Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Êxodo 14.15,19-26
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
1. Analisar o
significado da saída dos hebreus do Egito e a travessia do mar.
2. Conscientizar-se de que somente
Deus merece o nosso louvor e adoração.
3. Compreender a proteção e o cuidado de
Deus para com o seu povo.
II - CONTEXTUALIZAÇÃO
A caminhada dos
israelitas que saíram do Egito, grupo por grupo, debaixo das ordens de Moisés e
Arão eram anotadas por Moisés do lugar de onde partiam, haja vista, Moisés
possuir o hábito de escrever de próprio punho as localidades onde acampavam e
os fatos acontecidos ali.
O objetivo de Moisés com
estes registros era de que tanto aqueles que com ele subiram do Egito em
direção a Canaã, como as gerações futuras pudessem conhecer o cuidado de Deus
para com Israel durante os quarenta anos de peregrinações.
Considerando que a
maioria dos que se acamparam em Moabe, no final da jornada, já haviam nascido
no deserto, dos que do Egito sairam com Moisés, quase todos haviam perecido no
caminho. Ali estava já uma nova geração que não havia conhecido o Egito.
Dessa forma, a saída do
Egito aconteceu no dia 15 do primeiro mês do ano, Abibe ou Nisan – um dia
depois da primeira Páscoa. Eles sairam de Ramessés de maneira vitoriosa e todos
os egípcios viram. Os egípcios estavam sepultando os seus primeiros filhos que
o Senhor os havia matado. Assim, o Senhor mostrou o seu poder a Faraó, e que os
deuses dos egípcios nada puderam fazer.
Depois de sairem de
Ramessés, os israelitas acamparam-se em Sucote. Sairam de Sucote e acamparam-se
em Etã, que está na beira do deserto. Sairam de Etã e voltaram a Pi-Hairote que
fica ao leste de Baal-Zefon, e acamparam-se perto de Migdó. Sairam de
Pi-Hairote passaram pelo meio do Mar Vermelho e chegaram ao deserto de Sur.
Caminharam três dias no
deserto e acamparam em Mara; dali foram para Elim e acamparam-se ali. Em Elim
havia doze fontes de água e setenta palmeiras. Sairam de Elim e acamparam-se
perto do golfo de Suez. Partiram dali e acamparam-se no deserto de Sim; e
sucessivamente todas as etapas da caminhada encontraremos descritas conforme
Números 33.1-53.
III – DESENVOLVIMENTO
1. A travessia do mar – A caminho da Terra
Prometida em vez de seguirem por um caminho que os levassem direto à Canaã, o
qual passava pela terra dos filisteus, Deus determinou para a caminhada dos
filhos de Israel uma rota para o Sul, em direção às praias do Mar Vermellho.
“Tendo Faraó deixado ir o povo,
Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto,
pois disse: para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e
torne ao Egito.
Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar
Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito.
Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os
filhos de Israel jurarem solenemente dizendo: Certamente, Deus vos visitará; daqui pois, levai convosco
os meus ossos” (Ex 13.17,18, 20-22).
Se tivessem tentado
passar pela Filistéia, seu prosseguimento teria sido obstado; pois os filisteus
considerando-os como escravos que tinham escapado do Egito, não teriam hesitado
em mover-lhes guerra. E os israelitas não estavam preparados para um encontro
com aquele povo guerreiro.
Os israelitas tinham
pouco conhecimento de Deus e por isso, não eram um povo que confiasse
plenamente nas promessas do Senhor e estavam também mal preparados para um
confronto com os filisteus.
Estavam desarmados, não
era um povo acostumado a guerrear, e estavam deprimidos pelo longo cativeiro no
Egito, além das muitas dificuldades pois, estavam acompanhados de mulheres,
crianças e idosos, bem como de suas ovelhas e gado.
Ao guiar o povo pelo
caminho do Mar Vermelho, o Senhor revelou-se como um Deus de compaixão para com
os israelitas. Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, a entrada do
deserto.
E o Senhor ia adiante
deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa
coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca
tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo,
de noite.
Ao trazer à memória
aqueles tempos de libertação, o salmista cantou assim: “Estendeu uma nuvem por cobertura, e um fogo para os alumiar de noite”
(Sl 105.39; 1Co 1.2).
Estando acampados em Etã,
em vez de continuarem o caminho, o Senhor disse a Moisés que voltassem e se
acampassem defronte à Pi-Hairote, entre Migdol e o Mar, diante de Baal-Zefom;
em frente deles vos acampareis junto ao Mar (Ex 14.2) – um quantitativo humano
que só de homens de 20 anos para cima em números redondos somavam 600.000 e em
números exatos eram de 603.550 – além das mulheres, idosos e crianças (Ex
12.37; 38.26; Nm 1.46).
“Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na Terra, o
deserto os encerrou. Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e
serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que
Eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram”
(Ex 14.1-4).
O povo hebreu havia
conquistado, pela ação divina, a sua saída do Egito, e Deus estava com eles,
guiando-os em todo esse processo e percurso; porém, quando tudo parecia em paz,
Faraó se levantou para caçar o povo (Ex 14.5,6).
A Bíblia diz que Deus criou as
condições para que Faraó revelasse mais uma vez a insinceridade e maldade do
seu coração perseguindo o povo, uma vez que Deus colocou o povo hebreu numa
situação que dava a Faraó a oportunidade de atacar com êxito os judeus.
Os hebreus orientados por Deus,
sairam de Ramessés para Sucote onde provavelmente passaram a primeira
noite (Ex 12.37). De lá, em vez de
seguirem em frente, Deus os orientou a subirem “o caminho do deserto” em
direção ao Mar Vermelho (Ex 13.18), onde não havia fortificação nenhuma dos
egípcios por uma razão lógica: Quem fugisse do Egito por aquele caminho teria
de passar pelo Mar Vermelho.
.
Os hebreus estavam acampados ao
lado do mar, cujas águas apresentavam uma barreira aparentemente intransponível
diante deles, enquanto, ao Sul, uma áspera montanha lhe obstruía o avanço.
Subtamente viram à distância a armadura luzente e carros que se moviam, que era
um grande exército.
Aproximando-se a força, os
exércitos do Egito logo foram vistos em plena perseguição aos filhos de Israel.
O terror encheu os corações dos israelitas. Alguns clamavam ao Senhor, mas a
grande maioria foi apressadamente a Moisés com suas queixas:
“Não havia sepulcro no Egito para nos tirares de lá para que morressemos
neste deserto? Por que fizeste isto, que nos tem tirado do Egito? Não é esta a
palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos que sirvamos aos
egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto”
(Ex 14.11,12).
Moisés ficou perturbado por seu
povo manifestar tão pouca fé em Deus, apesar de terem repetidamente
testemunhado a manifestação de seu poder em favor deles. Como poderia aquele
povo acusá-lo dos perigos e dificuldades que estavam passando uma vez que o que
ele tinha feito foi seguido as orientações de Deus.
Na verdade, onde os filhos de Israel
estavam não havia nenhuma possibilidade de salvamento, a menos que o próprio
Deus interviesse para os livrar. Moisés entendeu, que uma vez levado àquela
situação fora em obediência á instrução divina. Em sua confiança em Deus,
Moisés não tinha receio das consequências.
Sua resposta calma e afirmativa
ao povo foi: “Não temais; estais quietos,
e vêde o livramento do Senhor, que hoje vos fará: Porque os egípcios, que hoje
vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos
calareis” (Ex 14.13).
Então a esperança voltou aos
corações dos filhos de Israel. E Moisés levantou a sua voz ao Senhor. “Então disse o Senhor a Moisés: Por que
clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua voz, e
estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem
pelo meio do mar em seco.
E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás
deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e nos seus
carros, e nos seus cavaleiros, e os egípcios saberão que eu sou o Senhor,
quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros. E o
anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás
deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás
deles.
E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era
escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda
a noite não chegou um ao outro. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e
o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o
mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de israel
entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita
e à sua esquerda.
E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de
Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até o meio do mar. E aconteceu que,
na vigília daquela manhã, o Senhor na coluna de nuvem e de fogo, viu o campo
dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios, e tirou-lhe as rodas dos seus
carros, e fê-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da
face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios.
E disse o Senhor a Moisés: Estende as tuas mãos sobre o mar, para que as
águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os sus cavaleiros.
Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao
amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o Senhor derribou os
egípcios no meio do mar, porque as águas, tornando, cobriram os carros e os
cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda
um deles ficou.
Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas
foram-lhe como um muro à sua mão direita e à sua mão esquerda. Assim, o Senhor
salvou Israel naquele dia das mãos dos egípcios; e Israel viu os egípcios
mortos na praia do mar. E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos
egípcios; e temeu o povo ao Senhor e creu no Senhor e em Moisés, seu servo” (Ex 14.15-30).
Séculos mais tarde, o salmista,
descrevendo a passagem do mar por Israel, cantou: “Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grande águas; e as tuas
pégadas não se conheceram. Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de
Moisés e de Arão” (Sl 77.19,20).
2. O cântico de Moisés – Depois de Deus ter afogado todo
o exército de Faraó no mar, pela primeira vez na história, Israel se encontrou
vivendo no deserto ao ar livre, por conta própria. Os hebreus haviam iniciado
sua caminhada para a terra de Canaã. Deus provara ser fiel, a nação atravessara
o mar em terra seca.
Diante de tão grande
livramento, Moisés eleva um cântico ao Senhor em adoração. O cântico de Moisés
foi uma forma de agradar a Deus pelos seus feitos, onde Moisés celebra a
vitória de Deus no Mar Vermelho contra o poder do Egito (Ex 15.1-19).
Tal qual Moisés, Miriam juntamente
com as mulheres também louvaram a Deus. Foi aquele um dia de grande alegria e
celebração para Israel. Era impossível ficar calado diante da demonstração do
poder de Deus. Na ocasião, o Espírito de Deus tomou Miriam para ela entregar
uma mensagem profética da parte de Deus ao povo (Ex 15.20,21). Dessa forma,
todo o Israel, em uma única voz, cantou e celebrou a grande vitória.
Os cânticos de Moisés e Miriã
compreendem um estudo da vitória em retrospectiva. Os que haviam estado
presentes durante a passagem através do mar, bem como as gerações seguintes,
lembravam-se dessa vitória e louvavam a Deus por seu livramento.
O cântico de Miriã é a essência
do louvor de Israel a Deus por seu livramento. O cântico de Moisés, por outro
lado, é frequentemente considerado como tendo alcançado a sua atual forma em
época posterior à conquista. O cântico de Moisés foi, provavelmente, usado em
alguma época como hino na adoração de Israel; às vezes associado com a Páscoa.
3. A proteção e o cuidado de Deus – O Senhor não somente cuidou do
seu povo, mas o conduziu de forma cuidadosa durante todo o deserto. Deus
colocou uma coluna de nuvem para guiar o povo durante o dia, e uma coluna de
fogo durante a noite, como evidência da sua presença, do seu amor e do seu
cuidado por Israel (Ex 13.21,22; 40.38).
A presença da nuvem e do fogo
permaneceu entre eles até chegarem à terra prometida, quarenta anos mais tarde.
O Senhor não mudou, ele cuidou do seu povo na travessia pelo deserto e também
cuida de nós em todo tempo (Hb 13.5).
IV – CONCLUSÃO:
No último estágio da caminhada
– a planície de Moabe, Moisés se dirigiu a Deus com grande ardor através das
seguintes palavras: “Senhor Jeová! Já
começastes a mostrar ao teu servo a tua grandeza, e a tua forte mão:
Porque, que deus há nos céus e na Terra, que possa fazer segundo as tuas
obras, e segundo a tua fortaleza? Rogo-te que me deixes passar, para que veja
esta boa terra que está de além do Jordão; esta boa montanha e o Líbano” (Dt 3.24-27).
Mas a resposta de Deus foi:
“Basta; não me fales mais nesse negócio; sobe ao cume do Pisga, e levanta teus
olhos ao ocidente, e ao norte, e ao sul, e ao oriente, e vê com os teus olhos;
porque não passarás deste Jordão”.
Sem murmurar, Moisés
sujeitou-se ao decreto de Deus. E agora sua grande ansiedade era por Israel.
Quem sentiria pelo bem-estar deles o interesse que ele sentira? De um coração
repleto ele derramou esta oração:
“O Senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta
congregação, que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça
sair, e que os faça entrar: para que a congregação do Senhor não seja como
ovelhas que não têm pastor” (Nm 27.16-23).
O Senhor ouviu a oração do seu
servo; e a resposta veio: “Toma para ti a
Josué, filho de Num, homem em quem há o espírito, e põe a tua mão sobre ele. E
apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e
dá-lhe mandamentos aos olhos deles, e põe sobre ele da tua glória, para que
obedeça toda a congregação dos filhos de Israel” (Nm 27.16-20).
Josué havia durante muito tempo
auxiliado a Moisés; e, sendo homem de sabedoria, habilidade e fé, foi escolhido
para suceder-lhe. Mediante a imposição das mãos por Moisés, acompanhado de
impressionante juramento, Josué foi solenemente separado como chefe de Israel.
Foi também admitido a participar desde então no governo.
As palavras do Senhor
concernentes a Josué vieram por meio de Moisés à congregação: “E se porá
perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de
Urim, perante o Senhor: conforme ao seu dito sairão, e conforme ao seu dito
entrarão, ele e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação”.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º.
Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas
Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora
CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986
– 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição -
Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição –
Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação
Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o
seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do Espírito
Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000.
Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do
Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo
Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus