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terça-feira, 4 de junho de 2019

O SISTEMA DE SACRIFÍCIO JUDAICO NO TABERNÁCULO E NO TEMPLO DE SALOMÃO


O SISTEMA DE SACRIFÍCIO JUDAICO NO TABERNÁCULO E NO TEMPLO DE SALOMÃO - 09.06.19
Levítico 1.1-3; 2.1-3; 3.1,2; 7.1,2; 1Jo 2.1,2
Por: Pr. João Barbosa

O Sacerdócio – Desde a época em que a fumaça do sacrifício de Abel subiu até Deus até a morte de Jesus Cristo na cruz do Calvário, a história da raça humana está intimamente ligada a altares, sacerdotes e sacrifícios.

No começo cada homem era seu próprio sacerdote. Caim e Abel “trouxeram” seus sacrifícios e apresentaram-nos a Jeová (Gn 4.1-5).

Após o dilúvio, Noé, reconhecendo a bondade de Deus, ergueu um altar sobre a terra purificada e ofereceu sacrifícios ao grande Deus que lhe livrou da destruição (Gn 8.20).

Com o passar do tempo, o cabeça da família fez as vezes de sacerdote no altar e conduziu a família a adoração a Deus.

Exemplos de altares de sacrifícios antes da leiAbraão: construiu altares em Siquém, entre Betel e Aí (Gn 12.8-10; 13.1-3), e no monte Moriá (Gn 22.1-9).
Isaque: Construiu um altar em Berseba (Gn 26.18,23-25).
Jacó: ofereceu sacrifícios em Berseba em sua caminhada para o Egito a fim de encontrar-se com José (Gn 46.1).
Antes do êxodo, entre os filhos de Abraão não havia sacerdócio. Nenhuma lei oficial regulamentava as ofertas e sacrifícios; mas os sacrifícios eram, sem dúvida, oferecidos em obediência à ordem de Deus (Gn 4.1-5; 22.1-9; 35.1-3; Rm 10.17; Hb 11.4).

Por determinação da lei, quando foi promulgada por Deus no monte Sinai o sumo sacerdócio devia ser desempenhado por membro da casa de Arão, e durante o tempo de maior pureza ritual pelo primogênito daquela família.

Todavia, Nadabe, o filho mais velho de Arão, morreu por causa de sua impiedade, sendo ainda seu pai Arão o sumo sacerdote.

Sucedeu então que aquele alto lugar foi ocupado por Eleazar, cuja linhagem foi sucedida séculos depois por Eli, um descendente da família de Itamar, quarto filho de Arão.

Mas no tempo de Salomão o sumo-sacerdócio voltou para a família de Eleazar, e nela permaneceu até o cativeiro da Babilônia. Arão foi consagrado sumo-sacerdote por Moisés, e os seus filhos eram os sacerdotes (Lv 8).

No reinado de Davi eram tão numerosos os descendentes de Eleazar e Itamar que não podiam ser todos empregados ao mesmo tempo como sacerdotes.
Foram por consequência divididos em vinte e quatro turnos ou ordens, servindo cada turno em rotação semanal, duas vezes no ano alunar (1Cr 24).

Cada ordem tinha o seu chefe, e são esses chefes provavelmente os “príncipes dos sacerdotes”, que tantas vezes se referem os evangelhos.

Ao seu cuidado estavam os sacrifícios os serviços religiosos no templo, sendo as funções sacerdotais, na sua maior parte, determinada por sorte a cada um.

Os levitas – Todos os sacerdotes eram levitas, isto é, descendentes de Levi por Coate e Arão. Todavia, Levi teve outros filhos, cujos descendentes se empregavam em serviços públicos.

Eles auxiliavam os sacerdotes, formavam a guarda do tabernáculo, e levavam-no de lugar para lugar (Nm 4.2,22,29).

No reinado de Davi, todo o pessoal do culto, não contando com os sacerdotes, estavam divididos em três classes, sendo cada uma destas classes subdivididas em vinte e quatro turnos.

A primeira classe estava de serviço junto dos sacerdotes para os ajudar, a segunda formava o coro dos cantores do templo, a terceira constituía o corpo dos guardas e porteiros do templo (1Cr 24 – 26).

É provável, que os levitas, quando não estivessem de serviço no templo, fossem os instrutores do povo, pois eles eram a classe instruída de Israel.

Para sustentação da grande família dos levitas havia quarenta e oito cidades, com uma faixa de terra em volta de cada uma.

Tinham também o dízimo de todos os produtos e do gado do campo, cabendo aos sacerdotes o dízimo desse dízimo (Lv 27.30; Nm 35.1-8).

Participavam também do dízimo daqueles produtos o que o povo geralmente deviam gastar nos sacrifícios das festividades, para os quais eles eram convidados (Dt 14.22-27).

Os materiais do sacrifício – Eram tomados tanto do reino vegetal como do reino animal, sendo que as ofertas que eram tomadas do reino animal eram chamadas de ofertas de sangue ou cruentas e se usavam no preparo das duas espécies de sacrifícios o sal mineral que era o emblema da pureza.

As ofertas cruentas eram ofertas pelo pecado, oferta pela transgressão ou culpa, oferta queimadas ou holocausto e oferta de paz ou sacrifício pacífico.

Do reino vegetal, empregava-se para os sacrifícios, certos alimentos como farinha, trigo torrado, bolos e incensos, e as libações como sendo, por exemplo, vinho no seu estado natural ou fermentado (Fp 2.17).

Estes sacrifícios andavam ordinariamente unidos, e eram considerados como uma adição aos sacrifícios de ações de graça, feitos com fogo (Nm 15.5-11; 28.7-15; Lv 14.10-21).

Os animais oferecidos eram bois, cabras e carneiros, devendo ser sem mancha, não podiam ter menos de oito dias, nem mais do que três anos.

As pombas eram também oferecidas em alguns casos (Lv 5.7). Nunca se ofereciam peixes e os sacrifícios humanos eram expressamente proibidos (Lv 20.25).

O lugar do sacrifício – Os sacrifícios eram oferecidos somente no pátio, que estava à entrada do tabernáculo, e mais tarde no templo (Lv 17.1-9; Dt 12.5-7).

Havia, porém, de tempos em tempos sacrifícios em outros lugares (Jz 2.5; 6.26; 13.19; 1Sm 7.17; 9.12; 11.15; 16.5; 1Re 18.19-32).

Conclusão – O sistema sacrificial dominou toda história da fé religiosa hebraica, mas alguns dos profetas posteriores começaram a sentir que o sistema de sacrifícios não satisfaziam as necessidades mais profundas do adorador.

A “rejeição” do sistema estava no ar (Am 5.21-27; Is 1.10-20; Sl 51.16,17). Uma mudança total veio com o Messias – Jesus Cristo.

Sacrifícios no NT – Jesus, seus discípulos e os primeiros cristãos, ainda vivendo no contexto judaico do AT observaram as exigências do sistema sacrificial.

Cristo não exigiu sua abolição (Mt 5.24). Ele ordenou aos leprosos que haviam sido limpos que cumprissem as leis sacrificiais (Mt 8.4; Lc 17.14).

Ele previu que sua própria morte seria um sacrifício vicário (Mc 10.45; Mt 20.28). O Evangelho de João refere-se a ele como “o cordeiro de Deus” que remove os pecados do mundo (Jo 1.36; Ap 13.8).

Os romanos destruíram Jerusalém em 70 d.C. e, com a cidade também, o sistema sacrificial dos judeus.

Esse sistema não foi restaurado, e os cristãos passaram a considerar o “sacrifício sangrento” de Jesus Cristo, o Messias, o cumprimento de todos os tipos e sombras do antigo sistema de sacrifícios.

O livro de Hebreus é uma grande elaboração sobre este tema (Hb 8.7; 10.1), para declarações específicas de sumários.

O Espírito Eterno tornou seu sacrifício totalmente eficaz (Hb 9.13,14). A Redenção era vista no sangue de Cristo (1Pe 1.18,19,24).

Em 1João lemos sobre a expiação e a limpeza do pecado em Cristo (1Jo 1.7; 2.22; 5.6,8; Ap 1.5). Em Rm 12.1 o sacrifício ideal é o próprio homem espiritual que se torna um “sacrifício vivo”, ao cumprir o desejo de Deus para sua vida (Rm 15.16; Fp 2.17; 4.18; 1Pe 2.5).


                      
BIBLIOGRAFIA:
HABERSHON Ada. Manual de Tipologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2003
OLIVEIRA, Raimundo F. de. Como Estudar e Interpretar a Bíblia. Editora CPAD, 1986
ALMEIDA, Abraão O Taberrnaculo e a Igreja. Editora CPAD. Rio de Janeiro, 2018
MELO, Joel Leitão de.  Sombras, Tipos e Mistérios da Bíblia. Editora CPAD, 1989
Bíblia Tradução Revista e Atualizada. SBB
WATER, Mark. Enciclopédia de Fatos da Bíblia. Editora Hagnus. São Paulo 2014
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnus, São Paulo, 2003
BROWN, e. Raymond. Novo Comentário Bíblico de São Jerônimo – Antigo Testamento. Editoras Academia Cristã e Paulus. SPaulo, 2007
CHAMPLIIN. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – Vl 7  Editora Hagnus. São Paulo, 2006

2 comentários:

  1. Graçasa Deus que os comentários estão de volta. Obrigado pastor.

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  2. Sou professor da Escola Dominical e seus comentários ajudam nas explicações de sala. Paz

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