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sexta-feira, 14 de julho de 2017

A Santíssima Trindade: Um só Deus em três Pessoas

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Abreu e Lima Pernambuco
 Pr Presidente Roberto José do Santos
Subsídios Bibliológicos para o Tema: A razão da nossa Fé – Assim cremos e assim vivemos:
Lição 03 –  - 16.07.17 - EBD CPAD
1Co 12.4-6; 2Co 13.13
Por: Pr. João Barbosa e Prof. Laudicéa Barboza                                                                
No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus (Jo 1.1).
João está apresentando a genealogia sobrenatural e divina de Jesus Cristo, o eterno filho de Deus.

Jesus Cristo é o LOGOS divino, o VERBO eterno que se fez carne e habitou entre nós.
B.H.Caroll distingue três elementos essenciais da divindade do LOGOS:

a) A eternidade absoluta de seu ser: “No princípio era o VERBO”.
b) A personalidade distinta de seu ser: “E o VERBO estava com Deus” – duas pessoas juntas.
c) Natureza e essência da Deidade: “E o verbo era Deus”.

W.C.Taylor, interpretando o termo LOGOS, diz: “O termo LOGOS não significa somente Razão, mas a fala com que a razão se comunicou aos homens...”

O termo LOGOS tem duas linhas na sua hereditariedade...
Para o grego, o LOGOS era a razão que procede de Deus. Para o hebreu, o LOGOS era a Vontade e 

Plano de Deus entrando na história, para guia-la e controlar seu curso...
A ideia hebraica é a mais forte no significado resultante do vocábulo. O LOGOS é a plena expressão da mente divina e do seu coração, no tocante a redenção do homem...

O LOGOS de Deus, sua expressão de si mesmo, tomou para si uma realidade perfeita.
A expressão “no princípio”, nos versos 1 e 2, evidentemente “significa na eternidade”, pois o VERBO é o eterno Filho de Deus. É o próprio Deus.

Esta mesma expressão “no princípio”, acha-se também em Gênesis 1.1, porém se refere ao princípio ou origem ou começo de todas as coisas existentes pelo ato criador de Deus, em sentido absoluto da criação da matéria não existente, e que Deus criou-a do nada; e, também, dos seres celestiais e tudo quanto possa existir como criação de Deus.

Ainda temos a expressão “desde o princípio”, em João 8.44, que, indubitavelmente, não tem o mesmo sentido da de João 1.1,2, mas se refere ao começo de um ato de rebelião de um ser angélico criado por Deus, que é o diabo, e que, portanto, não era eterno.
2) A Trindade e a Triunidade de Deus

Os termos Trindade e Triunidade referindo-se a Deus, não se acham na Escritura Sagrada.
TRINDADE DIVINA não significa três deuses num só nem três pessoas numa só, e nem significa que Deus se manifesta em três modos diferentes.

A Escritura nos revela “Deus uno em essência e em três pessoas distintas eternas e iguais”.
“Essência é aquilo que faz que uma coisa seja o que é: natureza íntima das coisas”.
“Em Deus há três pessoas distintas e uma só divindade”.

As três pessoas da SANTÍSSIMA TRINDADE têm uma só essência, uma só personalidade, que chamamos TRIUNIDADE de Deus.
a) O Pai é Deus: “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu seu selo” (Jo 6.27).
b) O Filho é Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1)
c) O Espírito Santo é Deus: “Ananias, porque Satanás encheu o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno?... Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).

Deus é uno em essência e em três pessoas DISTINTAS.

“A essência de Deus é única e indivisível, mas tem três modos de subsistência, e não três modos de manifestação. A pluralidade da Divindade não é a pluralidade de essência, mas pluralidade pessoal”.

Portanto, a essência de Deus é única e indivisível, em três pessoas distintas e em três modos de subsistência.

Por isso o nome da TRIUNDIDADE DIVINA é: “EU SOU O QUE SOU”. EU SEREI O QUE SEREI”.

Deus é uno em essência e em três pessoas eternas.
O modo da triúna existência de Deus é inescrutável. Entretanto, a Escritura nos revela Deus nessa inescrutável existência eterna, e nós pela graça de Deus, CREMOS. E isso nos basta.

E negar a doutrina da TRINDADE E TRIUNIDADE de Deus porque é inescrutável ao homem, é pecado de presunção, pois o homem finito jamais poderá definir o Infinito.

Negar a TRINDADE de Deus é negar a Verdade da Palavra de Deus. Negar a TRINDADE é negar que Jesus Cristo é a Verdade.

Negar a TRINDADE é negar o Espírito da Verdade. Negar a TRINDADE é negar que Cristo é o verdadeiro Deus (1Jo 5.20).

Entre os muitos heréticos que negam a TRINDADE DIVINA acham-se os modernos “Testemunhas de Jeová” e os “Mórmons”.

Sua literatura é perniciosíssima, saturada de erros bíblicos de toda sorte, exatamente porque negam a doutrina da Trindade.

Mas a doutrina da trindade nos fornece a chave de todas as outras doutrinas bíblicas. Quem erra na doutrina da trindade, errará fundamentalmente em todas as demais doutrinas da Bíblia Sagrada.

A base bíblica para compreender a doutrina da trindade:
Embora esse termo Trindade aplicado a Deus Pai, Filho e Espírito Santo só tenha sido mencionado pela primeira vez por Tertuliano aproximadamente no ano 220 a.D, uma leitura atenta da Bíblia nos mostra que ambos os Testamentos fazem referência a essa matéria de maneira muito clara.

Veremos a seguir algumas evidências textuais da doutrina da trindade no NT.

Textos sobre o batismo de Jesus:
 (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21-23; Jo 1.32-34). Estas passagens falam do filho encarnado que está diante de João Batista para ser batizado enquanto o Espírito desce do céu tomando a forma corpórea de uma pomba e ao mesmo tempo ouve-se a voz do Pai dizendo algo sobre o Filho amado.
Nesses textos percebe-se três pessoas que aparecem simultaneamente, e não três modos diferentes da mesma pessoa se apresentar, como pensam os modalista.
Embora a ênfase maior da pessoa recaia sobre o Pai (que fala) e o filho que está sendo batizado, todavia, o Espírito aparece de forma distinta das outras duas pessoas.

Textos sobre a fórmula batismal:
(Mt 28.16-20; Mc 16.15-18). Os textos sobre o batismo de Jesus mostram a presença simultânea das três pessoas de uma forma bem distinta.

Textos sobre a bênção apostólica:
 (1Co 13.13). Esta passagem bíblica nos mostra de maneira clara as três pessoas sendo apontadas como as beneficiadoras dos remidos de Deus.
Deve-se observar que esse texto mostra que as funções abençoadoras de cada uma das três pessoas tem um caráter pessoal.

A graça, o amor e a comunhão são propriedades de pessoas, não de energias ou de poderes. Há três pessoas distintas claramente ensinadas nessa passagem.
Ap 1.4,5 também nos mostra as três pessoas juntas, mas com nomenclaturas diferentes. Neste texto o 

Pai é chamado àquele que era, que é e que há de vir e aquele que está no trono; o Filho, Jesus Cristo, é chamado de a fiel testemunho o primogênito dos mortos e o soberano dos reis da terra;
O Espírito é chamado de “os sete Espíritos de Deus”. Portanto, graça, paz e amor vêm desse Deus Triuno.

O curioso é que a bênção aarônica de Nm 6.24-27 também mostra uma forma triúna à luz do ensino do NT (2Co 13.13).

Textos gerais sobre a Trindade:
(1Co 12.4-6). Nesta passagem há novamente a menção das três pessoas exercendo funções diferentes na capacitação da igreja. O Espírito é o mesmo que distribui os dons para os membros do corpo (v.4);
o Filho que aqui é chamado de Senhor, é quem, determina o lugar onde os membros do corpo vão trabalhar (v.5); e o Pai é quem dá a diversidade das realizações dos membros do corpo (v.6).
(Ef 4.4-6). 

Nesta passagem, Paulo trata da unidade do corpo, dando várias evidências da mesma. A característica importante é que essa unidade gira em torno das três pessoas da trindade. Há um só Espírito, um só Senhor e um só Deus e Pai de todos.

A Trindade, como no texto de 1Co 12.4-6, é a mola mestra da vida do corpo (a igreja). Sem as pessoas da trindade o corpo (a igreja) não pode funcionar.
(1Pe 1.1,2). Enquanto as duas passagens acima têm a ver com a capacitação da igreja, esta tem a ver com a obra sotereológica das pessoas da Trindade.

O Pai é o responsável pela eleição, segundo a sua presciência; a obra da redenção dos pecadores é feita pela aspersão do sangue de Jesus Cristo, o Filho, e a santificação dos eleitos e redimidos é feita pelo Espírito Santo.

(Jd 20-22). Esta passagem também nos mostra as três pessoas novamente exercendo funções diferentes na vida dos santos.

O Pai é quem guarda os santos no seu amor. O Filho é a expressão da misericórdia divina, na qual os santos devem esperar. O Espírito é o que edifica os santos na fé santíssima, ou seja, no corpo de doutrina recebido, a mesma fé que uma vez foi entregue aos santos.

CONCLUSÃO:
A Trindade é uma doutrina com sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia os cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade.

Essa doutrina está implícita no AT, pois há declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus (Gn 1.26; 3.22; 11.6,7; Is 6.8-11)

Em Is 6.8-11 há de forma bem clara uma manifestação da Triunidade de Deus, pois deis o Pai está assentado no Trono enquanto o profeta Isaias está falando da pessoa do Filho (Mt 13.13-15; Jo 12.38-41), e do Espírito Santo (At 28.25-27).

Apesar da ênfase da doutrina monoteísta com o shemá: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6.4), reafirmada pelo Senhor Jesus Cristo (Mc 12.29), o AT mostra que a unidade de Deus não é absoluta.

O NT revela que essa pluralidade se restringe ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo (Mt 28.19; 1Co 12.4-6; 2Co 13.13; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2).


Lições Bíblicas EBD CPAD - 3º. Trimestre 2017. Comentarista: Pr. Esequias Soares
SOARES Esequias. A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos. CPAD RJaneiro 2017
GIOIA Egídio. Notas e Comentários À Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerpe – Rio de Janeiro, 1981
CAMPOS. Heber Carlos de. O Ser de Deus e os seus atributos. Coleção Fé evangélica. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2002
BERKHOF Louis. Teologia Sistemática.  Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2015

 A Bíblia Apologética com Apocrifos. ICP – Edição Ampliada – RJaneiro, 2015

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