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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Um Lugar de Adoração a Deus no Deserto - Lição 09 – 1º. Tri EBD CPAD - 02.03.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo  25.1-9     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Conhecer as instruções para a construção do Tabernáculo.
2. Elencar os utensílios presentes no pátio do Tabernáculo.
3. Compreender que o Tabernáculo representava o lugar de habitação de Deus em pleno deserto. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
O Tabernáculo domina o livro de Êxodo do capítulo 25 ao 40. Por várias vezes foram dadas instruções a respeito dele. O Tabernáculo no deserto constitui o centro de toda vida pessoal, social, política e religiosa do povo de Deus, durante sua peregrinação em direção à terra prometida.
Constantemente Moisés foi admoestado a condicionar a vida religiosa do povo de Deus, de acordo com o que lhe fora mostrado, através do Tabernáculo. – “Os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o Tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5).
As instruções divinas para o culto são dadas a Moisés, que as repassa ao povo; e elas consistem não só de orientação quanto à confecção de objetos a serem usados na organização dessa adoração, mas também de orientações voltadas para a liturgia do culto a Deus.
Entretanto, o que chama a atenção nesses capítulos é que, em meio a essa série de orientações sobre a montagem do santuário e a liturgia a ser adotada, Moisés também narra a apostasia do povo no deserto, quando os israelitas tiveram de ser fortemente confrontados e ocorre a quebra do concerto de Deus com seu povo, o qual se foi restaurando após o arrependimento dos israelitas e a intercessão de Moisés em favor deles (Ex 32.1 – 34.35). Essa apostasia envolvia, principalmente, uma adoração equivocada (Ex 32.1-8).
Deus deu a Moisés toda orientação a respeito da construção do Tabernáculo quando estava no monte Sinai: “Segundo tudo que eu te mostrar para modelo do Tabernáculo e para modelo de todos os seu móveis, assim mesmo o fareis” (Ex 25.9). O Tabernáculo no deserto foi um tipo, uma sombra, uma figura da pessoa e da obra de nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 8.1,2).
Cada detalhe do Tabernáculo apontava aspectos da pessoa e do ministério do nosso Salvador. Além disso, o Tabernáculo pode ser considerado uma figura do crente. Nos dias de sua carne, Jesus foi o Tabernáculo no qual habitava a plenitude da divindade (Hb 1.3; Cl 1.15-19).
O crente “em Cristo” é, também, a habitação de Deus, conforme se expressa o apóstolo Paulo em sua carta aos corintos: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus que sois vós é santo (1Co 3.15,16).
III – DESENVOLVIMENTO
1. As instruções para a construção do Tabernáculo – O principal propósito do Tabernáculo é explicado em Ex. 25.8,21,22. – “Me farão um santuário e habitarei no meio deles..... e porás o propiciatório em cima da arca, depois que houveres posto na arca o testemunho, que eu te darei. E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo que eu te ordenar para os filhos de Israel”.
Depois da entrega da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo divino era fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel, que ele libertara do poder de Faraó no Egito.
O  Tabernáculo, como o templo posterior, tinha o objetivo de centralizar o culto de Israel, evitando muitos “oráculos” lá fora, que poderiam corromper os cultos a Yahweh ou permitir que alguma espécie de sincretismo, se misturassem com influências pagãs, como construção de altares isolados onde pudessem adorar deuses construídos com suas próprias mãos, dando assim a mesma autoridade investida no Tabernáculo.
O que terminou não acontecendo de forma absoluta como aconteceu com Jeroboão que construiu dois bezerros um em Dã e outro em Betel para que o povo pudesse ali adorar outros deuses e não subir para adorar a Deus no templo em Jerusalém. E a idolatria de Mica nos dias dos juízes, que construiu uma casa de deuses e separou um jovem levita de Belém de Judá para ser o seu próprio sacerdote (1Re 12.26-29; Jz 17.1-13).
Segundo orientação de Deus, o próprio povo construiria o Tabernáculo com os recursos que receberam  ao deixar o Egito (Ex 3.21,22; 11.2,3; 12.35.36; Gn 15.13,14). Tudo foi ofertado voluntariamente e com muita alegria e assim o Tabernáculo foi feito conforme determinação do próprio Deus, não sendo portanto uma invenção humana. (Ex 25.8,9,40).
“Ouro, prata e bronze – três metais preciosos, alistados segundo a ordem do seu valor. Todos os três metais mencionados, do mais dispendioso ao mais barato, serviriam mais tarde para a construção do templo de Salomão. O apóstolo Paulo faz uma metáfora sobre esses materiais na edificação da vida espiritual (1Co 3.11-15).
Os homens mais pobres, que não pudessem doar nem ouro nem prata, podiam doar cobre ou bronze. Cada oferta teria sua utilidade; e cada doador seria abençoado por dar o que pudesse. Israel tinha recursos próprios suficientes para a construção do Tabernáculo.
Aquilo que eles tinham tomado dos egípcios (Ex 3.22;11.2), também devemos pensar no que eles tinham acumulado durante o exílio, e também o que haviam tomado dos amalequitas no deserto (Ex 17). E, assim, vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, e todo vaso de ouro; e todo homem oferecia oferta de ouro ao Senhor; e todo homem que se achou com pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabra, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles de texugos, os trazia; (Ex 35.22,23).
Deus deu todos os materiais preciosos a Israel na saída do Egito, e agora ele pede de forma voluntária, parte daquilo para construção do Tabernáculo.  Os críticos acreditam que Israel ao sair do Egito não tinham o conhecimento nem os materiais necessários para construir uma estrutura religiosa como o Tabernáculo mencionado em Êxodo capítulos: a) 25 a 29; b) 30 – 31; c) 35 – 40; junto com Números 3.25; 4.4 e 7.1.
Até mesmo Salomão, dizem os críticos, na era dourada de Israel, dependeu de habilidades e materiais estrangeiros para construir o seu templo (1Re 5.1-6). As estatísticas enfatizam os argumentos. Ao avaliar aquilo que é dito no relato, estima-se que Israel precisou ter disposto de mil quilos de ouro, três mil quilos de prata e dois mil e quinhentos quilos de bronze. Ao responder a tais argumentos, os conservadores supõem que o desagrupamento dos egípcios poderiam ter fornecido tal riqueza de materiais conforme Gn 13.15.14; Ex 3.22.23; 11.2; 12.35,36. Conclui-se que para a construção do Tabernáculo existia tanto os materiais necessários quanto a mão de obra especializada. Homens e mulheres que foram capacitados pelo Espírito de Deus para efetuar tão grandiosa obra, que era modelo em miniatura do Tabernáculo celestial (Ex 35.20-35), onde alguns homens artífices são mencionados por nome (Ex 35.30-35).
2. O Pátio do Tabernáculo – Deus ordenara que o Tabernáculo deveria ter um pátio (Ex 27.9). Esse pátio tinha formato retangular e media cerca de 23 metros de largura por 46 metros de comprimento (Ex 27.18). Ele era cercado por cortinas e havia uma única entrada para ele.
O pátio cercado por cortinas simbolizava a separação que deve haver para a adoração a Deus. A primeira coisa que era vista pela pessoa que adentrava o pátio era o Altar dos Holocaustos, que era feito de madeira de cetim (acácia) coberta de bronze e seu formato era de um quadrado com 2.5 metros de cada lado por 1.35 metros de altura (Ex 27.1,2). Era ali que os animais eram imolados em sacrifício pela expiação dos pecados.
O sangue das vítimas era colocado nas pontas do altar e o restante dele, derramado na sua base (Lv 4.7). Varas colocadas em argolas na estrutura do altar tinham a finalidade de propiciar o seu transporte pelos levitas (Ex 27.6,7). Assim como acontecia com toda a mobília do Tabernáculo, que era móvel, com toda a sua estrutura desmontável. O altar era oco (Ex 27.8).
Havia também no Pátio do Tabernáculo a Pia de Bronze. Ela era utilizada para o sacrifício de purificação (Ex 30.27-31). Essa lavagem cerimonial era feita com água constantemente substituída, já que não havia sistema de torneiras ou bicas naquela época nem algo parecido é mencionado no texto bíblico. Os sacerdotes deveriam se lavar sempre nele antes de ministrarem no interior do Tabernáculo ou no Altar dos Holocaustos.
 3. O lugar da habitação de Deus – Dentro do chamado “lugar da Habitação de Deus”, que era a parte interior da tenda do Tabernáculo havia dois ambientes: o primeiro é o Lugar Santo, onde ficava o castiçal de ouro, a mesa dos pães das proposição e o altar do incenso; e o segundo é o Santo dos Santos, onde estava a Arca da Aliança, única peça desse ambiente. Estima-se que o Lugar Santo media 9m de extensão, e o Santo dos Santos, 4,5 m.
O castiçal de ouro (Ex 25.31-40) era o que iluminava o interior da tenda, já que não havia janelas ali. Ele era feito com puro ouro batido e seu fogo, mantido aceso com azeite. Essa peça nos fala prioritariamente, de Cristo, que é a Luz do Mundo (Jo 8.12), e por extensão, da igreja, que também é simbolizada pelo castiçal de ouro (Ap 1.12,13,20). O azeite, por sua vez, é símbolo do Espírito Santo. Para que o castiçal permanecesse aceso, era preciso que seu azeite fosse renovado todos os dias.
A mesa dos pães da proposição tinha 90 cm de comprimento, 75 cm de altura e 45 cm de largura (Ex 25.23-30) e falava de Cristo como o Pão da Vida, o pão vivo que desceu do céu (Jo 6.35). Eram sempre doze pães, um para cada tribo de Israel, e eles eram sempre trocados aos sábados e protegidos ao redor da mesa por uma beira de ouro, para que não escorregassem até o chão pela borda da mesa.
Doze pães, um para cada tribo, trocados semanalmente e protegidos por uma beira dourada, falam da suficiência, permanência e garantia de Cristo para todo o seu povo como o Pão da Vida. O altar do incenso (Ex 30.1-10) era um lugar destinado à adoração e à oração. Ele tinha o mesmo formato do altar dos holocaustos, só que era menor, medindo 45 cm quadrados por 90 cm de altura. Também era de madeira de cetim (acácia), só que revestida com puro ouro em vez de bronze. Seu transporte também era feito com varas encaixadas em argolas de ouro laterais do altar (Ex 30.4,5).
O altar do incenso era a peça que ficava mais próximo da entrada do Santo dos Santos, separando-se da Arca da Aliança apenas pelo véu de entrada para esse último ambiente. O incenso deveria ser queimado diariamente (Ex 30.1-10). O incenso simbolizava a adoração, o louvor e a oração, como podemos ver claramente no (Sl 41.2; Ap 5.8; 8.3,4).
Finalmente no Santo dos Santos, chamado também de lugar santíssimo estava a Arca da Aliança (Ex 25.10-22), a peça mais importante de todo o Tabernáculo. No Santo dos Santos, só o Sumo Sacerdote podia entrar, e apenas uma vez ao ano (Hb 9.7) para aspergir sobre o propiciatório – isto é, a tampa da arca – o sangue que havia sido derramado do sacrifício anual, feito pela expiação dos pecados de todo o povo (Lv 16.14,15; 17.11).
A Arca da Aliança representava a própria presença de Deus entre o povo, de maneira que os israelitas, em determinado momento de sua história, chegaram até mesmo a usá-la como se fosse um amuleto, no episódio em que ela foi levada pelos filisteu em uma batalha em que Israel por causa dos seus pecados, teve que fugir de diante dos seu inimigos (1Sm 4.1-22).
A arca era chamada de “Arca do Testemunho” (Ex 25.22), “Arca do Concerto do Senhor” (Dt 10.8), “Arca de Deus” (1Sm 3.3) e “Arca do Senhor” (1Sm 4.6). Sua designação “Arca do Testemunho” se devia ao fato de que carregava o “Testemunho” (Ex 25.16), que era o nome dado as duas Tábuas de Pedra contendo o Decálogo, isto é, os Dez Mandamentos escritos pelo dedo de Deus (Ex 31.18).
IV – CONCLUSÃO
Simbolismios do Tabernáculo:
1. Da igreja como a habitação de Deus através do Espírito (Ex 25.8; Ef 2.19-22).
 2. Do crente (2 Co 6.16)
3. Uma figura das coisas nos céus (Hb 9.23,240.
4. O propiciatório, o trono de Deus, seu lugar de manifestação (Gn 3.24; Ez 1.16; Rm 3.15).
5. A encarnação de Cristo (Cl 1.19; Jo 1.14).
6. Graus de acesso a Deus, simbolizado por suas três cortinas e compartimentos internos. As divisões foram anuladas em Cristo (Hb 10.10)
7. A auto-revelação divina e o progresso em revelação (Ap 21.3). A revelação traz a salvação como seu maior benefício.
8. O Tabernáculo era o centro da vida de Israel. As tribos acampavam-se ao redor dele. Quando substituiu o Tabernáculo, o templo se tornou o centro da atenção de Israel. Na época do NT, o Espírito transforma cada pessoa em templo e ali habita (1 Co 3.16,17).



Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl 7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Moisés – Sua Liderança e seus Auxiliares - Lição 08 – 1º. Tri EBD CPAD - 23.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 18.13-22     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Saber que a obra do Senhor precisa de trabalhadores.
2. Explicar a relação de Moisés com os seus auxiliares.
3. Elencar as qualidades de um líder. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Liderança tornou-se uma questão bastante popular nos dias de hoje, e por uma boa razão. Todo esforço em prol da efetividade contribui amplamente para o funcionamento da boa liderança. A Bíblia oferece muitos princípios e modelos para ajudar a servir seu povo de forma mais efetiva. 
Obviamente, as Escrituras não foram redigidas como um manual de gerência administrativa, e as pessoas têm que ter bastante cuidado com a má interpretação e a má aplicação do texto bíblico.
Não obstante, um grande número de pessoas têm relação direta com fundamentos de liderança. A conversa de Moisés com Jetro (Ex 18.13-23) é uma das mais importantes. Vários princípios podem ser percebidos dos conselhos do sogro de Moisés:
1. Moisés, um homem que foi dotado de grande autoridade, respeitou a autoridade de Jetro seu sogro (Ex 18.7,24). Provavelmente teria sido mais simples, e talvez mais natural, que Moisés tivesse uma atitude defensiva e protegesse seus interesses quando o sogro ofereceu seus conselhos. Mas, em vez disso, Moisés mostrou grande respeito, ouviu e respondeu cordialmente aos conselhos do pai de sua esposa.
2. O poder pode tornar-se intoxicante (Ex 18.14,15). Aparentemente, Moisés sabia pouco a respeito de delegação de poderes. Isto pode explicar o motivo de este estar sobrecarregado. Mas, quando Jetro perguntou a Moisés porque somente ele se assentava para julgar, o profeta respondeu: 
é porque este povo vem a mim para consultar a Deus. Será que esta declaração refletia um inebriante fascínio de estar no comando? Felizmente, Moisés parecia ansioso por delegar parte de seu controle centralizado.
3. A autoridade deve ser investida prudentemente em outras pessoas (Ex 18.21). Jetro não sugeriu que Moisés preenchesse meramente os cargos de líderes com parentes e amigos íntimos, como muitos fazem. Em vez disso, Jetro descreveu as qualificações das tarefas baseadas em prova de caráter. 
Ao fazer isso, Jetro fez com que fosse lembrado que a delegação é um privilégio, não um direito. Um líder tem de levar em consideração as esperadas qualidades e as habilidades dos nomeados.
4. A autoridade é um recurso a ser investido em outras pessoas (Ex 18.22,23). Ao delegar poderes aos subordinados, Moisés faria com que as pessoas progredissem em maior grau como comunidade, muito mais do que se ele retivesse e centralizasse o controle. 
Geralmente, pensa-se que a autoridade é posição que deve ser preservada. Na verdade, a autoridade é um recurso que deve ser usado conscientemente para dar poderes aos de confiança, a fim de que possam agir de forma efetiva.
5. A liderança efetiva aumenta a saúde e a longevidade de uma organização e a satisfação de seu pessoal (Ex 18.22,23). Moisés provavelmente prolongou a sua própria vida e garantiu o progresso da nação ao apontar ajudantes capacitados. 
Nenhuma organização tem uma sobrevida muito longa se apenas pouquíssimo de seus colaboradores estão envolvidos em grandes tarefas. Ao dar a cada membro uma real participação no processo e nos resultados atingidos, os líderes poderão contar com muitos mais olhos, ouvidos, mentes e mãos para dividir e manejar as decisões complexas.
III – DESENVOLVIMENTO
1. O Trabalho do Senhor e os seus obreiros – Uma das características essenciais à liderança na obra de Deus é saber que o líder é um dispenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não dono de todas essas coisas (1Co 4.1,2). 
Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja que Deus colocou em suas mãos é sua. Quando Paulo escreveu sua carta aos efésios, ele disse que o Senhor mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12).
 Essa passagem mostra que Deus escolheu algumas pessoas para determinada vocação no corpo de Cristo, com o objetivo de fazer com que os santos sejam aperfeiçoados no serviço cristão, para que o corpo de Cristo possa ser edificado.
Os líderes têm diversas obrigações no dia a dia, e isso faz parte da tarefa que lhes foi confiada. Eles precisam avaliar situações e tomar decisões. E precisam ter também a habilidade de liderar pessoas de todos os tipos, procurando acalmar os ânimos e motivar pessoas ao serviço cristão. 
No estudo em questão estamos analisando como o servo de Deus, Moisés, precisou de ajuda em sua liderança para poder desempenhar melhor o seu papel de líder e condutor do povo de Deus.
 Uma das lições que Jetro ensinou a Moisés é que ele precisava de outras pessoas para partilhar responsabilidades. Ninguém que trabalha em posição de liderança consegue fazer todas as suas atividades sem ajuda. 
Há trabalhos que depende de apenas uma pessoa, mas boa parte dos trabalhos precisa ser executada por um grupo de pessoas. Todo trabalho que exige coletividade exige liderança, e dependendo da complexidade do trabalho vários líderes são necessários na empreitada.
O líder deve treinar seus auxiliares e aprender a confiar neles. Deve orientá-los no sentido de seguir os parâmetros estabelecidos e cuidarem daquilo que foi proposto. Jetro disse a Moisés: “E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil: maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez; 
para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave, tragam a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás, então, subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar” (Ex 18.21-23).
E Moisés deu ouvido a voz de seu sogro e fez tudo quanto tinha dito; e escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo traziam a Moisés, e todo negócio pequeno julgavam eles” (Ex 18.24-26).
2. Os auxiliares de Moisés (Ex 18.21) – As reservas de Deus são inesgotáveis. E ele tem sempre pessoas capazes e dispostas a se entregarem em prol da obra do Senhor. Foi assim na escolha dos auxiliares de Moisés; foi assim com o substituto de Elias e com os sete mil que não se dobraram diante de Baal.
Quando Jesus disse que a seara era grande e que havia poucos ceifeiros para trabalhar nelas, não ordenou a seus discípulos que fosse atrás de obreiros, mas que orassem a fim de que o Senhor da seara enviasse ceifeiros para sua seara. E Deus levantou ajudantes para Moisés:
Miriã, irmã de Moises – era profetisa e entoava louvores ao Senhor. Foi uma coluna na história de Moisés.
Arão, irmão de Moisés – acompanhou sua história desde o Egito e foi escolhido pelo Senhor para ser sacerdote em Israel.
Jetro, sogro de Moisés – era um midianita. Mesmo não sendo israelita, concedeu abrigo a Moisés e lhe deu uma de suas filhas como esposa quando fugiu do Egito. Pelas palavras que disse a Moisés, mostrou ser uma pessoa sábia e experiente. 
Ele muito ajudou Moisés em seu ministério, permitindo que no período em que esteve em Midiã aprendesse a pastorear ovelhas e conhecer os caminhos do deserto.
Os anciãos – pessoas de mais idade entre o povo, foram pessoas que muito auxiliaram a Moisés em sua liderança na condução do povo à terra prometida. Espera-se, por esse exemplo, que as pessoas de mais idade sejam aptas a serem bons conselheiros aos líderes mais novos.
Josué – este foi um servo de Moisés que é apresentado na Bíblia como aquele que seria o seu substituto na condução à terra prometida. Josué era um combatente, um homem de arma, e foi usado por Deus para abrir o caminho das conquistas ordenadas por Deus.
3. Qualidades de Moisés como líder – Moisés tinha suas limitações como todos nós. Como homem, inicialmente resistiu à voz de Deus quando foi chamado para libertar Israel, mas depois obedeceu á ordem divina. 
Observa-se que inicialmente, Moisés dedicava-se mais ao trabalho do que à vida familiar, até receber a orientação de seu sogro. Por não perceber que estava sozinho na liderança do povo, acabava sendo cercado de problemas de todos os tipos, que poderiam ser resolvidos por outras pessoas.
Mas Moisés tinha também suas qualidades. Entre elas destacamos:
Mansidão – A palavra de Deus apresenta Moisés como uma pessoa de coração manso. “E era Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” (Nm 12.3). Mansidão é a capacidade de se enfrentar problemas sem que se perca a calma. 
Essa foi a atitude de Moisés quando atacado por Miriã e Arão, seus irmãos no deserto. Ele não perdeu a calma naquela situação e deixou que Deus resolvesse o problema de rebeldia que seus próprios irmãos trouxeram.
Humildade – Moisés não era um líder soberbo. Ele não temeu partilhar sua autoridade com seus auxiliares a fim de que o povo pudesse ser melhor atendido em suas demandas. Ele aceitou com humildade o conselho de Jetro, e viu como acatar aquele conselho permitiu que ele focasse sua liderança onde ela era mais importante: conduzir o povo de acordo com os planos de Deus. “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).
Piedade – Moisés era um homem temente a Deus. Piedade não se refere a fazer boas obras e caridade, mas a ter o respeito por Deus e por sua obra. Ser piedoso é o contrário de ser uma pessoa ímpia, que despreza a Deus e não trata a sua Palavra de forma respeitosa.
Jetro sabia que Moisés era o líder escolhido por Deus e que era importante que estivesse bem, com procedimentos administrativos adequados para a condução do povo e preservando a si mesmo de uma vida estafante e de pouca praticidade. 
Ele não aconselhou Moisés a empurrar os problemas para que os outros resolvessem; estava recomendado ao legislador que ensinasse a Lei de Deus com a ajuda de outros homens, que o auxiliariam na condução do povo.

IV – CONCLUSÃO
Moisés deveria tratar de casos sem precedente legal, que requeriam um oráculo especial (Dt 17.8-13). Os casos ordinários seriam manuseados por líderes leigos (Nm 11.16-22; 24,25) ou por juízes nomeados (Dt 16.18-20). 

As qualificações dos ajudantes equiparam-se às descritas em Tito 1.7 – “Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante”.

Quando um homem tem essas qualidades, então pode aprender outras capacidades, que se aplicam estritamente às questões seculares. Precisavam ser homens verazes, sinceros, livres de falsos motivos. Teriam de ser juízes imparciais, que buscassem razões espirituais e morais em seus julgamentos. 

Teriam de abominar a cobiça, não desejando coisas para si mesmos, nem se mostrando parciais. Uma vez que tais homens fossem achados, então seria feitos cabeças de vários grupos: de milhares, de centenas e de dezenas, uma espécie de autoridade ascendente, uma espécie de sistema hierárquico, onde Moisés aparecia no alto, como juiz supremo. 

Essa organização, é, semelhante, àquelas que predominam nas forças armadas das nações civilizadas, mas adaptadas ao campo civil (1 Sm 22.7). O sistema de Jetro, bastante complicado, chegou ao fim quando Israel entrou na terra prometida, quando então foi adotado um sistema mais simples. 

Os eruditos têm calculado que talvez houvesse treze mil juízes em Israel, incluindo todos os níveis do sistema, de acordo com o sistema de Jetro (Nm 1.17-46; Ex 18.17). O targum de Jonathan informa-nos os números envolvidos: 

seiscentos chefes de mil; seis mil chefes de cem, doze mil chefes de cinquenta; sessenta mil chefes de dez. A soma total no Talmude sob o sistema coletivo, é de setenta e oito mil homens. Esses cálculos estão baseados em Nm 1.46.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl 7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Parabéns, Pastor João Barbosa

 “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda” (João 15.16).
                                                                                                                                                                                                                                              Parabéns! Pastor!
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Hoje é o teu dia!
                                                                             Felicidades almejamos
                                                                             As bênçãos do Salvador
                                                                             A ti nós desejamos
                            Paz, saúde, mil venturas
                            Anos bons de alegria
                            E a Palavra de Deus
                            No coração cada dia
                                                                             Que muitas e muitas datas
                                                                              Possas assim festejar
                                                                              E a Palavra de Deus
                                                                              Aos pecadores levar
              E que muitos aniversários
              Possas fazer bem feliz
              Isso terás se escutares
              O que o bom Jesus te diz.
Tudo isto são expectativas de toda tua família que com muita alegria e afeto te abraça hoje e sempre. Com propósitos do coração desejamos que Deus realize todos os teus sonhos e desejos para glória do seu nome.
Te parabenizamos pelos 71 anos de vida na presença de Deus e no seio da família que tanto te ama e intercede em oração, para que tu sempre possas ser uma bênção para a família, a igreja e a sociedade como nos tens ensinado.
Parabéns pelo aniversário e parabéns por teres sido escolhido pelo Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Abreu e Lima-PE – Pr. Roberto José, para exercer a Capelania da FATEADAL no ano 2014.

Que Deus sobre ti resplandeça a sua luz, e diligentemente possas desempenhar tão nobre missão naquela instituição de ensino teológico, como juntos, temos pontuado em nossas reflexões: A educação pode favorecer a humanização das pessoas. Ela pode contribuir para a construção de uma sociedade mais tolerante, acolhedora, generosa e solidária. Mas tudo isso depende de como esse processo educacional está organizado e como ele acontece, como já disse certa educadora. E o Capelão enquanto parte da equipe institucional que atua neste contexto, tem sua parcela de contribuição nessa construção.