Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Êxodo 19.1-6; Números 11.1-3
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
1. Analisar a
peregrinação de Israel pelo deserto.
2. Saber como foi a
chegada e a permanência no monte Sinai.
3. Conscientizar-se de que a idolatria é
pecado.
II - CONTEXTUALIZAÇÃO
Apesar das muitas rebeliões
dos filhos de Israel até o Sinai, como a de Mara, a de Sim e de Refidim –
esquecendo-se de como Deus havia mostrado o seu poder, abrindo inclusive o Mar
Vermelho, fazendo chover cordonizes e dando-lhes o maná e tirando água da
pederneria fazendo correr rios no deserto e manancial em terra seca;
foi a rebelião de
Cades-barnéia, quando 10 dos 12 espias inflamaram a terra, semearam desânimo
entre o povo, tentaram formar uma nova liderança para retornar ao Egito
afirmando que não tinham condições de conquistar aquela terra, que o Senhor
mudou o curso da história de Israel no deserto e disse ao povo:
“Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias,
cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta
anos e conhecereis o meu afastamento. Eu, o Senhor, falei. E assim farei a toda
esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e
aí falecerão: (Nm 14.34,35).
III – DESENVOLVIMENTO
1. Israel peregrina no deserto – Do Mar Vermelho, as hostes de Israel puseram-se outra vez a caminhar,
guiados pela coluna de nuvem durante o dia e
pela coluna de fogo durante a noite, a fim de que pudessem viajar de dia
e de noite. Mas, durante três dias, enquanto caminhavam, não puderam achar
água, o suprimento que tinham trazido consigo do Egito estava esgotado.
Nada havia para lhes
acalmar a sede ardente, enquanto vangueavam fatidicamente pelas planícies
queimadas do sol. Moisés, que era familiarizado com aquela região, sabia o que
os outros ignoravam, ou seja, que em Mara, a mais próxima estação onde se
poderia encontrar fontes, as águas eram impróprias para o consumo.
Observava atentamente a
nuvem que os guiava. Com o coração a abater-se, ouviu uma alegre aclamação:
“Água! Água! Esse clamor repercutiu ao longo de todo o séquito; homens,
mulheres e crianças em alegre precipitação apinharam-se junto à fonte, quando
de repente irrompe do meio da hoste um grito de angústia – a água é amarga!
Em seu desespero sensuraram
a Moisés por tê-los guiado por aquele caminho, não se lembrando de que a
presença divina na nuvem era quem os estivera guiando até aquele lugar. Em sua
angústia Moisés fervorosamente orou ao Senhor pedindo o seu auxílio. “E o
Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas e as águas se tornaram doces”
(Ex 15.25).
Ali em Mara, o Senhor
lhes deu estatutos e uma ordenação e ali
os provou. “E disse: Se ouvires atento a
voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e
inclinares o teu ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus
estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito;
porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Ex 15.26).
De Mara o povo caminhou
em direção a Elim, onde encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras”.
E permaneceram ali vários dias antes de entrarem no deserto de Sim. Quando fez
um mês que haviam partido do Egito, os filhos de Israel fizeram o seu primeiro
acampamento no deserto, e ali os suprimentos de provisões que trouxera do Egito
começaram a escassear.
A erva do deserto era
insuficiente para alimentar os seus rebanhos. Como suprir o alimento para
aquela vasta multidão? Dúvidas, enchiam-lhes o coração, e novamente uniram-se
em queixas contra Moisés.
Mesmo os príncipes e
anciãos do povo se uniram em queixas contra Moisés e Arão, a quem Deus os tinha
designado para os guiar pelo deserto. “Quem
dera que nós morressemos por mão do Senhor em terras do Egito, quando estávamos
sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Por que nos
tendes tirado para esse deserto para matardes de fome a toda esta multidão?”
(Ex 16.3)
Mesmo diante desse novo
contexto de murmuração, mais uma vez, o povo de Israel experimentou a
providência divina “Então disse o Senhor
a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu
veja se andam na minha lei ou não.
E acontecerá ao sexto dia, que prepararão o que colheram, e será o dobro
do que colhem cada dia. Então disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel:
À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito, e amanhã vereis a
glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; porque
quem somos nós para que murmureis contra nós?
Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde, vos der carne para
comer e, pela manhã, pão a fartar, porquanto o Senhor ouviu as vossas
murmurações com que murmurais contra ele (por que quem somos nós?) As vossas
murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor” (Ex 16.4-8).
De Sim os israelitas
acamparam-se em Refidim onde novamente murmuraram, pois ali não havia água para
o povo beber (Ex 17.1-7) – Mas Deus fez jorrar água da rocha e mais uma vez o
povo pôde ver entre eles a forte presença e provisão de Deus.
Observa-se que Deus fez
seu povo passar por três situações – três longos testes que merecem nossa
atenção: tempo, fome e sede. Do Mar Vermelho até Mara se passaram três dias
para que encontrassem as águas amargas de Mara – teste de tempo. No deserto de
Sim passaram o teste de fome e em Redifim outra vez não havia água para beberem
– o teste da sede.
2. Israel no Monte Sinai – Finalmente, após três meses da saída do povo do Egito, o acampamento
israelita se moveu mais uma vez, chegando ao pé do monte Sinai (Ex 19.1,2), onde
o povo ficou por cerca de um ano. O Sinai é um lugar especial, porque ali Deus
se revelou a Moisés de forma tremenda, primeiro no sarçal e depois no cume do
monte onde lhes deu os Dez Mandamentos e as Leis que haveria de guiar o povo
dali para frente.
A distância do Sinai para
a terra de Canaã era de aproximadamente 500km, o que poderia ter sido
percorrida por um período curto de tempo, quando muito algumas semanas, porém o
período da caminhada acabou durando 38 anos, justamente porque o povo se
comportou de forma rebelde, muitas vezes não fazendo caso das advertências de
Deus. Daí o Senhor os tratou com mão firme no deserto.
A Bíblia diz que Deus
esperou que toda aquela geração rebelde caísse no deserto, só então, uma nova
geração entraria na terra de Canaã (Dt 12.14), como falou Moisés ao chegar nas
planícies de Moabe: “E os dias que
caminhamos, desde Cades-barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram 38
anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu no meio do
arraial, como o Senhor lhes jurara. Assim também foi contra eles a mão do
Senhor, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido.
3. A idolatria dos israelitas – Um dos maiores exemplos de
apostasia da história de Israel, é o que envolve a criação do bezerro de ouro.
Quando Moisés em retorno do monte Sinai chegou ao arraial, e constatou
pessoalmente o pecado do povo de Israel, sua ira se acendeu (Ex 32.19) a ponto
de ele quebrar as Tábuas da Lei.
Ora, enquanto Deus estava dando
os Dez Mandamentos para o povo de Israel no alto do monte Sinai, esse mesmo
povo ao pé do monte, estava, na prática, quebrando todos os mandamentos do
Decálogo. Portanto, ao quebrar as Tábuas, Moisés estava materilaizando as
consequências práticas do pecado do povo.
Estavam agindo como indignos do
Concerto que Deus estava fazendo com eles. É impressionante ouvir o povo,
depois de tudo que viram Deus fazer pela instrumentalidade de seu servo Moisés,
pressionar Arão dizendo: “Faze-nos deuses!”
(Ex 32.1).
O hábito da idolatria que
haviam aprendido no Egito ainda era muito forte entre os israelitas, a ponto de
alguns dias longe do seu líder Moisés serem o suficiente para que voltassem ao
velho hábito. Como Pedro diria daqueles que abandonam Cristo para voltarem aos
velhos pecados, podemos dizer dos israelitas aqui: eles estavam agindo como
cães que voltavam para o seu próprio vômito, como a porca lavada que volta para
o lamaçal (2Pe 2.20-22).
Observe-se que o povo não
estava negando os milagres que haviam acontecido, mas estavam atribuido-o a esse
deus criado por sua imaginação e representado por aquele bezerro de ouro (Ex
32.4). Curiosamente, o primeiro mandamento de Deus no Sinai, a primeira
ordenança do Decálogo, foi: “Não terás
outros deuses diante de mim” (EX 20.3).
Deus conhecia o coração do povo
e sabia o quanto era propenso à idolatria, depois de muitos anos vivendo no
idólatra Egito. A idolatria é um dos mais terríveis pecados listados na Bíblia,
porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que não seja o
próprio Deus, o único que é digno de toda honra, toda glória, todo louvor e
toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos pecados mais
praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico.
É triste dizer, mais está se
tornando cada vez mais comum evangélicos que desenvolvem verdadeiros
comportamentos idolátricos em relação à pessoas e coisas que, obviamente, não
devem receber a nossa adoração.
Idolatria não é só se prostrar
diante de um ídolo de pedra, barro ou metal. Coisas ou pessoas também podem se
tornar ídolos em nossa vida, quando começam a ganhar em nosso coração um lugar
que não deveriam ter.
IV – CONCLUSÃO: “Grumblers” – Música de Thoro Harris
Há pessoas, no
campo ou na cidade,
Que estão sempre
a se queixar.
Reclamam, não
importa o que digamos;
Dia e noite sem
parar.
Resmungam na
cidade, resmungam no campo.
Resmungam dos
vizinhos e não acham isso mal.
Resmungam dos
maridos, resmungam das mulheres,
Resmungam dos
filhos [foi quando ela olhou para mim!]
E o resmungão
nunca progride, segue sempre sendo o tal.
Eles resmungam
quando chove e também quando não chove,
Se as colheitas
não amadurecem, suspiram e a colhem.
Resmungam dos
preços e resmungam quando sobem,
Resmungam o ano
inteiro, resmungam até que morrem.
[Outro olhar!]
Ó, eles resmungam
na segunda, terça e quarta,
Também resmungam
na quinta,
Além de na sexta,
no sábado e domingo,
Resmungam a
semana inteira, ad infinitum.
Bem convincente não? Alguns de
nós têm o hábito de resmungar, mesmo ocultando o domingo. Independentemente de
estarmos no trânsito, à mesa, aguardando uma refeição, planejando algo de
última hora com alguém, ou trabalhando com um grupo difícil, tendemos a queixas
e reclamações.
É como se tivéssemos o “dom de
reclamar” e acreditamos que precisamos pô-lo em prática, com vontade! O único
problema é que esse dom não aparece no Livro de Deus. A Bíblia nunca aprova
nossas queixas, implicâncias e murmúrios nas situações diárias.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º.
Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas
Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora
CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986
– 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição -
Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição –
Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação
Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o
seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do espírito
Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000.
Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do
Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo
Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
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