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quinta-feira, 27 de março de 2014

O Legado de Moisés - Lição 13 – 1º. Tri EBD CPAD - 30.03.2014
Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Dt 34.10-12; Hb 11.23-29     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:


1. Conhecer a respeito dos últimos dias de Moisés.
2. Explicar as características de Moisés como homem de Deus e pastor de Israel.
3. Aprender à luz do legado de Moisés sobre a comunhão, a piedade e a prudência.

CONTEXTUALIZAÇÃO
Os últimos quatro livros do pentateuco, apresenta Moisés, o homem, providencialmente preparado para um serviço singular: Ser o mediador de Israel diante de Deus. O livro de Josué contém cerca de cinquenta referências a Moisés, o servo de Deus, sendo dez referências no primeiro capítulo. Deus assegurou a Josué que estaria com ele, assim como estivera com Moisés Js 1.5; 3.7).
Josué exaltou Moisés diante dos israelitas, como aquele por meio de quem Deus outorgou a lei (Js 8.1-31-35; 23.1-6), e aquele que fez os preparativos para tomar a Terra Prometida (Js 9.24; 11.12-15,23; 12.6), especialmente a terra à Leste do Jordão (Js 13.8,15,29; 14.3; 18.7), bem como aquele que determinou o estabelecimento de seis cidades de refúgio, três de cada lado do Jordão (Js 20.2).
Josué é a figura chave do livro que tem o seu nome, mas é apresentado como seguindo na força do espírito de Moisés (Js 1.1,2). Ele cumpriu as ordens deixadas por Moisés; insiste em apegar-se aos regulamentos e determinações que Moisés estabelecera.
Os livro históricos que se seguem a Josué estão repletos de referências a Moisés. O livro de Juízes, menciona a parentela de Moisés (Jz 1.16; 4.11), e faz menção da promessa de Moisés a Calebe, com relação a Hebrom (Jz 1.20), e o fato de eles serem testados com relação à sua fidelidade a lei de Moisés (Jz 3.4).
Samuel aponta para os ancestrais do povo do Egito por meio de Moisés e os efeitos disso sobre a herança presente de seus descendentes (1Sm 12.6-8). Enquanto o livro dos Reis cita Moisés como legislador (2Reis 14.6; 21.8), e aquele que os curou por meio da serpente de bronze (2Re 18.4).
O cronista menciona a genealogia de Moisés (1Cr 6.3), e nota sua regulamentação das ofertas dos sacerdotes (!Cr 6.49), a construção do Tabernáculo (1Cr 21.29; 2Cr 1.3) emissão de estatutos e juízos (1Cr 22.13) e a outorga da lei (2Cr 23.18; 33.8) relativa a sacrifício durante as grandes festas (2Cr 8.13; 23.18; 35.11,12), inclusive a Páscoa (2Cr 35.6) e a cobrança de impostos (2Cr 24.6,9).
Muito importante foi a descoberta da lei de Moisés na casa do Senhor (2Cr 34.14). Duas obras pós exílicas contêm referências similares a Moisés: A observância do livro de Moisés (Es 6.18) e a falta de sua observância pelos exilados (Ne 1.7). A lei de Moisés, longamente neglicenciada, foi lida ao povo (Ne 8.13; 9.3; 13.1). Entre os salmos estão incluídas oito citações a respeito de Moisés.
A mais conhecida é o Salmo 90 intitulado oração de Moisés homem de Deus. O Salmo 105 relembra os milagres que Moisés realizou no Egito (vs. 26,27), enquanto que o Sl 106 relembra ao povo sua inveja de Moisés (v.16), e a intercessão de Moisés em favor do povo (v 22), e a rebelião do povo que fez Moisés perder a paciência (v 32).
Os profetas maiores e menores falam de Moisés diretamente. Isaias relembra a libertação de Israel do Egito por meio de Moisés (Is 63.11,12). Jeremias nota a presença intercessória de Moisés diante do Senhor (Jr 15.1), Daniel fala da lei de Moisés (Dn 9.11,13). Miqueías recorda Moisés guiando Israel em sua peregrinação no deserto (Mq 6.4). Como no caso dos Salmos, os escritos proféticos referem-se claramente aos feitos de Moisés. A importância da lei de Moisés é realçada nas palavra finais do último profeta do AT “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo” (Ml 4.4).
O NT começa onde o AT parou. Entre os quatro evangelistas, Mateus relembra os judeus da lei de Moisés – especialmente das ofertas (Mt 8.4), da controvérsia a respeito do divórcio (Mt 19.7) e do levirato (Mt 22.24) e a aparição do profeta no monte da Transfiguração (Mt 17.3,4;) e seus paralelos (Mc 9.4,5; Lc 9.30).
Lucas inclui as diretas palavras de Jesus a respeito de Israel possuir “Moisés e os profetas” (Lc 16.29-31) e suas instruções aos dois homens de Emaus (Lc 24.27) e mais tarde, naquela noite, aos onze (Lc 24.44), sobre a mensagem messiânica de Moisés.
A comunidade do NT falou de Moisés. Em sua defesa, Estevão selecionou diversos incidentes da vida de Moisés: Sua aquisição da sabedoria do Egito, sua fuga para o deserto e seu chamamento (At 7.22,29,31). Paulo aponta o valor do Êxodo como o “batismo em Moisés” (1Co 10.12) e a face  radiante de Moisés, a qual deveria ser coberta por um véu para não cegar o povo (2Co 3.7; 13.15).
O autor da carta aos Hebreus fala de Moisés como uma pessoa fiel em toda sua casa (Hb 2.3,5), que foi um instrumento na construção do Tabernáculo (Hb 8.5) e que simbolicamente selou os preceitos divinos (Hb 9.19,20). Na lista dos heróis da fé, Moisés é retratado como quem renunciou a todos os prazeres do Egito e identificou-se com o povo de Deus  na observância da Páscoa e na jornada através do Mar Vermelho (Hb 11.23-29).
As últimas referências no NT acerca de Moisés estão em (Jd v. 9 e Ap 15.3), o “cântico de Moisés”, uma provável alusão ao cântico de Moisés logo depois que Israel escapou de Faraó (Ex 15.21-29). Com base nessa esmagadora comprovação bíblica, sem dúvida, podemos concluir que a Escritura inteira atesta que Deus chamou e usou o homem Moisés.
 III – DESENVOLVIMENTO
1.Os últimos dias de Moisés – A Bíblia diz que quando Moisés faleceu estava com 120 anos, que era uma idade já bem avançada para os padrões da sua época, conforme depoimento do próprio Moisés (Sl 90.10). Não obstante, “os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor” (Dt 34.7). O último capítulo de Deuteronômio, que é o único capítulo que não foi escrito por Moisés, registra o reconhecimento e o amor do povo após a morte desse grande legislador de Israel.
Depois que Moisés predisse a cada uma das tribos o que lhes deveria acontecer e desejou-lhes mil bênçãos, toda aquela multidão não pode reter suas lágrimas, inclusive as crianças, o que deixou Moisés deveras comovido. Assim caminhou Moisés para o lugar onde deveria terminar sua vida, e todos seguiram-no gemendo.
 Ele fez sinal com a mão aos que estavam mais afastados para que parassem e rogou aos que estavam mais próximos que não o afligissem mais ainda seguindo-o com tantas demonstrações de afeto. Assim para obedecer, eles pararam e todos juntamente, lamentavam sua infelicidade por tão grande perda. Os anciãos e Eleazar, o Sumo sacerdote, e Josué, o comandante do exército, foram os únicos que o acompanharam.
Quando ele chegou ao monte Nebo, que está em frente a Jericó, tão alto que de lá se vê todo o país de Canaã, despediu-se da comitiva, e abraçando-se com Eleazar e Josué, deu-lhes seu último adeus. Ainda falava Moisés quando uma nuvem o rodeou e ele foi levado a um vale.
O povo chorou-o durante trinta dias e nenhuma outra perda lhe foi jamais tão sensível. Mas ele não foi chorado somente por aqueles que tiveram a felicidade de o conhecer, mas também por aqueles que conheceram as leis admiráveis que ele nos deixou, porque a santidade que nelas se nota não pode permitir dúvidas sobre a eminente virtude do legislador.
Ninguém sabe onde a sepultura de Moisés se encontra, desde aquela época (Dt 34.6b) até hoje. A única informação é que Deus mesmo o sepultou “num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor” (Dt 34.6a). Deus fez com que sua sepultura nunca fosse encontrada para que, provavelmente, não se criasse uma idolatria e romaria em torno do túmulo de seu servo (Jd v.9).
Devido ter desobedecido a Deus quando o Senhor o ordenou no deserto, que ele falasse à rocha visto que anteriormente ele já a havia ferido em Orebe (Ex 17.5-7);  Moisés ao invés de falar a rocha como Deus ordenara, feriu-a duas vezes, desobedecendo ao Senhor, motivo pelo qual o Senhor o disse que ele não entraria na terra (Nm 20.7-13, 22-29).
O exemplo de Moisés como líder e homem de Deus nunca será esquecido. Sobretudo pelos últimos quarenta anos de sua vida, ele sempre será lembrado como um exemplo de fé, vida de santidade, seriedade, liderança, sabedoria, paciência, fidelidade ao chamado divino, e vida dedicada totalmente ao Senhor.
2. Moisés, Pastor de Israel – Moisés como pastor de Israel era um homem de Deus, de oração, de fé e de obediência.  No capítulo 33 e verso 1 de Deuteronômio, Moisés é chamado “Homem de Deus”, um título que aparece pela primeira vez na Bíblia. Moisés era um homem de Deus em face da grande missão que recebera, de tirar Israel do Egito e levá-lo em segurança até a planície de Moabe – nas fronteiras da Terra Prometida.
Os versículos finais do livro de Deuteronômio (Dt 34. 10-12) diz que nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face à face. A citação nos leva a observar a avaliação do autor quanto à vida e à missão de Moisés. No tocante a envergadura espiritual, nenhum outro profeta de Israel chegou a comparar-se a Moisés como líder carismático.
Quanto a Moisés como o maior dos profetas de Israel, parte dessa grandeza estava no fato de que ele conhecia Yahweh face a face, e não meramente através de sonhos, visões e visitas angelicais, embora, sem dúvida também tivesse participação dessas coisas (Nm 12.6-8). Com Moisés Yahweh falava boca a boca, ou seja, em diálogo íntimo. De conformidade com as tradições judaicas somente o Messias viria a ser maior do que Moisés.
3. Aprendendo com Moisés – Moisés foi um homem que cultivou uma comunhão profunda e intensa com Deus e muitas das qualidades específicas do seu caráter podem ser citadas: a). Liderança – No tocante à envergadura espiritual, nenhum outro profeta de Israel chegou a comparar-se a Moisés como líder (Dt 18.15-22; Nm 12.6-8).
b) Fé – Conforme destaca o capítulo 11 do livro de Hebeus vs 24-27. “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó. Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo ter o gozo do pecado; e tendo por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito. Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei, porque ficou firme, como vendo o invisível”.
c) Intensa vida de oração – Isso faz parte indispensável da vida espiritual de qualquer pessoa séria em sua inquirição espiritual. Em qualquer momento de emergência, Moisés apelava imediatamente a Yahweh. Ele não falava então como um estranho, mas antes como um filho que pede algo a seu pai; e foi assim que ele nunca pleiteou em vão. Muito seriamente, vemos Moisés a intervir em favor de Israel em momentos críticos, quando seu povo tornava-se culpado de algum grave pecado ou apostasia (Ex 32.31; 33.11).
d) Humildade – Moisés era suficientemente grande para não ter de fingir que era. A grandeza vinha ao encontro dele, sem que ele tivesse de perseguí-la. A humildade de Moisés é mencionada como uma característica especial de sua personalidade, em Nm 12.3. Ele não cobiçava distinção e nem procurava proeminência.
e) Resistência, persistência – Alguns intérpretes pensam que o vocábulo hebraico ‘anayw’ , em Nm 12.3 – traduzido por ‘manso’ em nossa versão portuguesa, deveria ser entendido como ‘persistente’. Sem importar se assim devemos interpretar ou não aquela palavra hebraica, torna-se óbvio pelo próprio relato bíblico, que a sua persistência, na causa que defendia, nunca sofreu qualquer lapso ou hesitação.
f) Serviço amoroso – Em tempos de crise, quando Moisés rogava em favor do seu povo Israel, há ilustrações especiais do amor que lhes devotava. Ele se aliou aos seus compatriotas, em sua servidão degradante (Ex 2.11; 5.4); ele se esqueceu de vingar-se das afrontas sofridas (Ex 2.14): ele desejou que seu irmão fosse o líder, em vez dele mesmo (Ex 4.13); e quando Yahweh ofereceu-se para destruir o povo, fazendo de Moisés uma grande nação (Ex 32.10), ele orou para que o Senhor os perdoasse, “...ou se não, risca-me, peço-te do livro que escreveste....(Ex 32.32).
CONCLUSÃO
O grande legado de Moisés está expresso em suas obras que atravessaram séculos, chegando até os nossos dias e formando parte significativa e basilar do cânone veterotestamentário. São de Moisés o Pentateuco (Gênesis, Exodo, Levítico, Números e Deuteronômio), o Salmo 90 – que é portanto o mais antigo salmo de Israel, e provavelmente também o belíssimo Livro de Jó.
A riqueza e a importância histórica, social, espiritual e literária dessas obras para o mundo revelam a grandeza do ministério desse grande homem de Deus para o seu povo e para toda a humanidade.
Moisés, foi esse emissário de Deus encarregado de executar tarefas tão importantes e definitivas para a humanidade do seu tempo e para nós hoje, também. Podemos destacar alguns dos muitos aspectos revolucionários da legislação hebraica para a história do Direito no mundo.
Ela foi revolucionária para a sua época e tempos depois, serviria de inspiração para muitos avanços legais saudáveis com os quais já estamos muito habituados em nossos dias, mas que, na época de Moisés, se constituíam em uma grande inovação.
Dentre seus muitos aspectos revolucionários, a legislação hebraica, por exemplo, atribuía um grande valor à vida humana, exigia um grande respeito para com a honra da mulher e conferia mais dignidade à posição de escravo do que poderíamos encontrar em qualquer um dos códigos legais das outras nações do Oriente Próximo.
Não àtoa, costuma-se chamar os valores tradicionais do Ocidente, que foram responsáveis pela sua formação e se constituem a base de todas as suas conquistas, de valores judaicos-cristãos. Os princípios do Decálogo (Ex 20.1-17), por exemplo, ajudaram a moldar todos os valores do Ocidente, juntamente com o cristianismo.
Para a igreja Moisés deixou um legado que metaforicamente pode-se chamar de herança para os nossos dias através do seu exemplo de liderança, paciência, intercessão, integridade, persistência, comunhão com Deus e sobretudo, exemplo de fé como registrou com destaque o escritor do Livro de Hebreus na “Galeria dos Heróis da Fé” (Hb 11.23-29).
Somente um homem que ama e serve a Deus com uma fé robusta rejeita as riquezas e a glória do mundo, preferindo sofrer fazendo a obra do Senhor. Moisés não tomava as suas decisões baseado simplesmente no que a lógica humana e os seus cinco sentidos lhe diziam, mas tinha em vista a importância histórica e espiritual do que estava fazendo e a “recompensa” que receberia do seu Senhor pela sua fidelidade ao seu chamado. Ele via além do que poderia perceber a maioria das pessoas do seu tempo, porque via “o invisível’.
Ademais, somente um homem que ama e serve a Deus com uma fé robusta não empalidece diante das adversidades mais intensas, não esmorece diante dos poderosos e das circunstâncias prementes que o pressionam a abandonar a vontade divina. A Bíblia diz que Moisés desprezou completamente “a ira do rei” a oposição dos grandes e poderosos deste mundo, e ficou firme, como quem está “vendo o invisível”.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl  7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo, 2003. Editora Hagnus
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N .Enciclopédia de Bíblia e Teologia – Vol.1 Editora Hagnus





quinta-feira, 20 de março de 2014

A Consagração dos Sacerdotes - Lição 12 – 1º. Tri EBD CPAD - 23.03.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo  29.1-12     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Explicar como se dava a cerimônia de consagração sacerdotal.
2. Citar os elementos do sacrifício de posse.
3. Compreender que Cristo é o perpétuo e o mais perfeito Sumo-Sacerdote. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Há na Bíblia um ofício chamado o ofício sacerdotal. Este ofício denota um grupo de pessoas que foram separadas do mundo e são devotadas unicamente para ministrar a Deus. Elas não têm outra profissão ou vocação além de servir a Deus. Essas pessoas são conhecidas na Bíblia como sacerdotes.
Desde a época em que o Senhor Jesus veio à terra até sua partida do mundo, o ofício sacerdotal perdurou. A Bíblia também nos mostra que após sua ascensão, o Senhor Jesus ministra como sumo sacerdote diante de Deus. Na Era da igreja, o ministério sacerdotal continua. No começo do milênio, aqueles que participaram da primeira ressurreição serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos (Ap 20.6).
Podemos dizer que durante esses mil anos, os filhos de Deus continuam a servir como sacerdote de Deus e de Cristo. Para o mundo eles são reis, enquanto para Deus eles são sacerdotes. O termo sacerdote deixa de existir quando o novo céu e a nova terra são introduzidos. Nesta  era, todos os filhos de Deus e seus servos nada mais fazem além de servir continuamente a Deus.
Aqui percebemos uma coisa maravilhosa, isto é, o ofício sacerdotal começou com Melquisedeque que não tinha genealogia, não tinha princípio de dias nem existência, mas feito semelhante ao filho de Deus permanece sacerdote perpetuamente (Sl 110.4.5).
Quando os israelitas saíram do Egito e chegaram ao monte Sinai, Deus falou a Moisés que dissesse ao povo: Vós me sereis reino sacerdotal e nação santa. São estas palavras que me falarás aos filhos de Israel. O significado dessa palavra é que toda nação deveria ser sacerdote. Em outras palavras, não haviam pessoas comuns naquela nação, mas todos eram sacerdotes.
Podemos assegurar-lhes que este é o propósito de Deus. Enquanto Moisés estava no monte, o povo estava ao pé do monte. Vendo que ele demorava e não sabendo o que lhe acontecera, o povo disse a Arão: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós (Ex 32.1). Arão ouviu as suas palavras e recolheu muito ouro com o qual fez um bezerro.
Eles adoraram o bezerro de ouro e disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses que te tiraram da terra do Egito. Então adoraram o ídolo; naquele dia puderam ver com seus próprios olhos um deus feito de ouro fundido. O Deus no qual Moisés o tinha levado a crer não era possível ser visto com os próprios olhos nem apalpado com as próprias mão. Não era um Deus que pudesse ser achado facilmente.
Até mesmo Moisés havia desaparecido. Estavam felizes com o bezerro de ouro que tinham feito com suas próprias mãos e o adoraram como o Deus que os tinha tirado da terra do Egito. Quando Moisés desceu do monte e se aproximou do acampamento e viu a situação em que estava os filhos de Israel, sua ira ascendeu-se e ele despedaçou as tábuas de pedra.
Então Moisés pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: “Quem é do Senhor, venha até mim”. Então todos os filhos de Levi se ajuntaram a ele. Ele lhes disse: “Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho”. 
Não importa quem seja, apenas o mate. Porque eles adoraram os ídolos e o bezerro de ouro. Dentre as doze tribos, onze não se moveram, eles acharam o preço alto demais. Somente os levitas obedeceram. Com sua espada sobre o lado, cada um deles passou e tornou a passar de porta em porta. Cerca de três mil homens foram mortos, e eles eram parentes, amigos e vizinhos (Ex 32.25-29).
A nação de sacerdotes tornou-se a tribo de sacerdotes, e então, a família de sacerdotes. Dentro da tribo de Levi, o povo de Deus também eram os sacerdotes de Deus. Dentro das outras onze tribos, o povo não podia mais ser os sacerdotes de Deus. Assim a tribo de Levi se tornou em lugar da nação a tribo sacerdotal.

III – DESENVOLVIMENTO
1.A consagração de Arão e seus filhos – A grande mensagem inicial desse cerimonial de consagração era revelar o fato de que as pessoas que estavam ali para serem apresentadas e consagradas ao Senhor foram escolhidas, pelo próprio Deus para aquela tarefa.
Este era o significado primordial da cerimônia de consagração. Essa cerimônia mostrava a todos que aqueles homens não se dedicariam a outra coisa, eles se dedicariam tão somente, e exclusivamente, àquele serviço para o qual estavam sendo consagrados.
A expressão em hebraico “para consagrar” em Êxodo 29.9 é: “encher as mãos”. Em vez de sagrarás Arão e seus filhos, que é uma tradução correta para o final desse versículo, podemos colocar também: “tudo porás nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos”.
Da mesma maneira, “o carneiro das consagrações” (Ex 29.22,26) significa também: “o carneiro posto nas mãos” de Arão e seus filhos. Esse significado “mãos cheias” fala-nos de mãos ocupadas.
Assim pois, quem é consagrado para Deus, é uma pessoa que passa a ter as suas mãos ocupadas. A sua vida agora tem uma direção específica, um norte determinado, um rumo estabelecido; o trabalho de Deus o consome. Toda a sua vida é preenchida, afetada e envolvida pelo seu trabalho.
Ele é consagrado, e quem é consagrado é alguém ocupado. Observem que só a partir da consagração é que Arão e seus filhos estavam autorizados a iniciar o seu ofício conforme lhes havia sido ensinado. O seu preparo estava concluído e a consagração era o sinal de Deus para que eles começassem o seu ofício sacerdotal.
Embora eles fossem homens fracos como registra o escritor da epístola aos Hebreus 7.28, Deus estava dizendo: Eu estou com vocês. Por meio de vocês eu abençoarei o povo de Israel. Essa é a mensagem que Deus transmite ao final das orientações para essa cerimônia.
Santificarei a Arão e a seus filhos para me ministrarem o sacerdócio e habitarei no meio dos filhos de Israel e lhe serei por Deus, e saberão que eu sou o Senhor, seu Deus que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu, o Senhor, seu Deus (Ex 29.42-46).
Depois do cerimonial com o sacrifício dos animais vinha a unção com o azeite, que era aspergido sobre as cabeças dos sacerdotes e suas vestes – Arão e seus filhos (Ex 29.20,21).
Finalmente, temos a lavagem com água (Ex 29.4). Utilizando a água da pia de bronze que estava próximo à entrada do lugar santo (Ex 30.17-21). Essa lavagem com água nos fala da purificação, pureza, santificação, e perfeição. E em tipologia bíblica nos fala da purificação pelo sangue de Jesus e pela Palavra de Deus (1Jo 1.7; Jo 13.1-15; 15.3; 17.17). O escritor da Epístola aos Hebreus nos lembra que sem santificação ninguém verá o Senhor.
Após a lavagem eles estavam prontos para colocar suas novas vestimentas, próprias e específicas para o trabalho que exerceriam – a colocação das vestes especiais para o ofício (Ex 29.5,6,8,9). A mensagem aqui é que não era o suficiente que removesse a corrupção do pecado pela lavagem da água, mas também, deveriam vestir vestimentas de justiça (Sl 132.9). Eles deveriam ser cingidos como homens preparados e fortalecidos para o seu trabalho.
2. O sacrifício da posse – No cerimonial da consagração, havia em primeiro lugar o sacrifício de três animais (Ex 29.10-23): a) Um novilho como oferta pelo pecado dos sacerdotes, b) Um carneiro usado como holocausto que era simbolizado pela entrega total do sacerdote a Deus c) Outro carneiro usado como sacrifício de consagração do sacerdote. Conforme Ex 12.5 era imprescindível a perfeição nesses animais.
No processo do sacrifício, primeiro era feito uma oferta pelos pecados dos próprios sacerdotes, os quais deveriam colocar a mão na cabeça do animal a ser sacrificado (Ex 29.10), como confissão de que eram pecadores e pelos seus pecados deveriam morrer.
Ora, Cristo é a expiação pelos nossos pecados (Jo 3.16, 1Co 15.3; 1Jo 1.7). Quem serve na obra de Deus deve lembrar-se de que é um pecador e confiar totalmente nos méritos da morte vicária de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
3. Cristo, perpétuo sumo sacerdote – Ao longo de milênios Deus tem tido seus sacerdotes desde a época do Gênesis (Gn 14.18-20; Sl 110.4; Hb 7.1-11). O primeiro sacerdote que a Bíblia registra foi Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, que ministrou pão e vinho a Abraão. Desde o tempo do Gênesis até a nação de Israel houve sacerdotes.
Melquisedeque é apresentado como um rei que tinha funções e direitos sacerdotais (Gn 14.18). O próprio Abraão lhe prestou homenagem. Certamente, pois, a sua glória ultrapassa à de Arão. Cristo assumiu esse sacerdócio real, mas revestido ainda de maior glória. Notemos que, em Zc 6.13, são combinados os ofícios de rei e sacerdote, no tocante ao Messias.
O autor sagrado volta a considerar o sumo sacerdócio de Melquisedeque de forma mais completa em Hb 7.1-10, com o propósito definido de mostrar sua superioridade sobre o sacerdócio aarônico, e isso faz parte de seu argumento que visava mostrar, que em Cristo, toddos os tipos sacerdotais são cumpridos e ultrapassados, não havendo mais qualquer necessidade de um sumo sacerdote terreno. Cristo incorpora, em si mesmo, todo o sacerdócio de que precisamos.  
Até o próprio Aarão, por intermédio de Abraão, pagou dízimo a Melquisedeque, com o resultado de que o menor foi abençoado pelo maior. Foi Melquisedeque quem abençoou a Abraão, pelo que aquele era maior do que este, para nada dizer sobre Arão, que por esse tempo nem havia nascido ainda.
CONCLUSÃO
O sacrifício de Cristo foi superior a todos os sacrifícios aarônicos (Hb 13.12):
1. O sacrifício de Cristo foi efetuado fora da porta, isto é, totalmente á parte da ordem levítica, nada tendo que ver com ela, exceto que por ela foi prefigurado.
2. A fim de derivar benefícios de seu sacrifício, devemos estar dispostos a deixar o templo e sair para fora da porta, rompendo relações com os antigos caminhos.
3. Esse rompimento também subtende a separação moral de tudo quanto é secundário, inferior e pecaminoso (Hb 13. 12,13).
4. O rompimento também indica levar o opróbrio de Cristo, a desaprovação em  que é tida a fé  cristã, e que ele também levou (Hb 13.14).
5. Será o reconhecimento de que não fazemos parte deste mundo, de seu sistema de ideias, de seu sistema religioso; antes, vivemos segundo uma regra superior e eterna, aquela estabelecida pela cidade eterna (Hb 13.14).
6. O povo de Israel enquanto esteve no deserto, habitava em um acampamento o que explica a escolha das palavras citadas em em Hb.13.12, isto é, “...sofreu fora da porta”.
O sofrer fora da porta simbolizava o opróbrio, pois assim é que eram punidos os piores criminosos; e a própria localização de seus sofrimentos era  o desprezo oficial votado às suas pessoas.
O autor sagrado, pois, indica que seus leitores devem estar dispostos a se separar da comunidade de Israel até onde tangiam as questões religiosas, identificando-se com o desprezo de Jesus.
Ele nos assegura que esse mundo e o seu sistema que rejeitaram a Cristo, não são amigos da graça nem nos ajudam a buscar a Deus.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl  7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo, 2003. Editora Hagnus
Manual Pastor Pentecostal. Rio de Janeiro 2006. CPAD
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N .Enciclopédia de Bíblia e Teologia – Vol.1 Editora Hagnus


quarta-feira, 12 de março de 2014

Deus escolhe Arão e seus filhos para o Sacerdócio - Lição 11 – 1º. Tri EBD CPAD - 16.03.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo  28.1-11     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Explicar o sacerdócio em Israel.
2. Elencar os elementos da indumentária sacerdotal.
3. Compreender o papel atual dos ministros da igreja de Cristo. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Como o Tabernáculo era ao mesmo tempo o Templo de Deus e o palácio do grande rei, assim também os levitas eram sacerdotes e funcionários do estado. Por disposição da lei, o sumo sacerdócio devia ser desempenhado por membros da casa de Arão, e durante o tempo de maior pureza ritual pelo primogênito daquela família. 
Todavia Nadabe, o seu filho mais velho morreu por causa da sua impiedade. Sendo ainda sumo sacerdote o seu pai, sucedeu então que aquele auto lugar foi ocupado por Eleazar, que teve por sucessor, Eli.
Deste foi transferido o sumo sacerdócio para família de Itamar o quarto filho de Arão, mas no tempo de Salomão voltou para a família de Eleazar , e nela permaneceu até o cativeiro babilônico. Durante a dinastia hasmoneana foi ainda uma família particular de levitas que exerceu as funções sacerdotais, mais para o fim do domínio hebraico já não era de forma alguma considerado o direito de sucessão.
Arão foi consagrado sumo sacerdote por Moisés, e os seus filhos eram os sacerdotes. Na parte mais interna do Tabernáculo só podia entrar aquele que se achava revestido do sumo sacerdócio, uma vez por ano, no dia da expiação. 
No reinado de Davi eram tão numerosos os descendentes de Eleazar e de Itamar que não podiam ser todos empregados ao mesmo tempo como sacerdotes; foram por consequência divididos em vinte e quatro turnos ou ordens, servindo cada turno em rotação semanal duas vezes ao ano (1Cr 24). 
Cada ordem tinha os seus chefes e são esses chefes provavelmente os “príncipes dos sacerdotes”, a que tantas vezes se referem os evangelhos. Ao seu cuidado estavam os sacrifícios e os serviços religiosos do templo, sendo as funções sacerdotais, na sua maior parte, determinadas por sorte a cada um. Todos os sacerdotes eram levitas, isto é, descendentes de Levi por Coate e Arão. 
Todavia Levi teve outros filhos, cujos descendentes se empregavam em serviços públicos. Eles auxiliavam os sacerdotes, formavam a guarda do Tabernáculo, e levavam-no de lugar para lugar quando em seus deslocamentos no deserto ou mais tarde em Canaã (Nm 4.2,22,29).
No reinado de Davi, todo o pessoal do culto,  sem falar nos sacerdotes estavam divididos em três classes, sendo cada uma destas subdivididas em vinte e quatro turnos. A primeira classe estava de serviço junto aos sacerdotes para os ajudar, a segunda formava o coro dos cantores do templo, e a terceira constituía o corpo dos guardas e porteiros do templo (1Cr 24 – 26).
É provável que os levitas, quando não estivessem de serviço no templo, fossem os instrutores do povo, pois que de fato, eram eles a classe instruída. Para sustentação da grande família dos levitas havia quarenta e oito cidades, com uma faixa de terra em volta de cada uma: tinham também o dízimo de todos os produtos e do gado do campo, cabendo aos sacerdotes o dízimo desse dízimo (Lv 27.30; Nm 35.1-8; Dt 14.22-29).

III – DESENVOLVIMENTO
1.O sacerdócio – No capítulo 28 de Êxodo, vemos como Deus ordena a Moisés separar a Arão e seus filhos, Nadabe e Abiu, Eliazar e Itamar para o serviço sacerdotal. Todos aqueles que iriam trabalhar no Tabernáculo deveriam pertencer à tribo de Levi (Dt 18.1-8), da qual pertencia Moisés e sua família. 
Mas os sacerdotes responsáveis pela liturgia do culto diário deveriam pertencer exclusivamente a família de descendentes de Levi por Coate e Arão que foram os primeiros sumo sacerdotes da história de Israel (Ex 28.1-3). Havia no ministério do Tabernáculo três classes de obreiros: o sumo sacerdote, os sacerdotes, e os levitas (Nm 3.6-10). O sumo sacerdócio era a mais alta função dentro da religião judaica. 
Ele era responsável por fazer a expiação anual em favor de todo o povo e também pelos sacrifícios nos dias de descanso estabelecido por Deus. Era ainda o sumo sacerdote quem supervisionava todo o Tabernáculo e todo o trabalho exercido pelo sacerdote. O sumo sacerdote também era o presidente do Sinédrio – o principal tribunal de Israel.
Os sacerdotes, por sua vez, faziam os sacrifícios diários, ofereciam incenso ao Senhor, cuidavam dos pães da mesa da proposição, abençoavam o povo, ensinavam a lei de Deus (Lv 10.11), e julgavam as causas civis entre a população (Nm 5.5-31). 
Já os levitas serviam de auxiliares dos sacerdotes e eram responsáveis por trabalhos menores dentro do Tabernáculo. Se fossemos comparar o trabalho dos levitas na organização dos dias atuais, certamente que os classificaríamos como os diáconos da igreja na atualidade.
Na época de Davi os sacerdotes foram divididos em 24 turmas para ordenar melhor o serviço de cada um no santuário (1Cr 24); e os levitas passaram, a exercer trabalhos ainda mais especializados, como de cantores e músicos (1Cr 25), e porteiros (1Cr 26.1-9), guarda dos tesouros e zeladores do templo (Cr 26.20-28), oficiais e juízes (1Cr 26.29-32).
No decorrer dos tempos surgiu entre os levitas ainda a figura dos escribas que inicialmente eram “escreventes, cuja principal função era copiar as Escrituras”, mas que posteriormente adquiriram conhecimento tal das Escrituras que passaram a interpretá-la, principalmente a lei de Moisés. Na época de Jesus, justamente por causa desse conhecimento profundo da lei, esses levitas eram chamados de mestre da lei (Lc 5.17), que em nossos dias podem se comparar com os eruditos bíblicos.
 Entre os escribas o mais notório de todos foi Esdras, que foi sacerdote nos dias de Neemias e autor do livro bíblico que leva o seu nome, sendo-lhe atribuído ainda o título de escritor dos livros de 1ª. e 2ª. Crônicas.
Alguns atribuem ao grande escriba Esdras, a instituição do culto na sinagoga tendo o mesmo fundado a grande sinagoga em Jerusalém no retorno do exílio, onde fixou o cânon das Escrituras do AT. O ministério sacerdotal era essencialmente um ministério de intercessão. 
O sacerdote era um mediador entre o povo e Deus, tanto com respeito ao oferecimento de sacrifício para a expiação da culpa do povo, como também no sentido mais comum de orar em favor do povo. Era responsabilidade do sacerdote ministrar no santuário perante Deus e também ensinar a lei de Deus para o povo (Ex 28.1-29; Lv 21.1-23; 1Cr 24.1-31).
O sacerdote também tomava conhecimento da vontade de Deus em situações muito difíceis, consultando ao Senhor através de Urim e Tumim. É importante nos lembrar que o ministério sacerdotal não começou com Arão, pois nos dias de Abraão já é mencionado um sacerdote chamado Melquisedeque, da qual ordem procede o Senhor Jesus Cristo (Gn 14.18-20; Hb 7.1,2,21; Sl 110.4).
 2. A indumentária do sacerdote – Duas coisas nos chamam a atenção quanto às vestes sacerdotais. Em primeiro lugar, quem confeccionou essas vestimentas foram pessoas chamadas por Deus para esta finalidade específica (Ex 28.3). O texto bíblico afirma que foram homens sábios de coração a quem Deus havia enchido do Espírito de Sabedoria. 
Em segundo lugar o propósito da indumentária sacerdotal era “santificar”, isto é, distinguir, destacar, honrar os sumos sacerdotes, dar-lhes ornamentação, beleza e glória diante do povo; enfim, enfatizar o significado e a importância do seu ofício perante todo povo. Suas vestes foram pensadas para refletir a dignidade do seu ofício. 
Os materiais para as vestes sacerdotais eram os mesmos das cortinas e do véu do Tabernáculo (Ex 26.1.31,32; 28.5,6). O sacerdote não podia ministrar “com roupas simples e sem brilho” em um Tabernáculo que era “graciosamente colorido”. Deus o autor de tudo que é bom e bonito, deseja que haja beleza nos procedimentos de adoração.
A Moisés, perante a sarça ardente, foi determinado que tirasse as sandálias dos pés, porque o lugar em que estava pisando era terra santa. Semelhantemente, os sacerdotes não deveriam entrar no santuário com sapato nos pés, deviam deixar os sapatos no pátio, antes de entrarem no santuário, e também lavar tanto as mãos como os pés, antes de ministrarem no Tabernáculo, ou no Altar dos Holocaustos. Desta forma ensinava-se a lição de que toda contaminação deveria ser removida daqueles que se aproximavam da presença de Deus.
As vestes do sumo sacerdote era de custoso material e de bela composição, em conformidade com sua elevada posição. Em acréscimo ao traje de linho do sacerdote comum, o sumo sacerdote usava uma vestimenta de azul, também tecida em uma única peça. 
Ao longo das fímbrias (orlas ou margens) era ornamentada com campainhas de ouro, e romãs de azul, púrpura  e escarlate. Por sobre isto estava o éfode, uma vestimenta mais curta, de ouro, azul, púrpura, escarlate e branco. Era preso por um cinto das mesmas cores, belamente trabalhado.
O éfode não tinha mangas, e em suas ombreiras bordadas de ouro achavam-se colocadas duas pedras de ônix, que traziam os nomes das doze tribos de Israel. Com o tempo essas duas pedras ficaram conhecidas popularmente como luz e perfeição. 
Sobre o éfode estava o peitoral, a mais sagradas das vestimentas sacerdotais. Este era do mesmo material que o éfode. Era de forma quadrada, media um palmo e estava suspenso dos ombros por um cordão azul por meio de argolas de ouro. 
As bordas eram formadas de uma variedade de pedras preciosas, as mesmas que forma os doze fundamentos da cidade de Deus. Dentro das bordas havia doze pedras engastadas de ouro dispostas em fileiras de quatro, e como as das ombreiras, tendo gravados os nomes das doze tribos de Israel.
As instruções do Senhor foram: “Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração quando entrar no santuário, para memória diante do Senhor, continuamente” (Ex 28.29). 
Assim o Senhor Jesus Cristo, o sumo sacerdote os bens futuros, com o seu próprio sangue, chegou diante do Pai em prol dos pecadores, traz sobre o coração o nome de toda alma arrependida e crente. Assim se expressa o salmista: “Eu sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim” (Sl 40.17).
3. Ministros de Cristo para a igreja – Em termos bíblicos, o cargo de Pastor é dar condições para “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério” (Ef 4.12). O Pastor tem a função específica de fazer com que as outras partes do corpo de Cristo trabalhem. 
É decisivo incorporar o desígnio de Deus para o Pastor em sua descrição do cargo que desempenha. Na epístola de Paulo aos Efésios 4.11, está a única passagem do NT onde o termo grego poimen é traduzido com o sentido de “pastor de igreja” em todas as outras ocorrências, a palavra é traduzida com a acepção de “pastor de ovelhas”.
O pastor de ovelhas sempre foi um escravo do rebanho. O rebanho recebe atenção indivisa e afetuosa de um bom pastor de ovelhas. Todos já observamos que muitas das supostas grande figuras do mundo, são, na verdade,  pessoas escravas, subjugadas pela intensa corrida em direção da excelência para fugir do que consideram mediocridade. 
Que seja dito, sem qualquer medo de contradição bíblica, que os crentes verdadeiramente grandes na igreja do Senhor são aqueles servos dominados pelo desejo espiritual de ajudar as pessoas na luta que empreendem em direção à santidade. Nessa suprema vocação, grandeza pode ser verdadeiramente encontrada. 
Ministério de significado para a igreja do Senhor sempre será prioridade para o Pastor que tem coração de pastor de ovelhas. Isso sempre foi e sempre será o cerne do ministério pastoral. Quando o apóstolo Paulo escreveu que o Senhor “deu [...] uns para pastores”, imediatamente apresentou a razão para Deus dar pastores e mestres: 
Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo. Esse ponto relevante nunca deve ser esquecido. Pastores são dons de Deus para a igreja. 
Quando Deus dá um dom deve-se presumir que o dom  é de grande valor à quem recebe. Se os pastores devem ser de máximo valor para a igreja, devem, então, empregar todo empenho ao ministério de prioridade para o corpo de Cristo.
A obra do ministério na igreja é realizada por pessoas chamadas e capacitadas por Deus e dadas por Deus a igreja (Ef 4.11). Ninguém está no ministério por casualidade ou acidente. Nem deve ter uma posição no ministério porque não pode dizer não, ou nem mesmo por causa de suas habilidades naturais ou condições econômicas e culturais. 
A única razão para o crente ter uma posição no ministério é a vontade soberana de Deus. Como está escrito: “E ninguém toma para si essa honra, senão aquele que é chamado por Deus como Arão” (Hb 5.4).
Deus não apenas coloca os crentes em posições ministeriais específicas, mas também lhes concede dons específicos para cumprir tais ministérios – “Tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada” (Rm 12.6). E 1Co 12.11 acrescenta: “Mais um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. 
Cada um administra aos outros o dom como recebeu, como bom dispenseiro das multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10). Deus não só chamou e deu dom a essas pessoas, mas também deu-as para a igreja. O propósito de Deus dar dons aos ministros é aperfeiçoar outros crentes para o ministério (Ef 4.11-16).
IV – CONCLUSÃO
Moisés fizera o santuário terrestre “segundo o modelo que tinha visto”. Nos Atos dos Apóstolos encontramos que o Tabernáculo e todos os vasos do ministério” quando se acharam completos, eram figuras das coisas que estão no céu (At 7.44; Hb 9.21,23). E João apóstolo, diz que viu o santuário no céu.

Aquele santuário em que Jesus ministra em nosso favor, do qual o santuário construído por Moisés era uma cópia. Depois de sua ascensão, nosso Senhor Jesus Cristo iniciou sua obra como nosso sumo sacerdote – assim se expressa o escritor aos Hebreus: “Cristo não entrou num santuário, feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).
Assim como o ministério de  Cristo devia consistir de duas grandes divisões, ocupando cada uma delas um período de tempo e tendo um lugar distinto no santuário celeste, semelhantemente, o ministério típico consistia em duas divisões: o serviço diário e o anual, e a cada um deles era dedicado um compartimento do Tabernáculo.




Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl  7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo, 2003. Editora Hagnus
Manual Pastor Pentecostal. Rio de Janeiro 2006. CPAD
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N .Enciclopédia de Bíblia e Teologia – Vol.1 Editora Hagnus