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quarta-feira, 18 de abril de 2018

Lição 04 -Ética Cristã e o Aborto - 22.04.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 04 -Ética Cristã e o Aborto - 22.04.2018
Texto Bíblico: Salmos 139.1-18
Por: Pr. João Barbosa

Embora o aborto seja um dos temas atuais mais polêmicos e que mais causa divisão, ainda é a cirurgia realizada com mais frequência em adulto nos Estados Unidos. Estima-se que um em cada três bebês concebidos neste país são intencionalmente abortados.

Com certeza, o aborto não é um fenômeno recente, pois essa prática, ou a rejeição dela, tem uma longa história no mundo antigo. Para os sumérios, os babilônios, os assírios e os hititas, o aborto era um crime sério.

Seguindo essa tradição, o juramento de Hipócrates, até pouco tempo recitado pelos médicos em sua formatura, declarava: “Não darei a nenhuma mulher um perssário para provocar um aborto”.

Outro exemplo de forte oposição ao aborto na antiguidade vem do Código Legal do império medo-assírio do século XII a.C. Sem medir palavras, os antigos assírios afirmavam: Se alguma mulher abortar intencionalmente, depois de julgada e condenada, deverá ser empalada em estacas sem enterro.

E se tiver morrido ao abortar, a empalarão em estacas sem enterrá-la. No entanto, a cultura grega tolerava a prática do aborto. Platão defendia que a mulher grávida de embrião defeituoso não deveria dar à luz. Aristóteles achava que as crianças deformadas deveriam ser abandonadas para morrerem.

Paul Cartledge resumiu da seguinte forma a visão esclarecida da cidade-estado Esparta no século V a.C:  Os espartanos se preocupavam com a reprodução da população da cidade, o que mais interessava era a qualidade. Os recém nascidos eram submetidos a um ritual de inspeção e avaliação realizado pelos “anciãos das tribos”, nas palavras de Plutarco.

Os bebês eram imersos em uma banheira contendo, provavelmente, vinho não diluído, para que se observasse sua reação. Se não passava no teste, as consequências eram fatais. Os bebês eram levados para um lugar misteriosamente denominados “o depósito”. E lançados à morte certa em uma ribanceira.

Isso também ocorria com os bebês que tivessem a infelicidade de nascer com alguma deformidade ou deficència séria imediatamente visível. A cultura judaica em contraposição a essas práticas antigas rejeitavam o aborto.

O historiador judeu Flávio Josefo, próximo do fim do século I da era cristã descreveu: “a lei ordenou que todas as crianças recebam a devida criação e proibiu as mulheres de abortar ou destruir a semente; a mulher que o faz será julgada como assassina de crianças, porque fez com que uma alma se perdesse e que a família de um homem fosse diminuída”.

A Didaquê conhecida como a instruçao dos doze apóstolos, chamada com frequência de “manual da igreja primitiva”, apresentava as seguintes proibições concisas, que concluíram uma prescrição contra o aborto:

“Não matarás; não cometerás adultério; não corromperás crianças; não viverás em imoralidade sexual; não furtarás; não praticarás a magia; não te encolverás com feitiçaria; não abortarás uma criança nem cometerás infanticídio”.

Os comentários do pai da igreja, Clemente de Alexandria, também são claros sobre essa questão. Ele aconselhou: toda nossa vida só pode prosseguir segundo o plano perfeito de Deus se adquirirmos o dmomínio sobre nossos desejos, praticando a continência desde o início em vez de destruirmos por atos perversos e perniciosos a descendência humana, cujo nascimento é obra da providência divina.

As pessoas que recorrem a medicamentos abortivos para esconder sua fornicação são responsáveis pelo assassinato direto não so do feto mas também de toda a raça humana.

As pessoas são feitas à imagem de Deus – Quando nos voltamos para as Escrituras, como é dever de todo cristão, para encontrar respostas a esse problemas, muitos declaram de forma apressada e triunfante que a Bíblia não trata diretamente da questão do aborto nem tampouco das pesquisas com células troncos de embriões humanos.

Mas é preciso avaliar logo esse tipo de afirmação, pois esse fato dificilmente indicaria que Deus não se preocupa com a questão. Na realidade a Bíblia não se opõe diretamente ao uso da cocaína, ao genocídio, ao suicídio ou a eutanásia, mas pouco defenderia que todas ou algumas dessas prática sejam moralmente neutras na perspectiva bíblica.

Se não houvesse outras referências além de Gênesis, ainda assim haveria textos dos primeiros livros da Biblia que retratam a humanidade como portadora da imagem de Deus, distinta de todo o restante da ordem criada.

Os principais textos hebraicos relacionados aos seres humanos como portadores da imagem de Deus são: tselen (“imagem”, “semelhança”) e demuti (“forma”, “molde”, “semelhança”) – Gn 1.26,27; 5.1;9.6.

Quando falamos da vida humana estamos tratando de uma selhança com Deus sem igual na criação. As Escrituras não esperam como fazem os modelos de desenvolvimento da vida, para constatar a imagem de Deus só na pessoa racional e autoconsciente que já nasceu; na verdade, a pessoa já é portadora da imagem divina independente dessas consideraçãoes.

O Salmista retrata a humanidade como distinta de todo o restante da criação por causa da imagem de Deus. Sejam os humanos “pouco abaixo de Deus” (Sl 8.5). Sejam “um pouco menos do que os seres celestiais”, como os anjos (Sl 8.5; Hb 2.7,9).

O ensinamento central permanece o mesmo: em toda ordem criada, a humanidade é única e foi estabelecida acima das demais criaturas da terra por ordem e autoridade divinas. As crianças não são vistas na Bíblia como um aborrecimento; elas são “presentes” e “herança do Senhor” (Sl 127.3).

Ausência de filhos não é a situação preferível, mas uma condição em que a pessoa anseia, para que Deus em sua providência, a torne fértil, porque a sua soberania também se estende à concepção (Gn 29.31,33; 30.22; 1Sm 1.19,20).

A majestade da onipotência de deus na formação do corpo humano – Há dois textos que ensinam sobre o valor e a santidade da vida e nos ajudam a compreendê-los: Sl 139.13-18; Ex 21.22-25.

“Ó Deus, como são preciosos para mim os teus pensamentos! Como é grande a soma deles! Se eu os  contasse, seriam mais do que os grãos de areia. Quando eu desperto ainda estou contigo” (Sl 139.17,18).

Quais são as características da onipotência de Deus no desenvolvimento da formação do nosso corpo antes de termos nascido? Primeiro, Deus criou o íntimo do meu ser (139.13a), segundo, Deus me formou no ventre de minha mãe (139.13.b, 14), terceiro, Deus me viu ainda embrião e me amou (139.15, 16a), quarto, Deus determinou todos os meus dias antes de eu viver o primeiro deles (139.16b,d; 17.18).

Se Deus determinou todos os nossos dias antes de termos vivido o primeiro deles, como atentaríamos contra esta vida dada soberanamente por Deus?

O Salmo 139 é um dos mais notáveis sobre os atributos de Deus. Os versículos de 1 a 6 retratam a “onisciência” de Deus porque Ele sabe tudo sobre você e eu nos mínimos detalhes.

Os versículos 7 a 12 focalizam a “onipresença” de Deus, pois não há nenhum lugar em que podemos nos esconder da atenção ou da ajuda de Deus. Mas na seção de versículos 13 a 18, o Senhor demonstra sua “onipotência”.

Certamente, nenhuma dessas palavras (onisciência, onipresença ou onipotência) são encontradas no texto bíblico; porém elas capitam as ideias presentes nas Escrituras.

Deus criou o íntimo do meu ser (139.13a). O verbo hebraico para “criar” vem da raiz qãnâ. Há seis passagens no AT: Sl 139.13; Gn 14.19,22; Dt 32.6; Sl 74.2; Pv 8.22, em que esse verbo parece ter o sentido de “criar”.

Originalmente a palavra era uma metáfora para a procriação, mas depois veio a significar a atividade criadora de Deus. O fato é que os mortais são conhecidos e cuidados pelo Senhor desde a origem do seu ser. E é lá na fase embrionário que Deus cria o espírito dentro do útero da mulher (Zc 12.1).

Como Salomão ensinou em Ec 11.5 “Assim como você não conhece o caminho do vento nem como o corpo é formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o criador de todas as coisas”. E isso também é verdade em Sl 139.13a – a obra de um Senhor tão extraordinário ultrapassa tudo o que conseguimos imaginar ou até começar compreender.

Por isso, o texto hebraico do versículo 13 inicia de maneira enfática, como no versículo 2 deste Salmo: “És tu, Senhor”.

Deus me formou no ventre da minha mãe – A obra do Criador é descrita de modo vívido: Ele “tece, trança, entrelaça” nossos ossos, tendões, veias e assim por diante (139.13b). Com uma linguagem intensamente pessoal, o Salmista volta a dizer “eu” e “meu”. A criatura deve louvar a Deus milhares de vezes pela obra divina realizada de forma tão “assombrosa” e “maravilhosa”, oculta aos olhos de todos e vista apenas pelo próprio Deus.

O homem e a mulher são criaturas supremas acima de todo o restante da ordem criada. Embora todas as obras de Deus sejam “maravilhosas”, a formação do corpo humano é algo impressionante e fascinante, que palavras não podem descrever.

Deus me viu ainda em embrião e me amou – Sl 139.15,16a. O versículo 15 começa com as palavras “minha estrutura”, referentes principalmente à forma do nosso esqueleto e a nossos ossos, mas que também incluem a soma dos elementos de nosso ser.


No entanto, nenhum dos aspectos de nossa forma em desenvolvimento escapou da atenção, do cuidado e do controle do Criador. O ventre de nossa mãe é descrito aqui como “lugar secreto” do hebraico seter, como se estivéssemos “nas profundezas da terra”.

O autor usa a figura de linguagem das “partes inferiores da terra” ou do seu “interior” para se referir ao laboratório  secreto de nossa origem terrena. Certamente ac imagem é natural, porque o primeiro Adão foi formado do pó da terra.

De forma ainda mais impressionante, o texto afirma que os “olhos” do próprio Deus “viram o meu corpo ainda informe”.

A palavra hebraica para “corpo ainda informe” é golmi com o sentido de “meu embrião”, aqui utilizada porque o embrião tem a forma de um ovo, ideia sugerida pela raiz hebraica da palavra “embrião”, que significa “enrolar, embrulhar”, assim como a palavra latina glomus que  significa “bola”.

Fica evidente que a obra e os cuidado de nosso Senhor remontam à nossa origem e formação no útero. Para Deus, o embrião não é “só um punhado de tecidos” sem vida; ao contrário, Deus já sentia amor e afeto por nós quando estávamos sendo tecidos no útero de nossa mãe.

CONCLUSÃO – Todos esses pensamentos são maravilhosos e impressionantes demais para o salmista (v.17,18). Além de serem tão maravilhosos, também são muito numerosos e elevados para que os mortais possam compreendê-los.

Tentar enumerar a forma das obras de Deus na formação do nosso corpo seria como tentar contar os grãos de areia na praia.

Consultas:
BAPTISTA Douglas.Comentarista da Lição Bíblica do 2º. Trimestre.  Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
BAPTISTA Douglas. Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo. CPAD. Rio de Janeiro 2018
Bíblia de Estudo NTLH
KAISER. Walter. C. Jr. O cristão e as Questões Éticas da Atualidade. Editora Vida. São Paulo. 2015
CHAMPLIN Norman Russell. Enciclopédia de Bíblia  Teologia e Filosofia. Vl 2.
VETH, Gene Edwuard Jr. Tempos Pós-Modernos – Uma avaliação  cristã do pensamento e da cultura da nossa época. Edit. Cultura Cistã. São Pauulo  1999
ELWELL. Walter. A Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Edit. Vida Nova SPaulo 2009
FRAME, John M. A Doutrin da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
REIFLER, Hans ULRICH. A Ética dos dez mandamentos. SPaulo 1992
MAR, Gary De. Quem Controla a Escola Governa o Mundo. Editora Monergismo.Brasília, 2014
GEISLER, Norman L. Ética Cristã – Alternativas e Questões Contemporâneas. Edit. Vida Nova São Paulo, 2010
ACH Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013
CHAFFER. Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
CHAMPLIN Norman Russell. Novo Dicionário Bíblico – Completo, Prático e Exegético. 1ª Edição.  Editora Hagnos, Sao Paulo, fevereiro, 2018
BROWN, Raymond e outros. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento. Editora Academia Cristã. São Paulo, 2007

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Lição 02 - Ética Cristã e Ideologia de Gênero - 08.04.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 02 - Ética Cristã e Ideologia de Gênero - 08.04.2018
Texto Bíblico: Isaias 5.18-24
Por: Pr. João Barbosa

A questão ética que mais deixa os ânimos acirrados em nossos dias é provavelmente o tema da homossexualidade. Atualmente, a homossexualidade e o lesbianismo se tornaram um tema de política e moralidade públicas.

Os homossexuais protestam e pressionam o Congresso por direitos iguais aos dos heterossexuais. Reivindicam nada menos do que uma aceitação completa do modo de vida gay, livre de quaisquer perseguições, críticas, barreiras legais e condenação. Embora não representem nem cinco por cento da população.

Tradicionalmente, os intérpretes das Escrituras têm encontrado advertências contra a homossexualidade em pelo menos dez passagens bíblicas: (Gn 19.1-8; Lv 18.22; 20.13; Jz 19.16-30; Ez 16.44-50; Rm 1.26,27; 1Co 6.9-11; 1Tm 1.8-10; 2Pe 2.6-8; Jd v 6-8).

Os dois Testamentos são bastante claros em sua condenação da homossexualidade, seja masculina ou feminina. O fundamento para toda compreensão da sexualidade humana está no plano de Deus apresentado em Gn cap. 1 e 2.

Nele, Deus restringiu o sexo a somente dois gêneros: masculino e feminino, não três, ou mais. Ele ensinou que não era bom que o homem estivesse só (Gn 2.18), por isso, “formou” Eva como correspondente e companheira do homem.

O homem havia sido instruído por Deus a “deixar” pai e mãe, e em seu lugar “unir-se” a sua esposa, para que fosse “uma só carne” (Gn 2.24).

Cinco elementos deveriam ser as características distintiva dessa compreensão do amor matrimonial: fidelidade, permanência, reconciliação, saúde e plenitude, e sacrifício.

A fidelidade é prometida no voto nupcial de “renunciar todos os demais”, pois o casal promete que a conduta e o amor de natureza sexual são restritos um ao outro. Os homossexuais desprezam de modo claro qualquer tentativa de limitar a sexualidade gay à monogamia.

Em sua revista The Advocate, um estudo realizado em 1995 com 2.500 de seus leitores gays, descobriu que apenas dois por cento deles tinham somente um parceiro homem, enquanto que cinquenta e sete por cento tinham mais de trinta parceiros, e trinta e cinco por cento mais de uma centena.

Ademais, um casal unido em matrimônio promete diante de Deus e da igreja reunida que seu casamento será permanente – “até que a morte os separe”.

Segundo Walter C. Kaiser Jr em sua obra “Os critãos e as questões éticas da atualidade – Editora Vida Nova - 2016”, o casamento heterossexual também proporciona saúde e plenitude ao seu cônjuge porque não expõe um ao outro aos riscos de saúde que, ao contrário, predomina entre os que  têm um modo de vida gay.

Parceiros homossexuais expõem um ao outro a sérios problemas de saúde, como explica, de maneira comedida, Peter Moore: “o tecido que reveste o reto não é resistente susceptível à penetração como a parede da vagina”.

Por um momento, Moore deixa de lado a discussão em torno da Aids e chama a nossa atenção para o fato de que setenta e cinco por cento dos homossexuais têm o histórico de uma ou mais doenças sexualmente transmissíveis, e todo ano cerca de quarenta por cento deles contraem essas doenças.

Apesar de se falar muito em sexo seguro, o uso de preservativos não é totalmente seguro como se diz. O judaísmo e o cristianismo uniram o amor herótico, o casamento e a procriação. Os homossexuais não consideram o sexo como algo sacrificial em nenhum aspecto; ao contrário é egocêntrico e busca a própria satisfação.

 Argumentos bíblicos contra a homossexualidade – O pecado de Sodoma era a homossexualidade. Não há como dizer que, no contexto relacionado a Sodoma e Gomorra, a palavra hebraica conhecer não possui claramente o sentido de prática sexual.

Isso é evidente por várias razões. Dez entre doze vezes que essa palavra é usada no Gênesis, ela se refere à relação sexual (Gn 4.1,25). Praticamente, todo o tempo, essa palavra “conhecer” é usada para fazer alusão em relação entre um homem e uma mulher, referindo-se à prática da relação sexual (Gn 4.17, 25; 19.8; 24.16; 38.26).

Neste mesmo relato de Sodoma e Gomorra, quando Ló se refere às duas filhas como mulheres que não “conheceram” um homem, a palavra significa “conhecer sexualmente” (Gn 19.8).

O significado de uma palavra é descoberto pelo contexto no qual ela é usada. Neste contexto a palavra assume definitivamente uma conotação sexual, o que pode ser visto na referência a maldade da cidade e na menção ao oferecimento das virgens como um meio de aplacar as paixões sexuais daqueles homens (Gn 19.8).

“Conhecer”, neste contexto, não significa “se fazer conhecido” uma vez que está relacionando a um modo muito perverso (Gn 19.7). Quando Ló lhes oferece suas filhas virgens para aplacar a intenção daqueles homens que queriam abusar dos anjos porque eles apareceram em forma humana.

O pecado de Sodoma não foi simplesmente a falta de hospitalidade, não foi apenas o egoísmo, mas foi também a homossexualidade. Em Ez 16.49-50, não está excluído a homossexualidade. O texto indica claramente que o pecado deles era sexual visto que é chamado de “abominação”, a mesma palavra usada para descrever pecados homossexuais em Lv 18.22.

As profecias de Isaias em Is 56.3-5 citadas pelo movimento gay como se esse texto bíblico fizesse referência aos homossexuais não têm o menor respaldo nas Escrituras. Ao contrário do que é reivindicado pelo movimento gay, Isaias não faz nenhuma previsão sobre os eunucos serem aceitos no reino de Deus.

A profecia de Isaias fala sobre “eunucos”, e não sobre homossexuais. Como sabemos, o eunuco é um homem castrado, e não um homossexual. Os “eunucos” aqui mencionados são provavelmente eunucos em termos espirituais, e não físico.

Jesus falou de “eunucos” espirituais, que abriram mão da possibilidade do casamento por amor ao reino de Deus (Mt 19.11,12). Podemos dizer que este é um exemplo claro de leitura em que se adequa o texto bíblico às crensas de um indivíduo (eisegese) ao invés de exegese.

Davi e Jônatas não eram homossexuais. Não há nenhuma indicação nas Escrituras de que Davi e Jônatas eram homossexuais. Pelo contrário, há uma evidência muito forte de que eles não eram. A atração que Davi sentiu por Bat-Seba (2Sm 11), revela que sua orientação sexual era heterossexual, e não homossexual.

De fato, a julgar pelo número de mulheres que Davi teve, parece que sem dúvida ele sofria de uma heterossexualidade exagerada. O “amor” de Davi por Jônatas não era um amor sexual (eros), mas um amor fraternal (philia).

Além do mais, Jônatas não se despiu de todas as suas roupas na presença de Davi como diz o movimento gay, mas apenas de sua armadura e de sua capa real (1Sm 18.4 NTLH) – “E ele tirou a capa que estava usando e a deu a Davi. Deu também a sua túnica militar, a espada, o arco e o cinto”.

O beijo era uma forma de saudação cultural comum entre os homens daqueles dias, assim como é ainda hoje algo natural entre os mulçumanos no Oriente Médio. Tal beijo não aconteceu quando Jonatas deu sua armadura e capa para Davi, mas sim no intervalo de dois capítulos e meio adiante (1Sm 20.41).


Por fim, a emoção que ambos expressaram foi o choro (v.41) e não orgasmo. O texto diz “eles se despediram, beijando um ao outro, e choraram, mas Davi chorou muito mais. A demais Davi descreve a amizade de Jônatas superior a das mulheres, não no sentido sexual, mas social. Ambos mantinham relacionamentos heterossexuais em seus casamentos.

Casamento monogâmico e heterossexual – Ao instituir o casamento Deus ordenou: “O homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2.24). Isso significa que a união monogâmica “um homem e uma mulher” e heterossexual, “um macho e uma fêmea”, sempre fez parte da criação original de Deus.

A diferenciação dos sexos visa a complementariedade múltiplia da união conjugal: “Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher é sem o varão” (1Co 11.11). Podem mudar as culturas e os costumes mas a palavra de Deus permanece para sempre (Mt 24.35).

O modelo de família cristã – A declaração de fé das Assembléias de Deus no Brasil crê, professa e ensina que a família é “instituição criada por Deus, que tem por princípios reguladores e estruturantes a monogamia e a heterossexualidade”.

Por essas razões nossa confissão de fé rejeita a homossexualidade (1Co 6.10) e qualquer configuração social que se denomina família cuja existência é fundamentada em  prática, união ou qualquer conduta que atenta contra a monogamia e a heterossexualidade consoante ao modelo instituído pelo Criador e ensinado pelo Senhor Jesus (Mt 19.4-6).

Educação dos filhos com distinção dos sexos – Educar não consiste apenas em suprir os meios de subsistência e proporcionar bem estar necessário. Cabe também aos pais educar os filhos na admoestação do Senhor (Ef 4.6), promover o diálogo e o amor mútuo (Ef 6.1.2).

A família cristã não póde perder a referência bíblica na educação de seus filhos. Explicar e orientar que homens e mulheres possuem órgãos sexuais distintos que os diferencia sexualmente é responsabilidade dos pais.

Deve-se ensinar ainda, o respeito e não descriminação, mas também a diferenciação entre os sexos a fim de coibir a inoportuna “luta de gêneros” (Gn 1.27; 1Co 11.11,12; Ef 5. 22-25).

A ideologia de gênero na educação secular – Nesse aspecto, os pais ou os responsáveis pelos estudantes devem redobrar a atenção. Os ativistas labutam para implantar a “ideologia de gênero” nas escolas por meio de material didático e para didático, uma nova pedagogia voltada para a desconstrução sexual e o doutrinamento das crianças e alunos em geral.

No Brasil, em 2014. Durante a tramitação no Congresso Nacional do PNE, que dita as diretrizes e metas da educação para os próximos dez anos, após diversas pressões de parlamentares cristãos, a ideologia de gênero foi retirada do texto.

Após uma série de debates, o Ministério da Educação manteve a ideologia de gênero na base nacional comum  curricular, porém, agora, na disciplina de Ensino Religioso a base nacional se limita por enquanto ao Ensino Infantil e Fundamental.

Por fim – O que se pode afirmar é que a ideologia de gênero pretende relativizar a verdade bíblica e impor ao cidadão aquilo que deve ser considerado como ideal. O mal vem sendo propagado, mas os cristãos possuem o dever de reagir e “batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos santos” (Jd 3).

Consultas:
BAPTISTA Douglas.Comentarista da Lição Bíblica do 2º. Trimestre.  Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
BAPTISTA Douglas. Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo. CPAD. Rio de Janeiro 2018
Bíblia de Estudo NTLH
KAISER. Walter. C. Jr. O cristão e as Questões Éticas da Atualidade. Editora Vida. São Paulo. 2015
CHAMPLIN Norman Russell. Enciclopédia de Bíblia  Teologia e Filosofia. Vl 2.
VETH, Gene Edwuard Jr. Tempos Pós-Modernos – Uma avaliação  cristã do pensamento e da cultura da nossa época. Edit. Cultura Cistã. São Pauulo  1999
ELWELL. Walter. A Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Edit. Vida Nova SPaulo 2009
FRAME, John M. A Doutrin da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
REIFLER, Hans ULRICH. A Ética dos dez mandamentos. SPaulo 1992
MAR, Gary De. Quem Controla a Escola Governa o Mundo. Editora Monergismo.Brasília, 2014
GEISLER, Norman L. Ética Cristã – Opções e Questões Contemporâneas. Edit. Vida Nova São Paulo, 2010
ACH Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013
CHAFFER. Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
CHAMPLIN Norman Russell. Novo Dicionário Bíblico – Completo, Prático e Exegético. 1ª Edição.  Editora Hagnos, Sao Paulo, fevereiro, 2018
BROWN, Raymond e outros. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento. Editora Academia Cristã. São Paulo, 2007