Igreja Evangélica Assembleia de Deus
em Abreu e Lima Pernambuco
Pr Presidente Roberto José do Santos
Subsídios
Bibliológicos para o Tema: A razão da nossa Fé – Assim cremos e assim vivemos
João 1.1-14
Por: Pr. João Barbosa
O estado pre-encarnado de
Cristo: O Antigo e o Novo Testamento apresentam claramente que Cristo é o Filho
eterno de Deus.
Como Filho, ele é eternamente
submisso ao Pai, fato evidenciado na eternidade passada pela sua boa vontade em
submeter-se à vontade do Pai para ser o Redentor da humanidade.
Jesus proclamou: “Então,
disse: eis aqui venho no princípio do livro está escrito de mim, para fazer, ó
Deus, a tua vontade. Como acima diz: sacrifício e oferta, e holocausto, e oblações
pelo pecado não quiseste, nem te agradaram, então, disse: eis aqui venho, para
fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na
qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo,
feita uma vez” (Hb 10,7-10).
Enquanto esteve na terra
Cristo sempre obedeceu à vontade do Pai (Jo 15.10). Jesus sendo em forma de
Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma
de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz
(Fp 2.6-8).
Na eternidade vindoura, Cristo
ainda se submeterá ao Pai. Assim escreveu Paulo: “Depois, virá o fim, quando
tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império
e toda potestade e força.
Porque convém que reine até
que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. O ultimo inimigo que há
de ser aniquilado é a morte. E quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas,
então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou,
para que Deus seja tudo em todos” (1Co 15.24-26,28).
A
filiação eterna de Cristo segundo o NT: Como a segunda pessoa da Santíssima
Trindade Cristo não teve começo. João escreveu: “No princípio, era o verbo, e o
verbo estava com Deus, e o verbo era Deus” (Jo 1.1).
Na realidade, “todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).
Paulo acrescentou: “Nele foram criadas todas as coisas que há nos céu e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é
antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.16,17).
Jesus orou: “E, agora,
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo
antes que o mundo existisse” (Jo 17.5).
“Em verdade, em verdade vos
digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58). Cristo é o Filho
eterno do Pai eterno. Quando ele disse: “Eu e o pai somos um” (Jo 10.30). “Os
judeus pegaram em pedras” (Jo 10.31), reivindicando o direito de mata-lo “Pela
blasfêmia, porque, sendo tu homem te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10.33).
Na carta do apóstolo Paulo
aos Colossenses 1.15 é dito acerca de Jesus o qual é imagem do Deus invisível,
o primogênito de toda criação. Justino Mártir diz que esse texto aponta para a
divindade de Cristo, em contraste com a sua humanidade.
Novaciano do terceiro século
de nossa era, ao referir-se a presente passagem diz que Cristo é unigênito por
ser divino; porque na qualidade de palavra divina em relação ao Pai, era o unigênito,
mas que a criação subsequente de outros seres fez dele o primogênito.
Portanto, esse é um título
que indica posição, e não começo no tempo, embora essa relação com o mundo
tenha começado dentro do tempo. Porém, o que é dito acerca da relação não pode
ser aplicada ao ser essencial que não teve princípio.
A
filiação eterna de Cristo segundo o AT: O Salmista escreveu: “Eu, porém,
ungi o meu rei sobre o meu santo monte Sião. Recitarei o decreto: O Senhor me
disse: Tu és meu filho; eu hoje te gerei.
Pede-me, e eu te darei as nações
por herança e os confins da terra por tua possessão. Beijai o filho, para que
se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a sua ira. Bem
aventurados todos aqueles que nele confiam (Sl 2.6-8,12).
Provérbios acrescenta: “Quem
subiu ao céu e desceu? Quem cerrou o vento nos seus punhos? Quem amarrou as águas
na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu
nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes” (Pv 30.4). Uma das
extraordinárias provas da filiação e deidade pré encarnada de Cristo do AT é a
sua aparição como “o anjo do Senhor”.
O mensageiro de Jeová é Jeová.
No AT o termo “Jeová” (Senhor) é exclusivamente usado em alusão a Deus. E o próprio
Deus proclamou: Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que
formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para
que fosse habitada: Eu sou o Senhor Jeová e não há outro (Is 45.18).
Deus diz que este título é o
seu “nome”, dizendo: “Eu sou o Senhor Jeová. E eu apareci a Abraão e a Isaque,
e a Jacó, como o Deus Todo Poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor, não lhe fui
perfeitamente conhecido” (Ex 6.2,3).
O mensageiro do Senhor é Jeová:
Este ponto está claro quando ele apareceu a Moisés, pois “apareceu-lhe o anjo
do Senhor em uma chama de fogo, no meio de uma sarça” (Ex 3.2).
No v.7, ele é chamado “O
Senhor (Jeová),” e no v. 14, ele dá o seu nome como “Eu sou o que Sou”.
Em outros
lugares do AT, o mensageiro do Senhor é chamado Deus.
Em Gn 18.1, um dos mensageiros
(anjos) que apareceu a Abraão se chamava Jeová (“o Senhor”). Quando os outros
dois anjos partiram para Sodoma, lemos: “Abraão ficou ainda em pé diante da
face do Senhor (Jeová)” (Gn 18.22).
Semelhantemente, “o anjo do Senhor”
que apareceu a esposa de Manuá (Jz 13.3) aceitou e respondeu a oração de Manuá,
que ele “orou instantemente ao Senhor e disse: Há Senhor meu, rogo-te que o
homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos
fazer ao menino que há de nascer” (Jz 13.8). Na realidade, Manuá lhe perguntou
qual era o seu nome, ele disse que o seu nome era maravilhoso (Jz 13.18; Is 9.6).
O anjo do Senhor é uma pessoa
diferente do Senhor. No AT, vez ou outra o anjo do Senhor, que é o Senhor,
falou com outra pessoa que é chamada “o Senhor” “Jeová”.
Por exemplo, Zacarias
registrou: “Então, o anjo do Senhor respondeu e disse: Ó Senhor dos exércitos,
até quando não terás compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as
quais estiveste irado estes setenta anos. Respondeu o Senhor (Jeová), ao anjo”
(Zc 1.12,13).
O mesmo tipo de conversa
aconteceu entre o Pai e o Filho no Sl 110.1, onde Davi escreveu: “Disse o
Senhor (Jeová) ao meu Senhor (Adonai): Assenta-te á minha mão direita, até que
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
Em Mt 22.42,45 Jesus
confirmou esta interpretação do texto. No Sl 45, o Pai fala com o Filho
dizendo: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um
cetro de equidade” (Sl 45.6; Hb 1.8).
O anjo do Senhor é Cristo. O
anjo do Senhor é a segunda pessoa da trindade, verdade derivada de duas linhas
de evidências importantes. Primeiro, o anjo do Senhor no AT desempenha o mesmo
papel que Cristo desempenha no NT. O Pai é quem planeja e envia o Redentor, o Filho
é quem é o Redentor, e o Espírito Santo é quem convence e aplica a redenção àqueles
que são redimidos.
Segundo, assim que o Filho,
Cristo, entrou em permanente forma encarnada (Jo 1.1,14; 1Jo 4.2) nunca mais o
anjo do Senhor aparece, embora um anjo apareça de vez em quando (At 12.7). Nenhum
anjo que ordena ou aceita adoração ou afirma ser Deus jamais aparece novamente.
O
Cristo pré-existente se fez carne (Jo 14.15):
Nesse prólogo de profunda
revelação divina o apóstolo
inspirado apresenta o Cristo histórico do Evangelho na sua pré-existência
eterna, sua divindade, sua obra criadora, sua relação com o pai, sua encarnação,
sua missão redentora, sua revelação, sua graça e sua glória.
Jesus Cristo é o verbo eterno,
a luz da vida em sua expressão real, perfeita, completa e infinita. O verbo eterno
que se fez carne revelou a natureza e a paternidade de Deus, revelou o plano
divino da salvação do homem e revelou seu amor, sua justiça, sua santidade, sua
verdade e sua glória.
No princípio, isto é, antes
que existissem quaisquer seres celestes, humanos ou animais, o verbo estava
face a face com Deus.
No Filho unigênito de Deus estava
a vida na sua essência e na sua maravilhosa expressão. E a vida que estava no Verbo
era a luz dos homens – luz intelectual, luz moral, luz espiritual, luz divina.
Jesus Cristo é a revelação
plena e perfeita de Deus aos homens: “Nele estava a vida, e a vida era a luz
dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”
(Jo 1.3-6).
Luz é figura da verdade e do
conhecimento. A luz dissipa as trevas e permanece: “Eu, que sou a luz, vim ao
mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo
12.46).
Verdadeiramente, “em ti está
a fonte da vida; na tua luz, veremos a luz” (Sl 39.9). A luz divina, que é
Jesus Cristo, o Filho de Deus, tem não somente o testemunho da verdade, mas até
o testemunho humano de que ele é a vida e a luz.
Deus mesmo providenciou este
testemunho na pessoa de João Batista. Sua missão singular e gloriosa era de
testemunhar que Jesus Cristo era o Verbo eterno e verdadeiro Deus, a luz dos
homens para iluminar os corações que jazem nas trevas do pecado e da morte (Jo
1.26-34).
Jesus Cristo, que era a luz,
já estava no mundo que ele criou, mas o mundo não o conheceu (Jo 1.10,11). O
mundo, na sua incredulidade e depravação, já não podia conhecer o seu criador.
Entretanto, havia, na terra, um povo que devia conhecê-lo: era o povo de Israel,
o povo escolhido de Deus, a quem através de milênios se havia revelado e lhe havia
manifestado seu santo nome, sua personalidade, sua misericórdia e seu amor.
É deste Cristo histórico que
testificam a Santíssima Trindade (Mt 3.13-17) e João Batista (Jo 1.15-34) e,
ainda, todos os apóstolos, os evangelistas e os discípulos de Cristo, em todos
os tempos. E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).
Somente Jesus Cristo é cheio
de graça, porque ele é Deus. Maria, a bendita virgem e mãe de Jesus, não era
cheia de graça, mas, como afirma o texto sagrado, agraciada. Maria recebeu a
graça de Deus e não é despenseira da graça. A graça pertence a Deus, e somente
ele é quem distribui a quem ele quer.
Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD CPAD - 3º. Trimestre 2017. Comentarista: Pr.
Esequias Soares
SOARES Esequias. A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim
vivemos. CPAD RJaneiro 2017
GIOIA Egídio. Notas e Comentários À
Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerpe – Rio de Janeiro, 1981
CAMPOS. Heber Carlos de. O Ser de Deus e
os seus atributos. Coleção Fé evangélica. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2002
BERKHOF Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2015
GEISLER, Norman.Teologia Sistemática.
CPAD. RJaneiro 2010.
CHAMPLIN, R. N. PHD. O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo Vol.5. Edit Hagnus. São Paulo, 2012
A
Bíblia Apologética com Apocrifos. ICP – Edição Ampliada – RJaneiro, 2015
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