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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Lição 13- A Ressurreição de Jesus - 28.06.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre / 2015
                         Lucas 24.1-12; Mc 16.1-8; Mt 28.1-10; Jo 20.1-10

Reflexão: A ressurreição de Jesus é a grande garantia de que todos que morreram em Cristo se levantarão do pó da terra.

Os discípulos de Jesus se apegaram com firmeza à esperança do estabelecimento do reino de Deus dentro de um breve período de tempo.

Discutia-se entre eles sobre quem teria a posição mais elevada no reino (Mt 18.1). A mãe dos filhos de Zebedeu se aproximou de Jesus com os seus filhos fazendo um pedido.

Jesus perguntou-lhe, que queres? Ela respondeu: Que estes meus dois filhos se assentem um a tua direita e o outro a tua esquerda, no teu reino (Mt 20.20,21).

A morte de Jesus abalou todas essas esperanças. A vinda do reino, fora um sonho perdido, aprisionado no túmulo junto com o corpo de Jesus (Lc 24.21).

Muito embora Jesus tivesse predito sua morte, a condição de um Messias que morresse era estranha.

E a ideia do papel que uma cruz poderia desempenhar na missão do Messias, pareceu tão estranha que a crucificação de Jesus poderia apenas significar uma desilusão para seus seguidores.

Foi interpretando esse sentimento que o apóstolo Paulo afirmou: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos” (1Co 1.23).
Por definição, o Messias deveria ser um soberano que reinaria e não um que morreria como um criminoso crucificado.

Morto Jesus, foi colocado no túmulo de José de Arimateia, para se cumprir Is 53.9; onde é dito que será sepultado com os ricos.

A doutrina da ressurreição – Houve episódio de ressureição antes da do Senhor Jesus Cristo no AT, nos dias do profeta Elias quando  ele ressuscitou p filho da viúva de Sarepta (1Re 17.21-24) e Eliseu quando ressuscitou o filho da Sunamita (2Re 4.20.32-36), e um soldado que foi colocado na sepultura de Eliseu, que ao tocar em seus ossos ressuscitou (2Re 13.21).

No NT, a filha de Jairo (Lc 8.44-55), o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-15), Lázaro (Jo 20.11-44), Dorcas (At 9.36-40), Eutico (At 20.9-12).
Esses são exemplos de pessoas que morreram e voltaram a viver por algum tempo, vindo a morrer uma segunda vez.

Jesus morreu e ressuscitou para nunca mais morrer; por isso ele é a primícias dos que dormem (1Co 15.20).

A natureza da ressurreição – Segundo o evangelista João, a ressurreição de Jesus foi física e literal. Em uma de suas aparições ele disse:

Vede as minhas mãos e o meus pés, que sou eu mesmo. Tocai-me e vede que um espírito não tem carne nem ossos, como vede que eu tenho” (Lc 24.39).

Sua ressurreição foi corporal, um evento físico. Quando Cristo ressuscitou, embora o seu corpo tenha sido transformado, ele ressuscitou com o mesmo corpo físico que fora sepultado (1Co 15.14,15; Lc 24.39-43).

As aparições de Jesus após a ressureição:

1. Á Maria Madalena quando ela se encontrava sozinha no túmulo (Jo 20.11-37; Mc 16.9-11).

2. Às demais mulheres quando se dirigiam ao túmulo pela segunda vez (Mt 28.9,10).

3. A Pedro na tarde do domingo da ressurreição (Lc 24.34; 1Co 15.5).

4. Aos discípulos na Estrada de Emaus (Mc 16.12,13; Lc 24.13-35).

5. Aos dez apóstolos em Jerusalém. Tomé ausente. (Mc 16.14; Lc 24.36-43; Jo 20.19-23).

6. Aos onze apóstolos uma semana depois da ressurreição. Tomé estava presente (Jo 20.26-29).

7. A sete apóstolos junto ao Mar da Galileia (Jo 21.1-23).

8. A quinhentos discípulos conforme afirma Paulo (1Co 15.6).

9. A Tiago o irmão do Senhor (1Co 15.7).

10. Aos onze apóstolos sobre um Monte da Galileia (At 28.16-20).

11. Por ocasião de sua ascensão, no Monte das Oliveiras a mais quinhentos irmãos (Lc 24.44-53; At 1.3-9; 1Co 15.6).

12. Estevão na hora do seu martírio (At 7.55,56).

13. A Paulo na Estrada de Damasco (At 9.3-6; 22.6-11; 26.13-18).

14. A Paulo na Arábia (Gl 1.12-17).

15. A Paulo no Templo (At 22.17-21).

16. A Paulo na prisão em Cesareia (At 23.11).

17. Ao próprio Paulo como a um abortivo (1Co 15.8).

18. A aparição final de Cristo foi a João na Ilha de Patmos (Ap 1.10-20).

Propósitos da ressurreição de Jesus:
Sua ressurreição foi predita pelos profetas (Sl 16.10; At 13.34,35).
Predita por Ele mesmo (Mt 20.19; Mc 9.9; 14.28; Jo 2.19-22).

A ressurreição de Jesus era necessária:

Para cumprimento das Escrituras (Lc 24.45,46).
Para o perdão dos pecados (1Co 15.17).
Para a justificação (Rm 4.25; 8.34).
Para a nossa esperança (1Co 15.19).
Para a eficácia da pregação (1Co 15.14).
Para a eficácia da fé (1Co 15.14,17).

Sua ressurreição é a prova de que Ele era o Filho de Deus (Sl 2.7; At 13.33; Rm 1.4).

Os santos são gerados para uma vívida esperança, por meio da ressurreição (1Pe 1.3,21).

A ressurreição fariam com que os santos conhecessem o seu poder (Fl 3.10).

Os santos ressuscitarão na semelhança de Cristo (Rm 6.5; 1Co 15.49; Fp 3.21).

Foi seguida pela expiação de Cristo (At 4.10, 11; Rm 8.34; Ef 1.20; Fp 2.9; Ap 1.18).

E garantia de julgamento (At 17.31).

Tipifica Isaque em (Gn 22.13; Hb 11.9; Jn 2.10; Mt 12.40).

Efetuada pelo poder de Deus (At 3.15; Rm 8.11; Ef 1.20; Cl 2.12).

Pelo seu próprio poder (Jo 2.19; 10.18).

Pelo poder do Espírito Santo (1Pe 3.18).

No primeiro dia da semana (Mc 16.9).

No terceiro dia após sua morte (Lc 24.46; At 10.40; 1Co 15.4).

Poucos dias após a ressurreição de Jesus, tudo mudou na vida dos apóstolos. Aqueles galileus desiludidos começaram a proclamar uma nova mensagem em Jerusalém.

Afirmavam que Jesus era de fato o Messias (At 2.23); que sua morte tinha sido a vontade e o plano de Deus, muito embora, humanamente falando tenha sido um assassinato indesculpável (At 2.23).

Diziam ousadamente que aquele que os judeus haviam assassinado é o príncipe da vida (At 3.15), e por meio de Jesus que foi crucificado, Deus lhes oferecia o perdão através do arrependimento e confissão dos pecados (At 3.19; Rm 10.9,10).

De fato, a ressurreição é o cerne da mensagem cristã primitiva. O primeiro sermão foi uma proclamação do fato e da importância da ressurreição (At 2.14-36).

A função dos apóstolos na comunhão cristã primitiva não era dominar ou governar, mas dar testemunho da ressurreição de Jesus dentre os mortos que tornou os apóstolos capazes de operar feitos poderosos (At 4.10).

Foi o testemunho da ressurreição que irritou os líderes religiosos de Jerusalém (At 4.1,2; 5.31,32), e a pregação na igreja primitiva da ressurreição de Cristo dentre os mortos (1Co 2.1,2).

O dia em que Jesus foi sepultado e o dia em que ele ressuscitou – Lc 23.54, registra que era o dia da preparação e ia começar o sábado.

Lc 23.55, destaca que as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia seguindo a José, viram o sepulcro, e como o corpo foi ali sepultado.

Lc 23.56, diz que então voltaram e prepararam especiarias e unguentos, e no sábado repousaram como de costume.

Lc 24,1 narra: Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro levando as especiarias que tinham preparado. Os vss dos caps. 23.54 – 24.1 de 
Lucas, dão exatamente três dias, a preparação, ou seja, a sexta-feira, o sábado, e o primeiro dia da semana que é o domingo.

Portanto, a crucificação teve lugar numa sexta-feira, conforme a igreja cristã sempre asseverou. Embora com pouca fundamentação isso tenha sido contestado por alguns nos tempos modernos, Mt 27.1 deixa bem claro, a sexta feira como o dia da crucificação.

Para os orientais, um dia inteiro e duas partes de um dia, junto com duas noites, eram considerados como três dias e três noites.

Conforme a Enciclopédia de Fatos Bíblicos, pg. 948, as Escrituras declaram pelo menos por nove vezes que Jesus ressuscitou ao terceiro dia (Mt 16.21; 17.28; 20.19; Mc 9.31; 10.34; Lc 9.22; 18.33; 24.7; 1Co 15.4).

Segundo o costume do cômputo inclusivo das sequências de tempo, comum entre as culturas antigas, ao enumerar qualquer número de dias, horas, meses ou anos, sempre se incluía nessa numeração, o dia em que se fazia a declaração.

É óbvio que o dia da crucificação de Jesus, está incluído nesse cômputo dos três dias. Jesus sempre afirmou que ressuscitaria ao terceiro dia. Assim sendo, segundo esse cômputo à moda antiga, temos a sexta-feira, o sábado e o domingo.

Não há dúvida, que os cristãos primitivos encararam essa questão do tempo certo, ao terceiro dia como cumprimento das palavras de Jesus de que ressuscitaria ao terceiro dia.
Isso não contradiz a passagem de (Jn 1.17), nem a declaração de três dias e três noites (Mt 12.40).

IMPORTANTE – Na história do judaísmo, o terceiro dia tinha uma grande importância, pois foi no terceiro dia que Abraão levantou os olhos e viu o Monte Moriá, onde Deus mandou sacrificar Isaque (Gn 22.4);

Os espias de Josué caminharam três dias, por conselho de Raabe, quando saíram de Jericó (Js 2.16).

Ao terceiro dia no Monte Sinai foi dada a Lei (Ex 19.16 – 20.17).

O terceiro dia de Jonas no ventre do grande peixe. (Jn 1.17).

Os três dias em que saíram do cativeiro (Ed 8.15).

O terceiro dia da ressurreição dos mortos (Os 6.2).

Ao terceiro dia Jesus ressuscitou de entre os mortos (Mt 16.21; 20.19; Mc 9.31; Lc 18.33; At 10.40).

Cristo ressuscitou ao terceiro dia, esses são fatos cardeais do evangelho, que é o agente salvador e remidor de Deus em favor da humanidade.




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Fonte de Pesquisa
:
GONÇALVES, José – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 2 Trimestre 2015
MACARTHUR John. Uma Vida Perfeita. Edit. Vida melhor Editora. RJaneiro, 2014
CORNWALL Judson. Adoração como Jesus Ensinou. Editora Betânia. MGerais, 1995
ARCHER, Glebson. Enciclopédia de Fatos Bíblicos. Editora Vida. SPaulo, 2001
WATER, Mark. Enciclopédia de Fatos Bíblicos – 100.000 Fatos da Bíblia.Editora. Hagnos. SPaulo, 2014

LADD. George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Editora Hagnos. SPaulo 2003
CHAMPLIN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos. SPaulo.
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bílbia de Estudo Macarthur – SBB


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lição 12- A Morte de Jesus - 21.06.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre / 2015
                                               Lucas 23.44-50 


Reflexão: Jesus não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade.
Na sua caminhada rumo ao Gólgota, em seus últimos momentos, Jesus experimentou pelo menos quinze tipos de sofrimento:

Abandono, falsa acusação, angustia, agonia, desonra, desprezo, negação, ódio, perseguição, rejeição, tentação, traição, tristeza, vergonha, zombaria. Sendo que a angústia, a agonia, a tristeza e a traição, ele experimentou no horto do Getsemani.

Análise do sofrimento da agonia (Lc 22.44) – “E estando em agonia, orava mais intensamente, e aconteceu que o seu suor se transformou em gotas de sangue caindo sobre a terra”.

Essa é a única ocorrência do substantivo “agonia” no novo testamento. Ele é usado para expressar uma angustia de alma de um sofrimento indescritível, por ser único.

Nunca nenhum ser humano experimentou um sofrimento semelhante a esse do Getsemani. No contexto desse versículo, o Redentor fala da sua alma estando profundamente triste até a morte. Esse tumulto interior culminou na sua agonia. Essa agonia pode ser explicada pela combinação de vários sentimentos como tristeza e solidão.

Mas a causa última pode ser remontada quando ele começou a provar o cálice que lhe foi dado a beber.

Jesus sempre soube que havia de morrer em morte de cruz, e a revelação de sua morte não se deu no Getsemani; mas foi ali que ele chegou a suar gotas de sangue por causa da agonia que sofria.

O sentido do cálice mencionado ali no Jardim do Getsemani, não é fácil de entender porque nenhum de nós consegue apreender o que significa enfrentar a ira divina. O cálice do amargor de Deus estava para ser bebido pelo Redentor e isso lhe trazia uma grande agonia.

O pavor que sua frágil natureza tinha daquele pavoroso cálice, era muito mais terrível do que a fornalha ardente de Nabucodonosor. Ele estava próximo da fornalha da ira de Deus, na qual ele estava para ser lançado.

Foi isso que encheu a sua alma de tristeza. Nenhum filho de Deus jamais teve diante de si um cálice como esse que Jesus teve que beber. Por essa razão, Jesus com “forte clamor e lágrimas, orações e súplicas, foi ouvido quanto ao que temia” (Hb 5.7).

Orou ao Pai: “Pai, se for possível, passe de mim este cálice” (Lc 22.42). Mas o pai não lhe responderia positivamente, aquela era uma situação irreversível, por causa da determinação da divindade triúna desde a eternidade.

Em muitas outras ocasiões Deus disse sim a Jesus, mas não desta vez. A salvação deveria ser conquistada pela morte do Filho encarnado. Não havia outro caminho senão seguir para o Gólgota.

Jesus sabia que sua morte era parte do decreto divino, daí ele exclamar: “Não se faça a minha vontade, mas a tua”. Ali ele foi tratado como o pecador será tratado no dia do juízo de Deus que será sem misericórdia.

A vontade divina foi também a sua vontade, mesmo ele tendo consciência das terríveis consequências, da sua auto entrega. No Getsemani Jesus colheu os espinhos da dor e os tormentos do inferno.

O Getsemani, foi o lugar da traição, do aprisionamento, do abandono por parte dos discípulos, da profunda tristeza, do abandono por parte do Pai e da agonia.

Nenhum lugar deste mundo foi palco de tão grande sofrimento (Is 53.3). O sofrimento físico no Getsemani foi tal que Lucas relata que o seu suor se tornou em gotas de sangue.


O efeito físico de sua agonia se manifestou em seu corpo, como diz o evangelista Lucas: “E estando em agonia, orava mais intensamente, e aconteceu que o seu suor se transformou em gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc 22.44).

Ali no Getsemani, tamanha aflição trouxe o enfraquecimento das forças físicas de Jesus, a ponto de um anjo ter vindo conforta-lo (Lc 22.43).

O sofrimento físico era tal que o seu suor em grandes gotas de sangue corriam pelo chão. O que aconteceu com Jesus é um fenômeno incomum, embora possível. Na medicina, esse fenômeno pode ser chamado de “hematohydrosis” – em que os vasos capilares que alimentam as glândulas sudoríparas se rompem, causando-lhe o vazamento de sangue.

Isso ocorre sob condições de extrema tensão física ou emocional. Confirmando essa opinião em sua análise do sofrimento de Jesus acontecido no Getsemani, uma escritora diz: Sua pressão sanguínea começa a subir a ponto de o sangue em suas veias vazar para o exterior para se misturar com o suor salgado.

Esse sangue misturado com suor corre pelo seu corpo (esse é um fenômeno cientificamente possível, conhecido como “hematohydrosis”, que deixa a pele inflamada e fraca).

A agonia de Jesus Cristo, também foi o resultado de um conflito espiritual. Ele sabia desde o princípio que aquele sofrimento era uma imposição penal de Deus sobre ele, que tomava o lugar de pecadores.

Como substituto de pecadores, isso lhe causava grande agonia, e seu espírito ficou profundamente triste, que era o efeito da ira divina já começando a cair sobre ele.

No momento em que ele experimentou a separação do Pai, levando sobre si as angústias do inferno, essa era sua grande e talvez, mais torturante que a dor da crucificação.

A traição e prisão: O sofrimento da traição (Sl 41.9) – “Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia o meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”.

 O Salmo 41 estabelece uma relação entre o que aconteceu com Aitofel e Davi, e com o que aconteceu entre Judas e Jesus Cristo. Davi foi traído por um seu conselheiro que elaborou o plano para tirá-lo do trono e colocar Absalão, seu filho, em seu lugar.

A traição de Aitofel é aplicada à traição de Judas. Assim como Aitofel fazia parte do círculo íntimo de Davi, pois era seu conselheiro, também Judas participava da intimidade de Jesus Cristo.

Judas foi admitido à privacidade da vida de Jesus, tendo ouvido seus conselhos, conhecido a vida particular e íntima do mestre de Israel. Os sofrimentos relacionais de Jesus culminaram com os chamados “domésticos da fé” como ainda acontece hoje na igreja cristã.

Esse sofrimento é muito desgastante, porque envolve pessoas do nosso relacionamento íntimo. Os inimigos externos não nos causam tanta dor como os inimigos de dentro de casa. A expressão “em quem eu confiava”, deve ser entendida como o desapontamento de Davi com Aitofel.

Essa frase não pode ser aplicada em relação a Jesus por duas razões: Primeiro: João 13.18 cita o Salmo 41.9 apenas a parte b, que fala “levantou contra mim o seu calcanhar”. Segundo, desde o princípio de seu ministério Jesus sabia quem seria o traidor.

Assim escreveu o evangelista João: “Contudo há descrentes entre vós”. Pois Jesus sabia desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair (Jo 6.64, 70,71; Lc 22.22).
Trama da traição – Mt 26.3-5;
Local da traição – Mt 26.57;
O preço pago – Mt 26.14-16; Lc 22.4-6;
Uma profecia – Zc 11.11-12;
O valor que Ele foi avaliado – Mt 27.9,10; Jo 18.4-9.

Crucificação e morte de Jesus – Como uma situação pode mudar em pouco tempo? No primeiro dia daquela semana, Jesus estava sendo aclamado Rei. Agora, cinco dias depois, todos os discípulos o abandonavam e fugiam.
As multidões de galileus foram embora apressada, enquanto a turba de judeus gritavam insistentemente: Fora com este, crucifica-o! Cristo entrara em Jerusalém num cortejo triunfal. Agora saia da cidade como um condenado, carregando uma cruz às costas.

O sofrimento da cruz – como a obra realizada por Jesus na cruz é de importância vital para todos os que assumiram como sua a morte dele. Temos a tendência de cercar a cruz de certo romantismo.

Fazemos dela uma joia; com ela enfeitamos nossos templos, e até cantamos que “sim, amamos a mensagem da cruz”. Contudo, nos dias de Jesus, tratava-se da mais vergonhosa, sinistra e pavorosa forma de execução de criminosos.

A morte por crucificação era lenta, dolorosa e altamente humilhante. São poucos os meios de execução – se é que existe algum – que pode ser considerado mais cruéis que uma crucificação.

Jesus já fora impiedosamente chicoteado com açoite romano feito de nove cordas. Fora atormentado, esbofeteado, cuspido, e por fim puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos venenosos.

Depois, ele foi arrastado e empurrado pelas ruas de Jerusalém, obrigado a subir o Calvário, o lugar da Caveira. Ali os soldados o atiraram ao chão, abriram-lhe os braços, e fincaram os cravos romanos em seus punhos e tornozelos.

Em seguida, levantaram a cruz, e ele ficou suspenso entre o céu e a terra durante seis horas, três das quais, envolto em densas trevas. E tudo isso aconteceu porque ele insistia em afirmar que era o Filho de Deus.

Por ocasião de seu nascimento, uma estrela guiou os magos até onde ele se achava. (Mt 2.1-3,10 -12). Quando de sua morte, o sol, a maior estrela de nosso sistema, escondeu a sua face (Lc 23.44).

No seu nascimento, coros de anjos saudaram sua entrada no mundo (Lc 2.10-14). Em sua morte, o que se ouviu foi a zombaria daqueles que ali estavam (Lc 23.35-38).

Quando ele entrou em nosso mundo, recebeu presentes caríssimos (Mt 2.11). Quando saiu, até o único bem valioso que possuía – um manto sem costura – foi-lhe tirado para servir de prenda no jogo dos soldados (Jo 19.23,24).

Quando ele nasceu, príncipes “os magos” e profetas “Simeão e Ana” o aclamaram; ao passo que quando morreu, até mesmo o Pai virou-lhe o rosto (Mc 15.34).

Ao seu nascimento, toda natureza rejubilou-se com uma luz radiosa. Em sua morte, a criação foi envolta em escuridão (Mt 27.45) e gemeu com um terremoto (Mt 27.51). O sofrimento da cruz não se limitou a dor física, não. Foi bem mais que isso.

Naquele momento, ele levou sobre si os pecados de toda humanidade, pois “Aquele que não conheceu o pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).

Não dá para imaginar o choque espiritual que ele sofreu quando, não conhecendo o pecado, tornou-se a personificação dele durante alguns instantes.

Ao levar sobre si os nossos pecados, Cristo tornou-se alvo da maldição da lei. Como diz o apóstolo Paulo, “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13).

E foi sob essa maldição divina que Jesus experimentou, pela primeira vez a separação do Pai. Angustiado, clamou; “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).

Nós, mortais, não enxergamos os fatos pela sua perspectiva certa, e por isso não conseguimos entender plenamente todo horror da cruz.

Mas os céus e a terra entenderam plenamente o que ocorria e reagiram de forma violenta à essa abusiva e humilhante distorção.

Mais a sua crucificação estava em perfeita harmonia com a vontade de Deus.


Fonte de Pesquisa
:
GONÇALVES, José – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 2 Trimestre 2015
CAMPOS, Heber Carlos de. A Humilhação do Redentor – Encarnação e Sofrimento. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2008.
MACARTHUR John. Uma Vida Perfeita. Edit. Vida melhor Editora. RJaneiro, 2014
CORNWALL Judson. Adoração como Jesus Ensinou. Editora Betânia. MGerais, 1995
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bílbia de Estudo Macarthur – SBB

LUTZER, Erwin. Os Brados da Cruz. Editora Vida. SPaulo, 2001

sábado, 13 de junho de 2015

SINTESE DA TERCEIRA AULA DO CURSO DE BACHARELADO DA ESTEADALPE – HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

Monitor: Pr. João Barbosa - Capelão
PENTECOSTALISMO EM PE
I.1 - Pernambuco recebe seus primeiros missionários
2. Joel Carlson é enviado para o Estado de Pernambuco
3. Fundação histórica da Assembleia de Deus em Recife - Pernambuco
4. Começo da assistência social das Assembleias de Deus no Brasil

II.1 - Semente que germina
2. O primeiro culto oficial em Maricota
3. Um marco para a Igreja em Abreu e Lima

III.1 – Fundação do Mensageiro da Paz
2. Em 1937 começa a funcionar a Casa Publicadora das Assembleias de Deus

IV.1 – Lançamento das primeiras Revistas para as Escolas Dominicais
2. Organização e Crescimento da CPAD

3. A Casa Publicadora na sua primeira sede
4. Segunda sede da Casa Publicadora
5. A terceira sede da Casa Publicadora
6. Harpa Cristã: A primeira edição foi lançada na  cidade  de Recife em 1922



AULA 3 DO CURSO DE BACHARELADO DA ETEADALPE – HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

Monitor: Pr. João Barbosa - Capelão
PENTECOSTALISMO EM PE
I.1 - Pernambuco recebe seus primeiros missionários – Sob a direção do Espírito Santo e a necessidade do cumprimento da obra missionária, que o Evangelho deve ser pregado em toda a terra, chegou a vez do Estado de Pernambuco, uma das 27 unidades federativas do Brasil.
Está localizado no centro-leste da região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba e Ceará (N), Oceano Atlântico (L), Alagoas e Bahia (S), e Piauí (O), ocupando uma área de 98.113 Km² (pouco menor que a Coreia do Sul).
Pernambuco tem 186 municípios, fazendo também parte do seu território, o arquipélago Fernando de Noronha. Com uma população de 8.413.593 habitantes em 2005. Segundo o IBGE, Pernambuco tinha 47% de homens e 53 de mulheres. Sua capital é a cidade do Recife (a sede administrativa é o Palácio do Campo das Princesas).
Neste Estado, que é um grande referencial do pentecostalismo do Nordeste, o Senhor Jesus realizou milagres e maravilhas, que a história jamais poderia silenciar. A chama pentecostal começou a arder a partir do início do século XX, quando ainda Pernambuco se indispunha a ouvir a Palavra da Redenção e aceitar a transformação do Evangelho.
Aqui tomaram proporções históricas os nomes dos missionários e cooperadores da Igreja do Senhor: Adriano Nobre, Joel Carlson, Signe Carlson, Samuel Hedlund, etc.
Depois destes, outros continuaram o trabalho do Senhor, cujos nomes, sem dúvida, deixaram de ser citados, porém, ficarão em memória eterna no livro dos heróis de Deus.
 2. Joel Carlson é enviado para o Estado de Pernambuco – Antes da chegada do missionário Joel Carlson em Pernambuco, o incansável obreiro Adriano Nobre que servia ao Senhor como cooperador do missionário Gunnar Vingren e que pregava a Palavra de Deus ás populações da bacia amazônica, foi enviado de Belém do Pará para Recife em 1916.
Para Adriano Nobre seria mais um Estado em que o Pentecoste iria se cumprir. Crentes de igrejas tradicionais ouvem a mensagem do evangelho pleno, e creem.
Joel Franz Adolf Carlson nasceu em 23 de junho de 1889, em Estocolmo, capital da Suécia, no norte da Europa. Converteu-se a Cristo em 10 de janeiro de 1914, sendo em pouco tempo batizado em águas e no Espírito Santo. Fez estudos teológicos na Escola Bíblica, presidida pelo pastor Lewi Petrus, da Igreja Pentecostal Filadélfia de Estocolmo.
Em outubro de 1917, contraiu núpcias com a irmã Signe Hedlund. Desse matrimônio nasceram quatro filhos. Simultaneamente ao matrimônio, Joel e Signe Carlson, foram consagrados missionários e enviados para o Brasil, em 12 de janeiro de 1918.
Desembarcaram em Belém do Pará, onde ficaram cerca de oito meses, dedicando-se especialmente ao aprendizado da língua portuguesa. Logo após seguiram para o Recife, capital de Pernambuco onde o ilustre casal passaram a residir em uma casa tipo barracão, no bairro dos Coelhos, junto ao manguezal do Rio Capibaribe.
Ali ficaram até o ano seguinte, 1919, quando foi alugada uma pequena casa de dois pavimentos, situada na Rua Imperial, 812, bairro de São José, para fins residenciais.
3. Fundação histórica da Assembleia de Deus em Recife – Pernambuco: No dia 24 de outubro de 1918, reunidos os irmãos, Joel Carlson, Signe Carlson, João Ribeiro e esposa – Filipa Ribeiro, Josefa Silva e Luíza, celebraram em caráter oficial, o primeiro culto pentecostal na Rua Velha 27, bairro da Boa Vista, na residência do irmão João Ribeiro.
Dava-se início o grande Movimento Pentecostal na cidade do Recife, com grande projeção para todo o Estado de Pernambuco. Após o seu estabelecimento, o trabalho continuou de forma simples e humilde, com pregações genuínas, tão modesto, que para muitas pessoas nada representava, e era recebido com grande indiferença.
Entretanto, o Senhor Jesus Cristo estava com os seus servos encorajando-os e libertando almas para o seu reino. Deus provando o seu contentamento com os irmãos em Pernambuco, batizou no Espírito Santo a irmã Filipa Ribeiro, tornando-se deste modo a primeira pessoa a receber o batismo no Espírito Santo, conforme está escrito em Atos dos Apóstolos cap.2.
A irmã Filipa Ribeiro, juntamente com o seu esposo – João Ribeiro, haviam recebido a palavra de Deus ministrada pelo pastor Adriano Nobre, quando de passagem pela capital pernambucana, procedente de Belém do Pará, onde estava a primeira igreja pentecostal no Brasil, fundada pelos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, em 1911.
4. Começo da assistência social das Assembleias de Deus no Brasil – Em Recife, o missionário Joel Carlson, que havia chegado naquela cidade em 1918, não demorou muito para sentir a necessidade de amparar o elevado número de órfãos que viviam sem assistência na comunidade.
Encorajado por aqueles que o ajudavam, Joel Carlson fundou o Orfanato Betel, o primeiro das Assembleias de Deus no Brasil.
Na Convenção de ministros realizada na AD de Belém em 1927, foi criada a Caixa das Viúvas dos Pastores. E em 1940, numa convenção realizada na cidade paraense de São Luís, fundou-se a caixa que em 1953 sofreu várias reformas, ganhando em 1954, estatuto e forma jurídica – Caixa de Beneficência do Pará.
II.1 - Semente que germina – No ano de 1927, um homem de Deus por nome Israel Carneiro de Amorim, trouxe as primeiras “fagulhas” do fogo pentecostal que já ardia no coração dos irmãos na cidade de Recife desde 1918, às “terras do Paulista”.
Este nobre irmão que era mascate, por onde passava impulsionado pelo Espírito Santo, lançava anonimamente a semente do evangelho. Neste mesmo ano de (1927), a semente brotou no povoado de Maricota (nome da atual cidade de Abreu e Lima), e eis os primeiros frutos: Maria do Carmo, o esposo e os filhos, aceitaram a Cristo como Salvador.
A próxima família a abrir o coração para Deus, foi a do irmão Xavier (tio da irmã Maria do Carmo), que posteriormente abrira as portas de sua casa para a realização do primeiro culto na inóspita terra de Maricota.
2. O primeiro culto oficial em Maricota – Conhecedor do que ocorria em Paulista, e especialmente em Maricota, o missionário Joel Carlson visitou ali os primeiros irmãos e designou oficialmente o irmão Israel Carneiro de Amorim, para assisti-los no desenvolvimento da fé em Cristo.
O primeiro culto pentecostal da História das Assembleias de Deus em Abreu e Lima, deu-se no final do ano de 1927, na residência do irmão Xavier, onde compareceram 10 pessoas, entre adultos e crianças.
Conforme o cenário das pessoas menos abastadas, o culto aconteceu à luz de candeeiro alimentado por querosene que iluminava aquele humilde cômodo; com acentos rústicos, isto é, bancos de madeira e como púlpito, uma simples mesa; no meio do mato, o casebre com paredes de barro e madeira, piso de barro batido e teto de palha.
O que faltava em matéria de conforto e comunidade, sobejava na incontida alegria do Espírito Santo, que contagiava os que ali se encontravam, pois, a presença auspiciosa do Espírito Santo era real e quase palpável. Era como se ecoasse no ar as suas palavras: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles”.
3 - 1928: Um marco para a Igreja em Abreu e Lima – O ano de 1928 se tornou singular para a posteridade, pois, três fatos marcantes datam como nascedouro da Assembleia de Deus em Abreu e Lima:
1. O missionário Joel Carlson realizou o primeiro batismo de 25 novos crentes. A profissão de fé desses irmãos caracterizada pela imersão nas águas do Rio Timbó, apontava para o crescimento futuro do “pequeno rebanho”, que estava apenas começando.
2. A irmã Maria do Carmo, a primeira pessoa a aceitar Jesus em Maricota, também seria a primeira pessoa a receber o batismo com o Espírito Santo, tendo o seu coração preenchido de indizível alegria dos céus, evidenciando a indelével marca do pentecostalismo: falar em outras línguas.
3. Depois de ceder seu coração ao senhorio de Cristo, Maria do Carmo também cederia a sua humilde casa para realização dos cultos, ou seja, a primeira congregação onde se realizaram os cultos oficiais: oração, doutrina, santa ceia do Senhor, e pregação da Palavra de Deus. Ali, de fato, teve-se o início da igreja em Abreu e Lima – PE.
Hoje, em termos percentuais, a cidade de Abreu e Lima tem a maior população evangélica do Brasil.
III.1 – Fundação do Mensageiro da Paz: O terceiro ponto da pauta da primeira Convenção Geral em 1930, foi a unificação dos dois jornais das Assembleias de Deus existente na época: O jornal Boa Semente, que era publicado pela Assembleia de Deus em Belém do Pará, dirigido pelos missionários Samuel Nystron e Nels Nelson; e o jornal O Som Alegre, que era publicado pela Assembleia de Deus do Rio de Janeiro, e dirigido pelos missionários Gunnar Vingren e sua esposa, Frida Vingren.
Como mais uma manifestação de unidade que tomava conta das reuniões naquela convenção, todos decidiram pela suspensão dos dois periódicos e a criação de um novo jornal que fosse o órgão oficial das Assembleias de Deus no Brasil.
A proposta aprovada foi feita pelo missionário Gunnar Vingren. Foi assim que, em 1930, foi criado o jornal Mensageiro da Paz, de circulação nacional, com redação no Rio de Janeiro e a direção de seu idealizador e fundador, Vingren, auxiliado por Samuel Nystron.
Sobre a importância dessa decisão, escreveu Emílio Conde em sua obra “História das Assembleias de Deus no Brasil, relançada pela CPAD em 2000:
“A unificação dos jornais Boa Semente e O som Alegre, dando lugar ao aparecimento do jornal Mensageiro da Paz, unificou um trabalho que estava sendo realizado com forças divididas”.
2. Em 1937 começa a funcionar a Casa Publicadora das Assembleias de Deus – Em 1937, foi fundada a redação do “Mensageiro da Paz” funcionando ao lado do salão de cultos das Assembleia de Deus de São Cristovão – RJ, era o embrião da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
Em 13 de março de 1940, foi fundada a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), no Rio de janeiro, e tornou-se proprietária do jornal Mensageiro da Paz, fundado em 1930.
Na Convenção Geral de 1946, em Recife – PE, a CPAD tornou-se propriedade da CGADB, J.P.Kolenda foi autorizado pela CGADB a levantar recursos financeiros e técnicos, na América do Norte, para dotar a CPAD de instalações próprias, e foi lançada a “Campanha Nacional de Hum Milhão de Cruzeiros para a CPAD”, a cargo de N. Lawrence Olson e Gustavo Kessler.
Em outubro de 1948, foram inauguradas oficialmente a primeira sede própria e tipográfica da CPAD, à Rua Olímpio de Melo 581, atual São Luiz Gonzaga 1951, São Cristovão, Rio de Janeiro. Com o trabalho de construção e montagem sob a direção de N. Lawrence Olson e Hargrave, técnicos vindos da América do Norte especialmente para este trabalho.
O jornal Mensageiro da Paz passou então a ser impresso na própria CPAD. Em maio de 1949, a redação do Mensageiro da Paz foi transferida da Assembleia de Deus de São Cristovão para a sede da CPAD.

IV.1 – Lançamento das primeiras Revistas para as Escolas Dominicais – Em 1930 começou a ser comentada e publicada a “Revista Lições Bíblicas para Jovens e Adultos”, alunos da Escola Dominical.
Em 1943, a CPAD lançou sua primeira revista de Escola Dominical para Crianças. As autoras foram Nair Solares e Cacilda de Brito.
Em 1938 quando a Assembleia de Deus de São Cristovão se transferiu para o seu templo próprio na Rua Marechal Deodoro 338, a redação do Mensageiro da Paz passou a funcionar ali. Não havia um corpo de redatores fixo, mas um grupo de crentes voluntários que em virtude de suas ocupações profissionais, não podiam trabalhar exclusivamente para o periódico, editado, na época, em gráfica particular.
2. Organização e Crescimento da CPAD – Um novo ministério na área da literatura evangélica começa a nascer e exercer seus primeiros atrativos. Em 1937, o missionário Nils Kastberg, então pastor da assembleia de Deus de São Cristovão, convidou Emílio Conde para trabalhar em tempo integral na redação do Mensageiro da Paz.
Conde começou imediatamente a trabalhar, e nos anos de 1939 a outubro de 1940, aparece como redator-secretário do jornal, e a partir de novembro de 1940 até 1946, como seu redator.
Sua admissão oficial como funcionário, data de 15 de março de 1940, na função de jornalista. Foi, portanto, o primeiro redator fixo do jornal, e, por mais de 30 anos dedicou à CPAD, sua impressionante capacidade de trabalho, que encarava não como profissão mas como sacerdócio.
Edísio Moreira e Silva, em março de 1938, deixou seu emprego de apontador, no Arsenal de Marinha, para servir a redação como expedidor do Mensageiro da Paz e permaneceu funcionário da CPAD por 52 anos ininterrupto, até falecer aos 79 anos de idade em janeiro de 1991.
A redação do Mensageiro da Paz serviu, por muitos anos, mesmo depois da fundação da CPAD, como a redação única para correções e revisões das Escolas Dominicais, livros e outras literaturas para as Assembleias de Deus. Com o tempo, foram sendo montadas as redações próprias para cada uma dessas áreas.
As Assembleias de Deus não contavam com oficinas próprias, e seus periódicos eram modestos graficamente. Em 1938, Emílio Conde escreveu, em sua coluna “Atualidades”, publicada no Mensageiro da Paz, segunda quinzena, p.5:
“Nos grandes países como a Inglaterra, América do Norte e mesmo a Suécia, o povo pentecostal têm suas Casas Publicadoras próprias, onde imprimem toda a literatura, jornais, livros, revistas. Quando chegará a nossa vez de possuirmos oficinas gráficas próprias?
Em 1940, os pastores e missionários suecos se reuniram em Salvador-BA, numa Assembleia Geral da CGADB, em caráter de urgência, para deliberar acerca das medidas que deveriam tomar em prol do jornal Mensageiro da Paz.
Essas medidas foram tomadas em decorrência de um decreto presidencial publicado naquele ano que forçou os líderes assembleianos a adiantar o seu projeto de criar a Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
O decreto do Presidente Getúlio Vargas exigia que todos os jornais do país se registrasse imediatamente no D.I.P., um organismo controlador das imprensa, e que somente entidades com personalidade jurídica poderiam possuir jornais. Para se enquadrar a essas exigências a Convenção Geral teve que criar a Casa Publicadora.
Para atender à urgência em 1940, foi feito um estatuto simples e provisório. Foi redigido pelo advogado José Cândido de Pimentel Duarte, a pedido de Lauro Soares de Albuquerque Arraes.
O registro da Casa foi feito em nome de Arquimedes Pinto de Vasconcelos, Lauro Soares, Sansão Batista, Cícero Canuto de Lima, Samuel Nystron e Francisco Leopoldo Coelho. Os três primeiros assinaram o estatuto, e o último foi nomeado gerente da CPAD, função hoje equivalente a de diretor executivo. O registro do estatuto foi feito em 13 de março de 1940, no Rio de Janeiro, então capital da república.
O registro no D.I.P., foi imediato. Ocorreu ainda em 1940. A recém criada CPAD passou, então, a ser proprietária imediata do Mensageiro da Paz. Também em 1940, foi criado o Conselho Editorial. No final dos anos 40, esse Conselho também chamado de Comissão de Literatura, foi substituído pelo Conselho Administrativo da CPAD, órgão existente até hoje.
De 1934 até a edição da segunda quinzena de outubro de 1940, é o Dr. Carlos Brito quem aparece como diretor responsável do Mensageiro da Paz. A partir da primeira quinzena de novembro o pastor Francisco Leopoldo Coelho assumiu a direção do jornal, como gerente da recém criada CPAD, e Emílio Conde era o seu redator.
Na Convenção Geral de 1943, na AD do Rio de Janeiro, Francisco Coelho, gerente da CPAD e diretor do Mensageiro da Paz leu o relatório do movimento financeiro da Casa, e a convenção foi cientificada de dificuldades internas na CPAD.
Motivo pelo qual, “foi nomeada uma comissão para tratar sobre questões relativas a redação”. A Comissão apresentou a seguinte resolução, que foi aprovada pelos convencionais: “o diretor do Mensageiro da Paz e redator continuam os mesmos, sob três conselheiros espirituais: os irmãos Samuel Nystron, Cícero Camilo de Lima e Paulo Macalão, e eles juntos, resolverão se deve ou não chamar outro irmão para ajudar a redação”.





3. A Casa Publicadora na sua primeira sede – Rua Olímpio de Melo 581, Benfica-RJ 1947-1970. A partir de 1946, o missionário Lawrence Olson e o presbítero Gustavo Kessler começaram a “Campanha de Hum Milhão” entre as igrejas do Norte ao Sul do país. Ressalte-se ainda a operosidade do missionário Nels Julius Nelson, que realizou viagem por todo o brasil traduzindo de cidade em cidade as necessidades da Casa.

4. Segunda sede da Casa Publicadora – Estrada Vicente de Carvalho 1083 – Vicente de Carvalho, Rio de Janeiro.  Na gestão de Deolando Almeida, teve início a campanha para construção de uma nova sede para a CPAD, resolução tomada pelos convencionais em Recife-PE, no ano de 1962.
Na Covenção Geral realizada na AD de Curitiba PR em 1964, o Conselho Administrativo escolheu o pastor e empresário Altamir Sotero da Cunha para o cargo de gerente. Na Convenção geral de 1968, na AD de Fortaleza CE, foi aprovado o nome do pastor e jornalista Alcebíades Pereira de Vasconcelos para assumir a direção do Mensageiro da Paz.
Alcebíades Vasconcelos assumiu a direção do Mensageiro da Paz, devido ao pedido de demissão do diretor Emílio Conde que estava com sua saúde muito debilitada, vindo a falecer três anos depois.
Conde foi escolhido, na mesma convenção, diretor honorário do Mensageiro da paz. Havia mais de vinte anos que ele dirigia o jornal. Atuando como secretário-adjunto da CGADB desde 1979, Lemuel Kessler assumiu em 1984 a diretoria de publicações.
O pastor Antônio Gilberto, que já havia trabalhado na CPAD, na década de 70 como chefe da divisão de educação cristã, ocasião em que criou o CAPED, assumiu em 1989 a diretoria de publicações, permanecendo até 1993.
5. A terceira sede da Casa Publicadora – Avenida Brasil 34.401, Bangu-RJ, a partir de 1992. Em 25 de janeiro de 1992, a CAPAD foi transferida para o novo endereço na Av. Brasil. Em 4 de março de 1993, Ronaldo Rodrigues de Sousa, administrador de empresas foi empossado diretor administrativo da CPAD.
A partir deste ano a CPAD entrou em um período de sólida prosperidade administrativa, editorial e financeira que nunca experimentara em toda a sua história, bem diferente de décadas anteriores em que a Casa precisava apelar para ajuda das igrejas afim de continuar sobrevivendo financeiramente e economicamente.
Ronaldo Rodrigues de Sousa, que assumiu em 4 de março de 1993, permanece até hoje como diretor executivo. Em 1997 a casa modernizou sua gráfica com aquisição de máquinas de alta qualidade. Ainda em 1997 foi fundada a Editorial Patmus, braço editorial da CPAD para os países de fala hispânica e latino morando nos EUA, estabelecendo-se sua sede na Flora. A CPAD ocupa atualmente a posição de maior editora evangélica do Brasil e da América Latina.
6. Harpa Cristã: A primeira edição foi lançada na cidade de Recife em 1922 – Hinário oficial das Assembleias de Deus no Brasil, a Harpa Cristã completa em 2012 noventa anos de existência. A primeira edição foi lançada em 1922, na AD em Recife (PE), com hinos para culto público, Santa Ceia, batismo, casamento, apresentação de crianças funeral, entre outros.

No início, a Assembleia de Deus utilizava o hinário Salmos e Hinos, que também era usado por outras igrejas evangélicas históricas. Em 1921, os pioneiros decidiram criar um hinário destacando também as doutrinas pentecostais da denominação. Foi criado, então, o Cantor Pentecostal, sob a orientação editorial de Almeida Sobrinho, com 44 hinos e dez corinhos, impressos pela tipografia Guajarina.

A primeira edição da Harpa Cristã, em 1922, teve uma tiragem inicial de mil exemplares. A segunda edição, em 1923, foi impressa no Rio de Janeiro e tinha 300 hinos. Já em 1932, a Harpa Cristã contava com 400 hinos.

A primeira Harpa Cristã com letra e música começou a ser elaborada em 1937. Com o passar dos anos, foram acrescentados outros hinos até que o hinário oficial chegou a 524. Até o ano de 1981, todos os hinos já haviam sido revisados.

Em 1979, o Conselho Administrativo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), cumprindo resolução da Assembleia Geral da CGADB, nomeou uma comissão para proceder a revisão geral da música e letra dos hinos da Harpa Cristã. A proposta foi apresentada pelo pastor Adilson Soares da Fonseca. As análises tiveram o apoio técnico e especializado de João Pereira, na correção e adaptação da música; e Gustavo Kessler, na revisão das letras.

Hinos cantados e amados em todo o país

A Harpa Cristã tem sido o instrumento de consolidação nacional da hinologia pentecostal, principalmente por meio do cântico congregacional. Um dos motivos que contribuiu para isso foi o fato de cada crente assembleiano ter que possuir o seu próprio exemplar do hinário e levá-lo para a igreja, diferentemente das igrejas das denominações tradicionais no Brasil, América do Norte e Europa, onde são os templos que possuem exemplares dos seus hinários disponíveis para os fiéis usarem em seus cultos. 

Após 90 anos de existência, muitos dos belos e edificantes hinos da Harpa Cristã, ultrapassam as fronteiras assembleianas, tocando os corações de milhares de crentes de outras denominações evangélicas brasileiras, alcançando o honrado posto de hinário mais conhecido e amado em todo o país.

Fontes de Pesquisa:
ALENCAR, Gedeon. Assembleias de Deus – Origem Implantação e Militância (1911-1946). Arte Editorial. São Paulo, 2010
SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo. 100 anos de avivamento pentecostal e carismático. São Paulo, 2009
ARAUJO, Isabel de. Dicionário Movimento Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro, 2007
ARAUJO. Isael de. VINGREN, Frida - Biografia de Pioneiros das Ass. de Deus no Brasil. CPAD. Rio de Janeiro, 2014 / SANTOS, Roberto José do. Síntese Histórica Ass. De Deus em Abreu e Lima Pe. 80 Anos – 1908 – 2008

ALENCAR, Gedeon. Assembleias de Deus – Origem, implantação e Militância (1911-1946). Art Editorial São Paulo, 2010