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quinta-feira, 10 de abril de 2014

O propósito dos Dons Espirituais - Lição 02 – 2º. Tri EBD CPAD – 13.’04.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: 1Co 12.8-11; 13.1,2     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Conscientizar-se de que os dons espirituais não são para elitizar o crente.
2. Compreender que os dons devem ser utilizados para edificar a si mesmo e aos outros.
3. Saber que o propósito dos dons é a edificação do corpo de Cristo.

CONSIDERAÇÕES:
A palavra dons no NT tem diversos significados. O termo doma indica a oferta de um presente, uma boa coisa (Mt 7.11). O pão nosso é uma dádiva de Deus (lc 11.13). Deus concede dons aos homens (Ef 4.8; Sl 68.19). A palavra charis indica dom gratuito ou graça (2Co 8.4).
O termo charisma é muito utilizado em estudo nas igrejas, pois tem o significado de dons do Espírito Santo, conferidos pela graça de Deus; o termo charismata que encontramos em 1Co 12.4,9,28,31 tem o sentido de Dons da Graça.
Os dons não são para elitizar o crente – Depois de ter pregado em Atenas, a filósofos e sábios gregos e visto poucas conversões, Paulo partiu para Corinto, cerca de 45km distante. O apóstolo estava com o espírito quebrantado pelas experiências nas cidade por onde passara: Listra, Derbe, Icônio, Filipos, Tessalônica, Beréia e Atenas.
A cidade de Corinto – Enquanto Atenas era a capital intelectual da região, Corinto era a capital da depravação. Era Corinto uma das cidades mais devassas da época, e um porto de forte comércio com muitos marinheiros de diferentes religiões e desejos, com muitas atrações ao prazer e a licenciosidade. Ali estava o templo de Afrodite com mais de mil sacerdotizas cultuais de prostitutas.
O termo grego korintianizomai, que literalmente quer dizer agir como um coríntio, adquiriu o sentido de cometer fornicação. Foi nessa condição moral da cidade, que o apóstolo Paulo organizou a igreja de Corinto (At 18.1-18).
A igreja de Corinto era verdadeiramente uma igreja cristã gentílica, que viera do paganismo, mas que de alguma forma continuava permeada pelo mesmo. A despeito disso, eram superiores moralmente ao mundo, pois tinham evidências do fato que a graça de Cristo operava entre eles.
Os capítulos 12 e 14 desta epístola, permite-nos compreender quão profundo era o exercício dos dons espirituais na igreja de Corinto. As manifestações da sabedoria, da fé, dos milagres, das profecias,  do discernimento de espíritos, do falar em línguas, e da interpretação de línguas e dons de curar. Finalmente o apóstolo afirma que naquela igreja nenhum dom lhes faltava (1 Co 1.7,12; 3.1-6, 21-23), mas os crentes de Corinto tinham criado facções. Havia entre eles:
1. Os legalistas – tinham como herói, Pedro;
2. Os intelectuais e filósofos – tinham como herói, Apólo;
3. Os liberais – tinham como herói, Paulo;
4. Os cristãos – O herói destes era Jesus. Provavelmente esse grupo se compunha de místicos, e por certo eram exclusivistas, reivindicando para si mesmo um conhecimento e uma experiência superiores que os membros das demais facções de Corinto.
Parece que esse grupo negava ter conecção com qualquer herói humano, jactando-se de uma pureza maior. Não formavam  uma denominação, portanto, estando acima desse tipo de coisa. Na verdade, talvez tivessem sido a denominação mais estrita, dentre aquelas em formação, por serem o grupo mais exclusivista.
Não passou muito tempo para aqueles grupos se separarem em igrejas distintas. Já pelos fins do segundo século da era cristã, haviam mais de vinte grupos cristãos diferentes; organizações completamente separadas umas das outras, todas elas reivindicando alguma proximidade especial a Cristo, e algumas até mesmo reivindicando singularidade: segundo sua opinião, eles eram os únicos verdadeiros cristãos. Alguns teólogos acreditam que essas facções criadas em Corínto tornaram-se o embrião das denominações como conhecemos hoje.
  Devemos observar que os homens de Deus não concordaram com estas facções. Apolo, chegou inclusive a se recusar fazer uma visita a Corinto por causa desses partidarismos (1Co 16.12). Pedro, ficou solidário com Paulo no Concílio de Jerusalém, por isso o apóstolo diz, somos um só corpo (1Co 12.12-24).
Paulo se dirige aos crentes de Corinto dizendo: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo” (1Co 3.1,2). Quando uns dizem eu sou de Paulo ou sou de Apolo; porventura não sois carnais? (1Co 3.2,4).
Edificando a si mesmo e aos outros – No dia de Pentecostes, os cento e vinte crentes reunidos, ao receberem o dom do Espírito Santo, falaram em línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (At 2.3,4). Essas línguas eram idiomas humanos e tinham efeito evangelizador.
Eram línguas compreendidas por aqueles estrangeiros que estavam presentes. Essas línguas ficaram também como sinal ou evidência do batismo com o Espírito Santo (At 10.45,46). Desse modo essa experiência podia ser comprovada quanto ao tempo e local de recebimento.
Falar em outras línguas também é descrito como um dos dons concedidos  ao crente pelo Espírito Santo, que é o dom de variedades de línguas, diferente da língua como sinal ou evidência do batismo com o Espírito Santo. Com exceção do Dia de Pentecostes, as línguas estranhas nem sempre são entendidas por quem fala e também por quem ouve, pois, em  mistério, a pessoa fala com Deus (1Co 14.4).
A manifestação do dom de variedade de línguas é direcionado à igreja, por esse motivo esse dom deve ser sempre acompanhado de interpretação (1Co 14.4,5, 23-25). Segundo o apóstolo Paulo, não havendo quem interprete é melhor que o que está sendo usado fale consigo mesmo e com Deus (1Co 14.28). O dom de variedades de línguas, acompanhado do dom de interpretação de línguas é equivalente a profecia (1Co 14.5).
Edificar todo o corpo de Cristo – Por causa do partidarismo na igreja de Corinto (1Co 1.12,13; 3.2-7), o apóstolo Paulo mostra que a igreja é edificada por Deus (1Co 3.9), e Cristo é o fundamento (1Co 3.11), e cada um veja como edifica sobre este fundamento, o qual é Jesus Cristo (1Co 3.10). Paulo adverte da responsabilidade dos edificadores (1Co 3.12-15), e que não devemos confiar nos homens mas sim em Deus (1Co 3.21-23).
Despenseiros dos dons – O apóstolo Pedro exortou a igreja sobre como o dom de Deus deve ser administrado. E usou a figura do despenseiro, que, antigamente, era o homem que cuidava da despensa. Tinha que ser homem de total confiança do patrão. Ele cuidava da aquisição dos mantimentos; zelava pela sua guarda, para que não se estragassem, e distribuía-os para a alimentação da família. Ele tinha a chave da despensa.
Dessa forma, os despenseiros de Deus, ministros ou membros da igreja, que é “a família de Deus” (Ef 2.19), precisam ter muito cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor, para provisão, alimentação espiritual e edificação.
Diz Pedro: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1Pe 4.10,11).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO, Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 - CPAD
GRUDEM, Wayne. O Dom de Profecia – Do NT aos dias atuais. São Paulo, 2004. Edit.Vida
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva.São Paulo, 2004 Edit.Vida
BARCLAY, William. As Obras da Carne e o fruto do Espírito. Vl 2. São Paulo, 2000. Edit. Vida Nova
SOUZA, Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná. 2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
CARSON. A. D. A manifestação do Espírito – A Contemporaneidade dos dons à luz de 1º. Coríntios 12 a 14. São Paulo, 2013. Edit. Vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl  7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
KUYPER Abraham. A Obra do espírito – O Espírito Santo em ação na igreja e no indivíduo. São Paulo, 2-010. Ed.Cultura Cristã.
SOARES, Antônio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

CHAMPLIN. R. N .Enciclopédia de Bíblia e Teologia – Vol.1 Editora Hagnus

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