Total de visualizações de página

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Os Dez Mandamentos do Senhor - Lição 07 – 1º. Tri EBD CPAD - 16.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
http://nasendadacruz.blogspot.com - pastorjoaobarbosa@gmail.com
  Texto da Lição: Êxodo 20.1-5, 7-10, 12-17     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Conhecer os propósitos dos Dez Mandamentos.
2. Compreender o conceito de cada Mandamento.
3. Saber que os Dez Mandamentos referem-se relação do homem com Deus e o próximo. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Muitos milagres tinham levado Israel até aquela parada prolongada, no Sinai. Naquele lugar, um novo pacto seria estabelecido que tornaria Israel a nação distintiva em que ela se tornou. A lei de Moisés era a constituição de Israel, a base do estado teocrático, sob Yahweh, o Deus único e verdadeiro.
No Sinai os israelitas permaneceram pelo período de onze meses e seis dias, desde o décimo quinto dia do terceiro mês de seu primeiro ano de jornada (Ex 12.2-6; 19.1), até o vigésimo dia do segundo mês do seu segundo ano de jornada (Nm 10.11).
Ao receber a lei de Moisés, o povo tornou-se uma teocracia ganhando assim a característica distintiva que fez deles o povo de Israel. Desse modo, o Pacto Abraâmico estava adquirindo novas dimensões. Israel era agora a nação consagrada à lei, porquanto, aquilo que o evangelho é para a Igreja, a lei o é para Israel (Gn 15.18).
Somente em Cristo o Pacto Abraâmico receberia ainda maiores dimensões e espiritualidade do que recebeu com Moisés (Gl 3.14). A redenção da servidão do Egito tinha sido completa.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. O Decálogo: (Ex 20.13-17)Essa palavra vem do grego deka “dez” e logo, “palavra”, ou seja, “dez palavras”. Esse é o título usado para indicar os Dez Mandamentos.  Esses mandamentos, dados por Deus a Moisés, no monte Sinai, tornaram-se a base da legislação levítica, uma das mais duradouras legislações de todos os tempos.
A razão para o  número dez aparentemente é que isso facilitaria a memorização das exigências básicas da modalidade humana. Esses mandamentos tem sido usado por muitos séculos. A legislação levítica aborda detalhes, com grande complexidade de pormenores.
Os Dez Mandamentos passou a figurar como a revelação mais distintiva dentro do Pacto Mosaico e tinha os seguintes propósitos ou objetivos;
  • Tornar Israel uma nação distinta;
  • Fazer avançar a causa espiritual em todo Israel provendo um padrão de justiça e moralidade (Dt 4.7,8; Rm 7.12);
  • Codificar os princípios espirituais e a lei nos mandamentos, julgamentos e ordenanças;
  • Trazer um estágio novo, mas não final, de conhecimento e crescimento espiritual e revelar a santidade de Deus (Lv 19.1,2);
  • Ampliar o acesso a Deus, mas não fornecer um estágio final de acesso;
  • Suprir revelações em um período crítico da história do povo de Deus ao identificar e expor a malignidade do pecado para que a ofensa pudesse ser devidamente conhecida ((Rm 5.20; 3.20; 7.7);
  • Dar uma idéia melhor da conduta humana ideal para com Deus, para com a sociedade e para com o seu semelhante.
Os Dez Mandamentos foram o maior elemento do pacto, mas também não representavam uma declaração final. Com os avanços do Novo Testamento Cristo foi o Segundo Legislador, o novo Moisés (Mt 5.7).
O pacto de Cristo fez avançar o conhecimento espiritual e transferiu a base da lei para a graça (Ef 2.8,9). Em Cristo, o homem é regenerado, passando a compartilhar da natureza divina, algo que não é previsto no Pacto Mosaico (Jo 6.57; 1Jo 3.2; Cl 2.9,10).
2. Os Dez Mandamentos (Ex 20.1-17) – Os Dez Mandamentos são recomendados para todos os homens como expressão clara do bem (Dt 4.6; Ec 12.13). O Decálogo é a moldura, não o retrato final. A moldura em si é vazia, mas ela firma o retrato que carrega. Podemos dizer que o decálogo é o alicerce. O alicerce serve como base sólida sobre o qual um edifício pode ser construído (1Co 3.11).
Primeiro Mandamento:Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3; Dt 5.7)  – Representa a singularidade o testemunho da singularidade e exclusividade de Deus, ou seja, revela o Senhor em seu caráter, seu Ser e sua ação. O primeiro mandamento atinge diretamente a idolatria. Quando Deus fez essa proibição, seu povo estava envolvido com o bezerro de ouro (Ex 32.19-24).
Segundo Mandamento:Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra...”. (Ex 20.4; Dt 5.8) – Este mandamento fala de nossa perspectiva de Deus. No diálogo de Jesus com a mulher samaritana, ele ensinou àquela mulher que Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.24).
Quem está adorando a Deus não pode ter diante de si nenhuma representação da divindade porque Deus é Espírito (1Co 2.10,11). Esta severa advertência do segundo mandamento foi dada depois que Israel fez a imagem do bezerro de ouro e Deus renovou a Aliança com o seu povo escolhido.
Terceiro Mandamento:Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão ” (Ex 20.7; Dt 5.11) – No AT o castigo para o mau uso do nome de Deus era severo: apedrejamento (Lv 24.16).
Este mandamento não menciona nem proíbe o uso do nome de Deus de forma ponderada, mas o uso de forma abusiva em juramentos levianos, cerimônias ocultas ou maldições (Dt 18.10,11). Podemos invocar o nome de Deus nas angústias. Também invocar o seu nome clamando por socorro e salvação. A Palavra de Deus encoraja-nos a invocá-lO (Sl 50.15).
Quarto Mandamento:Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”. (Ex 20.8-11; Dt 5.12-15) – O sábado originou-se com o término da obra da criação (Gn 2.2,3). Na promulgação da lei em Ex 20, ele foi parte de um sistema de lei com sábados extras, um ano sabático e um ano de jubileu. Assim podemos citar: (Ex 16.29,30: Sábado semanal), (Ex 23.10,11: Ano sabático), (Lv 25.8-22: Ano do jubileu).
3. A continuação dos mandamentos divinos (Ex 20.1-17):
Quinto Mandamento:Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. (Ex 20.12; Dt 5.16) – Os primeiros quatro mandamentos tratam da relação entre o homem e Deus. A partir do quinto mandamento iniciam-se as leis a respeito do relacionamento entre os homens. O estudo desse mandamento é de suma importância em nossos dias, devido ao aumento de vida média do ser humano, fazendo com que haja uma porcentagem cada vez maior de idosos.
A pirâmide etária entre 1940 e 1980 mostra que percentualmente a faixa dos idosos (acima de 60 anos) havia crescido mais do que a população jovem. Portanto, o teor do quinto mandamento é reverência, obediência e reconhecimento em relação a todos os pais: pais políticos, (magistratura), pais anciãos (os idosos em geral), pais espirituais, pais educacionais (professores), pais de criação e pais naturais (Rm 13.1-3; Ef 6.1-3).
Sexto Mandamento:Não matarás”. (Ex 20.13; Dt 5.17) – Jesus Cristo, o Deus vivo, é o autor e doador da vida (Gn 1.27-30; Jo 1.3,4) e ele deseja que o homem a tenha em abundância (Jo 10.10) Na moral tradicional três são as razões que apòiam o valor da vida. Primeiro – A vida é um dom de Deus (Jó 1.21; 33.4; Sl 31.15). Segundo: A vida é um bem pessoal inalienável.
Tirar a vida própria ou alheia é ofender a Deus e depreciar o Criador. Terceiro: A vida é um bem da comunidade – Atentar contra a vida do próximo é uma ofensa à comunidade cujo núcleo é a família. Por isso, preservar, proteger e valorizar a vida humana numa convivência pacífica são os equivalentes positivos do sexto mandamento.
Sétimo Mandamento:Não adulterarás”. (Ex 20.14; Dt 5.18) – O teor do sétimo mandamento é a proteção e santificação do matrimônio instituído por Deus. Em termos bem mais amplos e específicos este mandamento condena qualquer tipo de envolvimento sexual a não ser através do matrimônio e entre um homem e uma mulher. (Lv 20.10-21). Tiago aprendeu que nossas tentações têm origem na própria cobiça, que atrai e seduz o homem.
A cobiça, por sua vez, dá a luz ao pecado, e o pecado gera a morte (Tg 1.14,15). A impureza sexual começa nos pensamentos, evolui nas palavras e culmina em ações erradas (pecado), que geram a morte. Para reverter este ciclo é preciso vigiar para manter puro os pensamentos. É evidente que na medida em que nos inclinarmos para a carne cogitaremos da carne, e na medida em que nos inclinarmos para o Espírito cogitaremos das coisas do espírito (Rm 8.5).
Oitavo Mandamento:Não furtarás” (Ex 20.15; Dt 5.19; Lv 19.11) – Este mandamento apresenta nossa obrigação moral para com o próximo no tocante ao dinheiro e à propriedade. “Não furtar” significa não possuir coisa alguma que não tenha sido obtida por meios lícitos e honestos.
Existem muitas modalidades de furto: uso de violência para adquirir bens alheios, fraude comercial, medidas comerciais indevidas, exploração de preços e impostos, adulteração de produtos e preços, suborno, desvio de verbas públicas, ágio e qualquer forma de desonestidade pessoal, comercial ou governamental.
Nono Mandamento:Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. (Ex 20.16; 23.1; Dt 5.20; Lv 19.11,16) – A Bíblia coloca a verdade entre os valores humanos mais elevados. Satanás é visto como o grande mentiroso, o pai da mentira, que jamais se firmou na verdade (Jo 8.44). É o apóstolo João quem especifica que o mentiroso não fica impune e não escapa (Ap 21.8).
O AT condena a mentira na medida em que ela contradiz e destrói a comunhão baseada na fidelidade que o homem deve a Deus e a seus semelhantes. A proteção da honra humana é fundamental para a convivência social de qualquer comunidade ou nação. Nenhum homem deseja que sua reputação ou o bom nome de sua família sejam atingidos. A honra talvez seja a parte mais sensível do ser humano. O nono mandamento trata da proteção desta área pessoal.
Décimo Mandamento:Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo”. (Ex 20.17; Dt 5.21) – Este mandamento inibe a cobiça em geral. Jesus advertiu repetidas vezes contra a cobiça, haja vista que o homem não vive só de bens materiais (Mt 5.28; 16.25; Mc 7.22; Lc 12.15).
A palavra hebraica que traduzimos por cobiça compreende o ato de possuir no coração uma intenção oculta que mais tarde se manifesta em situações concretas de furto e roubo. Refere-se também aos desejos íntimos que se revelam como intrigas para se apoderar dos bens do próximo. (2Sm 11.1; 1Re 21.1-7; Dt 7.25).
 
IV – CONCLUSÃO
A observância do decálogo abre o caminho para a vida abundante. Ele mesmo contém a promessa de bênção: ”... faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos” (Ex 20.6; Dt 5.10). O decálogo não é apenas um modelo para o exercício de boas obras e um meio para a vida abundante, é também um modelo exemplar para a transformação da sociedade.

Na época de Moisés (1400 a.C.) Deus já havia afirmado que Seus mandamentos seria um catalisador de transformação reconhecido pelos gentios (Dt 4.6). A obediência simples ao decálogo transforma as atitudes do homem para com seu próximo.

Em vez de assassinar um inimigo pessoal, ele o abençoa; em vez de furtar, trabalha e ajuda ao necessitado; em vez de dizer falso testemunho, pratica e diz a verdade; em vez de roubar a mulher do próximo, vive na pureza sexual e apóia o matrimônio monogâmico; em vez de cobiçar, faz atos de misericórdia.

Em vez de guardar para si a fé e a experiência do senhorio de Cristo, brilha como luz e penetra como sol neste mundo (Mt 5.14-16); não conserva este mundo na situação em que se encontra, mas transforma-o com a paz e a esperança de Deus.

É um exemplo de devoção e fidelidade a Cristo em seu lar, no trato com seus vizinhos,  no exercício de boas obras, na profissão e nos deveres e responsabilidades civis, para que o reino do Senhor venha e Sua vontade seja feita tanto nos céus como na terra. Almeja glorificar a Deus em suas palavras, pensamentos e ações para que o mundo creia  em Cristo Jesus.





Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl 7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Peregrinação de Israel no Deserto até o Sinai - Lição 06 – 1º. Tri EBD CPAD - 09.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 19.1-6; Números 11.1-3     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.  Analisar a peregrinação de Israel pelo deserto.
2. Saber como foi a chegada e a permanência no monte Sinai.
3. Conscientizar-se de que a idolatria é pecado. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Apesar das muitas rebeliões dos filhos de Israel até o Sinai, como a de Mara, a de Sim e de Refidim – esquecendo-se de como Deus havia mostrado o seu poder, abrindo inclusive o Mar Vermelho, fazendo chover cordonizes e dando-lhes o maná e tirando água da pederneria fazendo correr rios no deserto e manancial em terra seca;
foi a rebelião de Cades-barnéia, quando 10 dos 12 espias inflamaram a terra, semearam desânimo entre o povo, tentaram formar uma nova liderança para retornar ao Egito afirmando que não tinham condições de conquistar aquela terra, que o Senhor mudou o curso da história de Israel no deserto e disse ao povo:
“Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento. Eu, o Senhor, falei. E assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão: (Nm 14.34,35).

 III – DESENVOLVIMENTO
1. Israel peregrina no deserto – Do Mar Vermelho, as hostes de Israel puseram-se outra vez a caminhar, guiados pela coluna de nuvem durante o dia e  pela coluna de fogo durante a noite, a fim de que pudessem viajar de dia e de noite. Mas, durante três dias, enquanto caminhavam, não puderam achar água, o suprimento que tinham trazido consigo do Egito estava esgotado.
Nada havia para lhes acalmar a sede ardente, enquanto vangueavam fatidicamente pelas planícies queimadas do sol. Moisés, que era familiarizado com aquela região, sabia o que os outros ignoravam, ou seja, que em Mara, a mais próxima estação onde se poderia encontrar fontes, as águas eram impróprias para o consumo.
Observava atentamente a nuvem que os guiava. Com o coração a abater-se, ouviu uma alegre aclamação: “Água! Água! Esse clamor repercutiu ao longo de todo o séquito; homens, mulheres e crianças em alegre precipitação apinharam-se junto à fonte, quando de repente irrompe do meio da hoste um grito de angústia – a  água é amarga!
Em seu desespero sensuraram a Moisés por tê-los guiado por aquele caminho, não se lembrando de que a presença divina na nuvem era quem os estivera guiando até aquele lugar. Em sua angústia Moisés fervorosamente orou ao Senhor pedindo o seu auxílio. “E o Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas e as águas se tornaram doces” (Ex 15.25).
Ali em Mara, o Senhor lhes deu estatutos e uma  ordenação e ali os provou. “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares o teu ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Ex 15.26).
De Mara o povo caminhou em direção a Elim, onde encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras”. E permaneceram ali vários dias antes de entrarem no deserto de Sim. Quando fez um mês que haviam partido do Egito, os filhos de Israel fizeram o seu primeiro acampamento no deserto, e ali os suprimentos de provisões que trouxera do Egito começaram a escassear.
A erva do deserto era insuficiente para alimentar os seus rebanhos. Como suprir o alimento para aquela vasta multidão? Dúvidas, enchiam-lhes o coração, e novamente uniram-se em queixas contra Moisés.
Mesmo os príncipes e anciãos do povo se uniram em queixas contra Moisés e Arão, a quem Deus os tinha designado para os guiar pelo deserto. “Quem dera que nós morressemos por mão do Senhor em terras do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Por que nos tendes tirado para esse deserto para matardes de fome a toda esta multidão?” (Ex 16.3)
Mesmo diante desse novo contexto de murmuração, mais uma vez, o povo de Israel experimentou a providência divina “Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá  cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se andam na minha lei ou não.
E acontecerá ao sexto dia, que prepararão o que colheram, e será o dobro do que colhem cada dia. Então disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito, e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; porque quem somos nós para que murmureis contra nós?
Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde, vos der carne para comer e, pela manhã, pão a fartar, porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações com que murmurais contra ele (por que quem somos nós?) As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor” (Ex 16.4-8).
De Sim os israelitas acamparam-se em Refidim onde novamente murmuraram, pois ali não havia água para o povo beber (Ex 17.1-7) – Mas Deus fez jorrar água da rocha e mais uma vez o povo pôde ver entre eles a forte presença e provisão de Deus.
Observa-se que Deus fez seu povo passar por três situações – três longos testes que merecem nossa atenção: tempo, fome e sede. Do Mar Vermelho até Mara se passaram três dias para que encontrassem as águas amargas de Mara – teste de tempo. No deserto de Sim passaram o teste de fome e em Redifim outra vez não havia água para beberem – o teste da sede.
2. Israel no Monte Sinai – Finalmente, após três meses da saída do povo do Egito, o acampamento israelita se moveu mais uma vez, chegando ao pé do monte Sinai (Ex 19.1,2), onde o povo ficou por cerca de um ano. O Sinai é um lugar especial, porque ali Deus se revelou a Moisés de forma tremenda, primeiro no sarçal e depois no cume do monte onde lhes deu os Dez Mandamentos e as Leis que haveria de guiar o povo dali para frente.
A distância do Sinai para a terra de Canaã era de aproximadamente 500km, o que poderia ter sido percorrida por um período curto de tempo, quando muito algumas semanas, porém o período da caminhada acabou durando 38 anos, justamente porque o povo se comportou de forma rebelde, muitas vezes não fazendo caso das advertências de Deus. Daí o Senhor os tratou com mão firme no deserto.
A Bíblia diz que Deus esperou que toda aquela geração rebelde caísse no deserto, só então, uma nova geração entraria na terra de Canaã (Dt 12.14), como falou Moisés ao chegar nas planícies de Moabe: “E os dias que caminhamos, desde Cades-barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram 38 anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu no meio do arraial, como o Senhor lhes jurara. Assim também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido.
3. A idolatria dos israelitas – Um dos maiores exemplos de apostasia da história de Israel, é o que envolve a criação do bezerro de ouro. Quando Moisés em retorno do monte Sinai chegou ao arraial, e constatou pessoalmente o pecado do povo de Israel, sua ira se acendeu (Ex 32.19) a ponto de ele quebrar as Tábuas da Lei.

Ora, enquanto Deus estava dando os Dez Mandamentos para o povo de Israel no alto do monte Sinai, esse mesmo povo ao pé do monte, estava, na prática, quebrando todos os mandamentos do Decálogo. Portanto, ao quebrar as Tábuas, Moisés estava materilaizando as consequências práticas do pecado do povo.

Estavam agindo como indignos do Concerto que Deus estava fazendo com eles. É impressionante ouvir o povo, depois de tudo que viram Deus fazer pela instrumentalidade de seu servo Moisés, pressionar Arão dizendo: “Faze-nos deuses!” (Ex 32.1).

O hábito da idolatria que haviam aprendido no Egito ainda era muito forte entre os israelitas, a ponto de alguns dias longe do seu líder Moisés serem o suficiente para que voltassem ao velho hábito. Como Pedro diria daqueles que abandonam Cristo para voltarem aos velhos pecados, podemos dizer dos israelitas aqui: eles estavam agindo como cães que voltavam para o seu próprio vômito, como a porca lavada que volta para o lamaçal (2Pe 2.20-22).

Observe-se que o povo não estava negando os milagres que haviam acontecido, mas estavam atribuido-o a esse deus criado por sua imaginação e representado por aquele bezerro de ouro (Ex 32.4). Curiosamente, o primeiro mandamento de Deus no Sinai, a primeira ordenança do Decálogo, foi: “Não terás outros deuses diante de mim” (EX 20.3).

Deus conhecia o coração do povo e sabia o quanto era propenso à idolatria, depois de muitos anos vivendo no idólatra Egito. A idolatria é um dos mais terríveis pecados listados na Bíblia, porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que não seja o próprio Deus, o único que é digno de toda honra, toda glória, todo louvor e toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos pecados mais praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico.

É triste dizer, mais está se tornando cada vez mais comum evangélicos que desenvolvem verdadeiros comportamentos idolátricos em relação à pessoas e coisas que, obviamente, não devem receber a nossa adoração.

Idolatria não é só se prostrar diante de um ídolo de pedra, barro ou metal. Coisas ou pessoas também podem se tornar ídolos em nossa vida, quando começam a ganhar em nosso coração um lugar que não deveriam ter.
 
IV – CONCLUSÃO: Grumblers” – Música de Thoro Harris

Há pessoas, no campo ou na cidade,
Que estão sempre a se queixar.

Reclamam, não importa o que digamos;
Dia e noite sem parar.

Resmungam na cidade, resmungam no campo.
Resmungam dos vizinhos e não acham isso mal.
Resmungam dos maridos, resmungam das mulheres,
Resmungam dos filhos [foi quando ela olhou para mim!]

E o resmungão nunca progride, segue sempre sendo o tal.
Eles resmungam quando chove e também quando não chove,
Se as colheitas não amadurecem, suspiram e a colhem.

Resmungam dos preços e resmungam quando sobem,
Resmungam o ano inteiro, resmungam até que morrem.
[Outro olhar!]

Ó, eles resmungam na segunda, terça e quarta,
Também resmungam na quinta,
Além de na sexta, no sábado e domingo,
Resmungam a semana inteira, ad infinitum.

Bem convincente não? Alguns de nós têm o hábito de resmungar, mesmo ocultando o domingo. Independentemente de estarmos no trânsito, à mesa, aguardando uma refeição, planejando algo de última hora com alguém, ou trabalhando com um grupo difícil, tendemos a queixas e reclamações.

É como se tivéssemos o “dom de reclamar” e acreditamos que precisamos pô-lo em prática, com vontade! O único problema é que esse dom não aparece no Livro de Deus. A Bíblia nunca aprova nossas queixas, implicâncias e murmúrios nas situações diárias.






Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A Travessia do Mar Vermelho - Lição 05 – 1º. Tri EBD CPAD - 02.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 14.15,19-26     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.  Analisar o significado da saída dos hebreus do Egito e a travessia do mar.
2. Conscientizar-se de que somente Deus merece o nosso louvor e adoração.
3. Compreender a proteção e o cuidado de Deus para com o seu povo. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
A caminhada dos israelitas que saíram do Egito, grupo por grupo, debaixo das ordens de Moisés e Arão eram anotadas por Moisés do lugar de onde partiam, haja vista, Moisés possuir o hábito de escrever de próprio punho as localidades onde acampavam e os fatos acontecidos ali.
O objetivo de Moisés com estes registros era de que tanto aqueles que com ele subiram do Egito em direção a Canaã, como as gerações futuras pudessem conhecer o cuidado de Deus para com Israel durante os quarenta anos de peregrinações.
Considerando que a maioria dos que se acamparam em Moabe, no final da jornada, já haviam nascido no deserto, dos que do Egito sairam com Moisés, quase todos haviam perecido no caminho. Ali estava já uma nova geração que não havia conhecido o Egito.
Dessa forma, a saída do Egito aconteceu no dia 15 do primeiro mês do ano, Abibe ou Nisan – um dia depois da primeira Páscoa. Eles sairam de Ramessés de maneira vitoriosa e todos os egípcios viram. Os egípcios estavam sepultando os seus primeiros filhos que o Senhor os havia matado. Assim, o Senhor mostrou o seu poder a Faraó, e que os deuses dos egípcios nada puderam fazer.
Depois de sairem de Ramessés, os israelitas acamparam-se em Sucote. Sairam de Sucote e acamparam-se em Etã, que está na beira do deserto. Sairam de Etã e voltaram a Pi-Hairote que fica ao leste de Baal-Zefon, e acamparam-se perto de Migdó. Sairam de Pi-Hairote passaram pelo meio do Mar Vermelho e chegaram ao deserto de Sur.
Caminharam três dias no deserto e acamparam em Mara; dali foram para Elim e acamparam-se ali. Em Elim havia doze fontes de água e setenta palmeiras. Sairam de Elim e acamparam-se perto do golfo de Suez. Partiram dali e acamparam-se no deserto de Sim; e sucessivamente todas as etapas da caminhada encontraremos descritas conforme Números 33.1-53.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. A travessia do mar – A caminho da Terra Prometida em vez de seguirem por um caminho que os levassem direto à Canaã, o qual passava pela terra dos filisteus, Deus determinou para a caminhada dos filhos de Israel uma rota para o Sul, em direção às praias do Mar Vermellho.
 “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito.
Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito.
Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente dizendo: Certamente,  Deus vos visitará; daqui pois, levai convosco os meus ossos” (Ex 13.17,18, 20-22).
Se tivessem tentado passar pela Filistéia, seu prosseguimento teria sido obstado; pois os filisteus considerando-os como escravos que tinham escapado do Egito, não teriam hesitado em mover-lhes guerra. E os israelitas não estavam preparados para um encontro com aquele povo guerreiro.
Os israelitas tinham pouco conhecimento de Deus e por isso, não eram um povo que confiasse plenamente nas promessas do Senhor e estavam também mal preparados para um confronto com os filisteus.
Estavam desarmados, não era um povo acostumado a guerrear, e estavam deprimidos pelo longo cativeiro no Egito, além das muitas dificuldades pois, estavam acompanhados de mulheres, crianças e idosos, bem como de suas ovelhas e gado.
Ao guiar o povo pelo caminho do Mar Vermelho, o Senhor revelou-se como um Deus de compaixão para com os israelitas. Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, a entrada do deserto.
E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo, de noite.
Ao trazer à memória aqueles tempos de libertação, o salmista cantou assim: “Estendeu uma nuvem por cobertura, e um fogo para os alumiar de noite” (Sl 105.39; 1Co 1.2).
Estando acampados em Etã, em vez de continuarem o caminho, o Senhor disse a Moisés que voltassem e se acampassem defronte à Pi-Hairote, entre Migdol e o Mar, diante de Baal-Zefom; em frente deles vos acampareis junto ao Mar (Ex 14.2) – um quantitativo humano que só de homens de 20 anos para cima em números redondos somavam 600.000 e em números exatos eram de 603.550 – além das mulheres, idosos e crianças (Ex 12.37; 38.26; Nm 1.46).
“Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na Terra, o deserto os encerrou. Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que Eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram” (Ex 14.1-4).
O povo hebreu havia conquistado, pela ação divina, a sua saída do Egito, e Deus estava com eles, guiando-os em todo esse processo e percurso; porém, quando tudo parecia em paz, Faraó se levantou para caçar o povo (Ex 14.5,6).

A Bíblia diz que Deus criou as condições para que Faraó revelasse mais uma vez a insinceridade e maldade do seu coração perseguindo o povo, uma vez que Deus colocou o povo hebreu numa situação que dava a Faraó a oportunidade de atacar com êxito os judeus.

Os hebreus orientados por Deus, sairam de Ramessés para Sucote onde provavelmente passaram a primeira noite  (Ex 12.37). De lá, em vez de seguirem em frente, Deus os orientou a subirem “o caminho do deserto” em direção ao Mar Vermelho (Ex 13.18), onde não havia fortificação nenhuma dos egípcios por uma razão lógica: Quem fugisse do Egito por aquele caminho teria de passar pelo Mar Vermelho.
            .
Os hebreus estavam acampados ao lado do mar, cujas águas apresentavam uma barreira aparentemente intransponível diante deles, enquanto, ao Sul, uma áspera montanha lhe obstruía o avanço. Subtamente viram à distância a armadura luzente e carros que se moviam, que era um grande exército.

Aproximando-se a força, os exércitos do Egito logo foram vistos em plena perseguição aos filhos de Israel. O terror encheu os corações dos israelitas. Alguns clamavam ao Senhor, mas a grande maioria foi apressadamente a Moisés com suas queixas:

“Não havia sepulcro no Egito para nos tirares de lá para que morressemos neste deserto? Por que fizeste isto, que nos tem tirado do Egito? Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto”  (Ex 14.11,12).

Moisés ficou perturbado por seu povo manifestar tão pouca fé em Deus, apesar de terem repetidamente testemunhado a manifestação de seu poder em favor deles. Como poderia aquele povo acusá-lo dos perigos e dificuldades que estavam passando uma vez que o que ele tinha feito foi seguido as orientações de Deus.

Na verdade, onde os filhos de Israel estavam não havia nenhuma possibilidade de salvamento, a menos que o próprio Deus interviesse para os livrar. Moisés entendeu, que uma vez levado àquela situação fora em obediência á instrução divina. Em sua confiança em Deus, Moisés não tinha receio das consequências.

Sua resposta calma e afirmativa ao povo foi: “Não temais; estais quietos, e vêde o livramento do Senhor, que hoje vos fará: Porque os egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Ex 14.13).

Então a esperança voltou aos corações dos filhos de Israel. E Moisés levantou a sua voz ao Senhor. “Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua voz, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.

E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros, e os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros. E o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles.

E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda.

E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até o meio do mar. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor na coluna de nuvem e de fogo, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios, e tirou-lhe as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios.

E disse o Senhor a Moisés: Estende as tuas mãos sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os sus cavaleiros. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar, porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou.

Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhe como um muro à sua mão direita e à sua mão esquerda. Assim, o Senhor salvou Israel naquele dia das mãos dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor e creu no Senhor e em Moisés, seu servo” (Ex 14.15-30).

Séculos mais tarde, o salmista, descrevendo a passagem do mar por Israel, cantou: “Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grande águas; e as tuas pégadas não se conheceram. Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão” (Sl 77.19,20).

2. O cântico de Moisés – Depois de Deus ter afogado todo o exército de Faraó no mar, pela primeira vez na história, Israel se encontrou vivendo no deserto ao ar livre, por conta própria. Os hebreus haviam iniciado sua caminhada para a terra de Canaã. Deus provara ser fiel, a nação atravessara o mar em terra seca.

Diante de tão grande livramento, Moisés eleva um cântico ao Senhor em adoração. O cântico de Moisés foi uma forma de agradar a Deus pelos seus feitos, onde Moisés celebra a vitória de Deus no Mar Vermelho contra o poder do Egito (Ex 15.1-19).

Tal qual Moisés, Miriam juntamente com as mulheres também louvaram a Deus. Foi aquele um dia de grande alegria e celebração para Israel. Era impossível ficar calado diante da demonstração do poder de Deus. Na ocasião, o Espírito de Deus tomou Miriam para ela entregar uma mensagem profética da parte de Deus ao povo (Ex 15.20,21). Dessa forma, todo o Israel, em uma única voz, cantou e celebrou a grande vitória.

Os cânticos de Moisés e Miriã compreendem um estudo da vitória em retrospectiva. Os que haviam estado presentes durante a passagem através do mar, bem como as gerações seguintes, lembravam-se dessa vitória e louvavam a Deus por seu livramento.

O cântico de Miriã é a essência do louvor de Israel a Deus por seu livramento. O cântico de Moisés, por outro lado, é frequentemente considerado como tendo alcançado a sua atual forma em época posterior à conquista. O cântico de Moisés foi, provavelmente, usado em alguma época como hino na adoração de Israel; às vezes associado com a Páscoa.

3. A proteção e o cuidado de Deus – O Senhor não somente cuidou do seu povo, mas o conduziu de forma cuidadosa durante todo o deserto. Deus colocou uma coluna de nuvem para guiar o povo durante o dia, e uma coluna de fogo durante a noite, como evidência da sua presença, do seu amor e do seu cuidado por Israel (Ex 13.21,22; 40.38).

A presença da nuvem e do fogo permaneceu entre eles até chegarem à terra prometida, quarenta anos mais tarde. O Senhor não mudou, ele cuidou do seu povo na travessia pelo deserto e também cuida de nós em todo tempo (Hb 13.5).

IV – CONCLUSÃO:

No último estágio da caminhada – a planície de Moabe, Moisés se dirigiu a Deus com grande ardor através das seguintes palavras: “Senhor Jeová! Já começastes a mostrar ao teu servo a tua grandeza, e a tua forte mão:

Porque, que deus há nos céus e na Terra, que possa fazer segundo as tuas obras, e segundo a tua fortaleza? Rogo-te que me deixes passar, para que veja esta boa terra que está de além do Jordão; esta boa montanha e o Líbano” (Dt 3.24-27).

Mas a resposta de Deus foi: “Basta; não me fales mais nesse negócio; sobe ao cume do Pisga, e levanta teus olhos ao ocidente, e ao norte, e ao sul, e ao oriente, e vê com os teus olhos; porque não passarás deste Jordão”.

Sem murmurar, Moisés sujeitou-se ao decreto de Deus. E agora sua grande ansiedade era por Israel. Quem sentiria pelo bem-estar deles o interesse que ele sentira? De um coração repleto ele derramou esta oração:

“O Senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação, que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar: para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor” (Nm 27.16-23).

O Senhor ouviu a oração do seu servo; e a resposta veio: “Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o espírito, e põe a tua mão sobre ele. E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe mandamentos aos olhos deles, e põe sobre ele da tua glória, para que obedeça toda a congregação dos filhos de Israel” (Nm 27.16-20).

Josué havia durante muito tempo auxiliado a Moisés; e, sendo homem de sabedoria, habilidade e fé, foi escolhido para suceder-lhe. Mediante a imposição das mãos por Moisés, acompanhado de impressionante juramento, Josué foi solenemente separado como chefe de Israel. Foi também admitido a participar desde então no governo.

As palavras do Senhor concernentes a Josué vieram por meio de Moisés à congregação: “E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o Senhor: conforme ao seu dito sairão, e conforme ao seu dito entrarão, ele e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação”.





Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do Espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus