     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.  Analisar a peregrinação de Israel pelo deserto.
2. Saber como foi a chegada e a permanência no monte Sinai.
3. Conscientizar-se de que a idolatria é pecado. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Apesar das muitas rebeliões dos filhos de Israel até o Sinai, como a de Mara, a de Sim e de Refidim – esquecendo-se de como Deus havia mostrado o seu poder, abrindo inclusive o Mar Vermelho, fazendo chover cordonizes e dando-lhes o maná e tirando água da pederneria fazendo correr rios no deserto e manancial em terra seca;
foi a rebelião de Cades-barnéia, quando 10 dos 12 espias inflamaram a terra, semearam desânimo entre o povo, tentaram formar uma nova liderança para retornar ao Egito afirmando que não tinham condições de conquistar aquela terra, que o Senhor mudou o curso da história de Israel no deserto e disse ao povo:
“Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento. Eu, o Senhor, falei. E assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão: (Nm 14.34,35).

 III – DESENVOLVIMENTO
1. Israel peregrina no deserto – Do Mar Vermelho, as hostes de Israel puseram-se outra vez a caminhar, guiados pela coluna de nuvem durante o dia e  pela coluna de fogo durante a noite, a fim de que pudessem viajar de dia e de noite. Mas, durante três dias, enquanto caminhavam, não puderam achar água, o suprimento que tinham trazido consigo do Egito estava esgotado.
Nada havia para lhes acalmar a sede ardente, enquanto vangueavam fatidicamente pelas planícies queimadas do sol. Moisés, que era familiarizado com aquela região, sabia o que os outros ignoravam, ou seja, que em Mara, a mais próxima estação onde se poderia encontrar fontes, as águas eram impróprias para o consumo.
Observava atentamente a nuvem que os guiava. Com o coração a abater-se, ouviu uma alegre aclamação: “Água! Água! Esse clamor repercutiu ao longo de todo o séquito; homens, mulheres e crianças em alegre precipitação apinharam-se junto à fonte, quando de repente irrompe do meio da hoste um grito de angústia – a  água é amarga!
Em seu desespero sensuraram a Moisés por tê-los guiado por aquele caminho, não se lembrando de que a presença divina na nuvem era quem os estivera guiando até aquele lugar. Em sua angústia Moisés fervorosamente orou ao Senhor pedindo o seu auxílio. “E o Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas e as águas se tornaram doces” (Ex 15.25).
Ali em Mara, o Senhor lhes deu estatutos e uma  ordenação e ali os provou. “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares o teu ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Ex 15.26).
De Mara o povo caminhou em direção a Elim, onde encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras”. E permaneceram ali vários dias antes de entrarem no deserto de Sim. Quando fez um mês que haviam partido do Egito, os filhos de Israel fizeram o seu primeiro acampamento no deserto, e ali os suprimentos de provisões que trouxera do Egito começaram a escassear.
A erva do deserto era insuficiente para alimentar os seus rebanhos. Como suprir o alimento para aquela vasta multidão? Dúvidas, enchiam-lhes o coração, e novamente uniram-se em queixas contra Moisés.
Mesmo os príncipes e anciãos do povo se uniram em queixas contra Moisés e Arão, a quem Deus os tinha designado para os guiar pelo deserto. “Quem dera que nós morressemos por mão do Senhor em terras do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Por que nos tendes tirado para esse deserto para matardes de fome a toda esta multidão?” (Ex 16.3)
Mesmo diante desse novo contexto de murmuração, mais uma vez, o povo de Israel experimentou a providência divina “Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá  cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se andam na minha lei ou não.
E acontecerá ao sexto dia, que prepararão o que colheram, e será o dobro do que colhem cada dia. Então disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito, e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; porque quem somos nós para que murmureis contra nós?
Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde, vos der carne para comer e, pela manhã, pão a fartar, porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações com que murmurais contra ele (por que quem somos nós?) As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor” (Ex 16.4-8).
De Sim os israelitas acamparam-se em Refidim onde novamente murmuraram, pois ali não havia água para o povo beber (Ex 17.1-7) – Mas Deus fez jorrar água da rocha e mais uma vez o povo pôde ver entre eles a forte presença e provisão de Deus.
Observa-se que Deus fez seu povo passar por três situações – três longos testes que merecem nossa atenção: tempo, fome e sede. Do Mar Vermelho até Mara se passaram três dias para que encontrassem as águas amargas de Mara – teste de tempo. No deserto de Sim passaram o teste de fome e em Redifim outra vez não havia água para beberem – o teste da sede.
2. Israel no Monte Sinai – Finalmente, após três meses da saída do povo do Egito, o acampamento israelita se moveu mais uma vez, chegando ao pé do monte Sinai (Ex 19.1,2), onde o povo ficou por cerca de um ano. O Sinai é um lugar especial, porque ali Deus se revelou a Moisés de forma tremenda, primeiro no sarçal e depois no cume do monte onde lhes deu os Dez Mandamentos e as Leis que haveria de guiar o povo dali para frente.
A distância do Sinai para a terra de Canaã era de aproximadamente 500km, o que poderia ter sido percorrida por um período curto de tempo, quando muito algumas semanas, porém o período da caminhada acabou durando 38 anos, justamente porque o povo se comportou de forma rebelde, muitas vezes não fazendo caso das advertências de Deus. Daí o Senhor os tratou com mão firme no deserto.
A Bíblia diz que Deus esperou que toda aquela geração rebelde caísse no deserto, só então, uma nova geração entraria na terra de Canaã (Dt 12.14), como falou Moisés ao chegar nas planícies de Moabe: “E os dias que caminhamos, desde Cades-barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram 38 anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu no meio do arraial, como o Senhor lhes jurara. Assim também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido.
3. A idolatria dos israelitas – Um dos maiores exemplos de apostasia da história de Israel, é o que envolve a criação do bezerro de ouro. Quando Moisés em retorno do monte Sinai chegou ao arraial, e constatou pessoalmente o pecado do povo de Israel, sua ira se acendeu (Ex 32.19) a ponto de ele quebrar as Tábuas da Lei.

Ora, enquanto Deus estava dando os Dez Mandamentos para o povo de Israel no alto do monte Sinai, esse mesmo povo ao pé do monte, estava, na prática, quebrando todos os mandamentos do Decálogo. Portanto, ao quebrar as Tábuas, Moisés estava materilaizando as consequências práticas do pecado do povo.

Estavam agindo como indignos do Concerto que Deus estava fazendo com eles. É impressionante ouvir o povo, depois de tudo que viram Deus fazer pela instrumentalidade de seu servo Moisés, pressionar Arão dizendo: “Faze-nos deuses!” (Ex 32.1).

O hábito da idolatria que haviam aprendido no Egito ainda era muito forte entre os israelitas, a ponto de alguns dias longe do seu líder Moisés serem o suficiente para que voltassem ao velho hábito. Como Pedro diria daqueles que abandonam Cristo para voltarem aos velhos pecados, podemos dizer dos israelitas aqui: eles estavam agindo como cães que voltavam para o seu próprio vômito, como a porca lavada que volta para o lamaçal (2Pe 2.20-22).

Observe-se que o povo não estava negando os milagres que haviam acontecido, mas estavam atribuido-o a esse deus criado por sua imaginação e representado por aquele bezerro de ouro (Ex 32.4). Curiosamente, o primeiro mandamento de Deus no Sinai, a primeira ordenança do Decálogo, foi: “Não terás outros deuses diante de mim” (EX 20.3).

Deus conhecia o coração do povo e sabia o quanto era propenso à idolatria, depois de muitos anos vivendo no idólatra Egito. A idolatria é um dos mais terríveis pecados listados na Bíblia, porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que não seja o próprio Deus, o único que é digno de toda honra, toda glória, todo louvor e toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos pecados mais praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico.

É triste dizer, mais está se tornando cada vez mais comum evangélicos que desenvolvem verdadeiros comportamentos idolátricos em relação à pessoas e coisas que, obviamente, não devem receber a nossa adoração.

Idolatria não é só se prostrar diante de um ídolo de pedra, barro ou metal. Coisas ou pessoas também podem se tornar ídolos em nossa vida, quando começam a ganhar em nosso coração um lugar que não deveriam ter.
 
IV – CONCLUSÃO: Grumblers” – Música de Thoro Harris

Há pessoas, no campo ou na cidade,
Que estão sempre a se queixar.

Reclamam, não importa o que digamos;
Dia e noite sem parar.

Resmungam na cidade, resmungam no campo.
Resmungam dos vizinhos e não acham isso mal.
Resmungam dos maridos, resmungam das mulheres,
Resmungam dos filhos [foi quando ela olhou para mim!]

E o resmungão nunca progride, segue sempre sendo o tal.
Eles resmungam quando chove e também quando não chove,
Se as colheitas não amadurecem, suspiram e a colhem.

Resmungam dos preços e resmungam quando sobem,
Resmungam o ano inteiro, resmungam até que morrem.
[Outro olhar!]

Ó, eles resmungam na segunda, terça e quarta,
Também resmungam na quinta,
Além de na sexta, no sábado e domingo,
Resmungam a semana inteira, ad infinitum.

Bem convincente não? Alguns de nós têm o hábito de resmungar, mesmo ocultando o domingo. Independentemente de estarmos no trânsito, à mesa, aguardando uma refeição, planejando algo de última hora com alguém, ou trabalhando com um grupo difícil, tendemos a queixas e reclamações.

É como se tivéssemos o “dom de reclamar” e acreditamos que precisamos pô-lo em prática, com vontade! O único problema é que esse dom não aparece no Livro de Deus. A Bíblia nunca aprova nossas queixas, implicâncias e murmúrios nas situações diárias.






Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

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