A turma do 6º Ano C é entre tantos, um
dos desafios a ser vencidos na Escola Professor Paulo Freire em Olinda-PE. Trata-se
de adolescentes que procedem
normalmente como quaisquer outros da mesma faixa etária.
Dessa forma, é tarefa
do professor ser capaz de transformá-los em elementos produtivos, cooperativos e
bem sucedidos partindo do pressuposto de que como educador não pode se esquivar
de oferecer-lhes treinamento e oportunidades de crescimento intelectual, social
e ético dentro do seu processo de formação da cidadania.
Transformar deveria
ser o significado de educar para nós professores. Por isso podemos perguntar a
nós mesmos:
Qual o significado de educação em nossa vida? O que nos fez optar
pelo magistério, esse caminho tão difícil especialmente nos dias hodiernos em
que o adolescente e o jovem em sua maioria vivem uma verdadeira relação de
inversão de valores?
Mas o que é um
valor? Conforme afirma Ítalo Gestalt, um valor é tudo aquilo que é capaz de
tirar o homem da sua indiferença. Eis o grande desafio que se apresenta aos
professores dessa turma de adolescentes. Desenvolver um método de trabalho que
tenha o poder de transformar valores negativos em valores positivos.
Quando
assumimos diante do que quer que seja uma atitude de indiferença, tal atitude significa
que aquilo não tem para nós nenhum valor.
Nessa perspectiva,
tomei a iniciativa de com o apoio da direção e coordenação da escola adotar uma
postura diferenciada para as minhas aulas de língua portuguesa. Sexta feira
19.04.13, ousei desarrolhar e destampar a tampa do vidro da sala de aula e
permitir aos meus amados alunos do 6C, como caracteriza nossa coordenadora pedagógica
– educadora de apoio, respirar o ar livre do refeitório de nossa escola, um asseado,
amplo e muito equipado espaço que serve de local para alimentar não somente o físico,
como também a mente, o coração e as emoções de nossos alunos, haja vista a
forma como eles se comportaram nessa primeira
oficina de leitura ali realizada com grande êxito para formação dos ideais e do
caráter desses meninos e meninas que transformaram livros em comida, ao sentirem
seu cheiro e sabor.
Nessa primeira oficina
pude descobrir valores antes obscuros que não podemos subestimar. Sem sombra de
dúvidas, serão esses meninos e meninas uns mais outros menos turbulosos, inquietos,
buliçosos, negligentes, descuidados, dados ao uso de gírias e frequentemente irreverentes;
negligentes, curiosos, de conduta reprovável, rebeldes a toda autoridade e
restrição, egoístas, indecisos e inconstantes que se colocarmos no outro prato
da balança de nossa ótica, as boas qualidades que eles apresentam suas habilidades,
criatividade e pureza de alma concluiremos que sua constante inquietação é
apenas a expressão de um desejo de despender as energias acumuladas de que a natureza os doutou.
Observaremos também
que sua curiosidade é uma prova do desejo de aprender e que seu desajeitamento nada
mais é que o resultado do crescimento rápido e de um sincero esforço para
ajustar-se ao novo e mais amplo espaço de vida após essa fase de mutações – a adolescência.
Mediante tudo isso, vemos a oportunidade de trabalhar esse imenso campo de sementeira
que não se restringe somente a turma do 6º Ano C de nossa escola, mas também a
todos os nossos alunos em todos os níveis de ensino, para fazermos a semeadura,
através das influências recebidas pela mente (o intelecto) e pelo coração (as
emoções através da elevação da auto-estima como carro chefe, para promover
mudanças significativas dentro do processo ensino-aprendizagem).
Uma simples palavra
de animação de um professor pode levar o aluno a tomar a decisão firme de mudar
de atitudes negativas para atitudes positivas.
Profª. Laudicéa Barboza é licenciada em Letras, pós-graduada
em Literatura Infanto-Juvenil e comentarista do Currículo Infanto-Juvenil em vigor
pela CPAD para as Escolas Bíblicas Dominical no Brasil e exterior.
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