O SISTEMA
DE SACRIFÍCIO JUDAICO NO TABERNÁCULO E NO TEMPLO DE SALOMÃO - 09.06.19
Levítico
1.1-3; 2.1-3; 3.1,2; 7.1,2; 1Jo 2.1,2
Por: Pr. João Barbosa
O Sacerdócio – Desde a época em que a fumaça do sacrifício de Abel subiu
até Deus até a morte de Jesus Cristo na cruz do Calvário, a história da raça
humana está intimamente ligada a altares, sacerdotes e sacrifícios.
No começo cada homem era seu próprio sacerdote. Caim e Abel “trouxeram”
seus sacrifícios e apresentaram-nos a Jeová (Gn 4.1-5).
Após o dilúvio, Noé, reconhecendo a bondade de Deus, ergueu um altar sobre
a terra purificada e ofereceu sacrifícios ao grande Deus que lhe livrou da
destruição (Gn 8.20).
Com o passar do tempo, o cabeça da família fez as vezes de sacerdote no
altar e conduziu a família a adoração a Deus.
Exemplos de altares
de sacrifícios antes da lei – Abraão:
construiu altares em Siquém, entre Betel e Aí (Gn 12.8-10; 13.1-3), e no monte
Moriá (Gn 22.1-9).
Isaque: Construiu um altar
em Berseba (Gn 26.18,23-25).
Jacó: ofereceu sacrifícios
em Berseba em sua caminhada para o Egito a fim de encontrar-se com José (Gn
46.1).
Antes do êxodo, entre os filhos de Abraão não havia sacerdócio. Nenhuma
lei oficial regulamentava as ofertas e sacrifícios; mas os sacrifícios eram,
sem dúvida, oferecidos em obediência à ordem de Deus (Gn 4.1-5; 22.1-9; 35.1-3;
Rm 10.17; Hb 11.4).
Por determinação da lei, quando foi promulgada por Deus no monte Sinai o
sumo sacerdócio devia ser desempenhado por membro da casa de Arão, e durante o
tempo de maior pureza ritual pelo primogênito daquela família.
Todavia, Nadabe, o filho mais velho de Arão, morreu por causa de sua
impiedade, sendo ainda seu pai Arão o sumo sacerdote.
Sucedeu então que aquele alto lugar foi ocupado por Eleazar, cuja
linhagem foi sucedida séculos depois por Eli, um descendente da família de
Itamar, quarto filho de Arão.
Mas no tempo de Salomão o sumo-sacerdócio voltou para a família de
Eleazar, e nela permaneceu até o cativeiro da Babilônia. Arão foi consagrado
sumo-sacerdote por Moisés, e os seus filhos eram os sacerdotes (Lv 8).
No reinado de Davi eram tão numerosos os descendentes de Eleazar e
Itamar que não podiam ser todos empregados ao mesmo tempo como sacerdotes.
Foram por consequência divididos em vinte e quatro turnos ou ordens, servindo
cada turno em rotação semanal, duas vezes no ano alunar (1Cr 24).
Cada ordem tinha o seu chefe, e são esses chefes provavelmente os “príncipes
dos sacerdotes”, que tantas vezes se referem os evangelhos.
Ao seu cuidado estavam os sacrifícios os serviços religiosos no templo,
sendo as funções sacerdotais, na sua maior parte, determinada por sorte a cada
um.
Os levitas – Todos os
sacerdotes eram levitas, isto é, descendentes de Levi por Coate e Arão. Todavia,
Levi teve outros filhos, cujos descendentes se empregavam em serviços públicos.
Eles auxiliavam os sacerdotes, formavam a guarda do tabernáculo, e
levavam-no de lugar para lugar (Nm 4.2,22,29).
No reinado de Davi, todo o pessoal do culto, não contando com os
sacerdotes, estavam divididos em três classes, sendo cada uma destas classes
subdivididas em vinte e quatro turnos.
A primeira classe estava de serviço junto dos sacerdotes para os ajudar,
a segunda formava o coro dos cantores do templo, a terceira constituía o corpo
dos guardas e porteiros do templo (1Cr 24 – 26).
É provável, que os levitas, quando não estivessem de serviço no templo,
fossem os instrutores do povo, pois eles eram a classe instruída de Israel.
Para sustentação da grande família dos levitas havia quarenta e oito
cidades, com uma faixa de terra em volta de cada uma.
Tinham também o dízimo de todos os produtos e do gado do campo, cabendo
aos sacerdotes o dízimo desse dízimo (Lv 27.30; Nm 35.1-8).
Participavam também do dízimo daqueles produtos o que o povo geralmente deviam
gastar nos sacrifícios das festividades, para os quais eles eram convidados (Dt
14.22-27).
Os materiais do
sacrifício – Eram tomados tanto do reino vegetal como do reino animal, sendo que as
ofertas que eram tomadas do reino animal eram chamadas de ofertas de sangue ou
cruentas e se usavam no preparo das duas espécies de sacrifícios o sal mineral
que era o emblema da pureza.
As ofertas cruentas
eram ofertas pelo pecado, oferta pela transgressão ou culpa, oferta queimadas
ou holocausto e oferta de paz ou sacrifício pacífico.
Do reino vegetal, empregava-se para os sacrifícios, certos alimentos
como farinha, trigo torrado, bolos e incensos, e as libações como sendo, por
exemplo, vinho no seu estado natural ou fermentado (Fp 2.17).
Estes sacrifícios andavam ordinariamente unidos, e eram considerados
como uma adição aos sacrifícios de ações de graça, feitos com fogo (Nm 15.5-11;
28.7-15; Lv 14.10-21).
Os animais oferecidos eram bois, cabras e carneiros, devendo ser sem
mancha, não podiam ter menos de oito dias, nem mais do que três anos.
As pombas eram também oferecidas em alguns casos (Lv 5.7). Nunca se
ofereciam peixes e os sacrifícios humanos eram expressamente proibidos (Lv 20.25).
O lugar do sacrifício – Os sacrifícios
eram oferecidos somente no pátio, que estava à entrada do tabernáculo, e mais
tarde no templo (Lv 17.1-9; Dt 12.5-7).
Havia, porém, de tempos em tempos sacrifícios em outros lugares (Jz 2.5;
6.26; 13.19; 1Sm 7.17; 9.12; 11.15; 16.5; 1Re 18.19-32).
Conclusão – O sistema
sacrificial dominou toda história da fé religiosa hebraica, mas alguns dos
profetas posteriores começaram a sentir que o sistema de sacrifícios não
satisfaziam as necessidades mais profundas do adorador.
A “rejeição” do sistema estava no ar (Am 5.21-27; Is 1.10-20; Sl
51.16,17). Uma mudança total veio com o Messias – Jesus Cristo.
Sacrifícios no NT – Jesus, seus discípulos
e os primeiros cristãos, ainda vivendo no contexto judaico do AT observaram as
exigências do sistema sacrificial.
Cristo não exigiu sua abolição (Mt 5.24). Ele ordenou aos leprosos que haviam
sido limpos que cumprissem as leis sacrificiais (Mt 8.4; Lc 17.14).
Ele previu que sua própria morte seria um sacrifício vicário (Mc 10.45;
Mt 20.28). O Evangelho de João refere-se a ele como “o cordeiro de Deus” que
remove os pecados do mundo (Jo 1.36; Ap 13.8).
Os romanos destruíram Jerusalém em 70 d.C. e, com a cidade também, o
sistema sacrificial dos judeus.
Esse sistema não foi restaurado, e os cristãos passaram a considerar o “sacrifício
sangrento” de Jesus Cristo, o Messias, o cumprimento de todos os tipos e sombras
do antigo sistema de sacrifícios.
O livro de Hebreus é uma grande elaboração sobre este tema (Hb 8.7;
10.1), para declarações específicas de sumários.
O Espírito Eterno tornou seu sacrifício totalmente eficaz (Hb 9.13,14). A
Redenção era vista no sangue de Cristo (1Pe 1.18,19,24).
Em 1João lemos sobre a expiação e a limpeza do pecado em Cristo (1Jo 1.7;
2.22; 5.6,8; Ap 1.5). Em Rm 12.1 o sacrifício ideal é o próprio homem espiritual
que se torna um “sacrifício vivo”, ao cumprir o desejo de Deus para sua vida
(Rm 15.16; Fp 2.17; 4.18; 1Pe 2.5).
BIBLIOGRAFIA:
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Teologia e Filosofia – Vl 7 Editora
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Graçasa Deus que os comentários estão de volta. Obrigado pastor.
ResponderExcluirSou professor da Escola Dominical e seus comentários ajudam nas explicações de sala. Paz
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