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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A Travessia do Mar Vermelho - Lição 05 – 1º. Tri EBD CPAD - 02.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 14.15,19-26     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.  Analisar o significado da saída dos hebreus do Egito e a travessia do mar.
2. Conscientizar-se de que somente Deus merece o nosso louvor e adoração.
3. Compreender a proteção e o cuidado de Deus para com o seu povo. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
A caminhada dos israelitas que saíram do Egito, grupo por grupo, debaixo das ordens de Moisés e Arão eram anotadas por Moisés do lugar de onde partiam, haja vista, Moisés possuir o hábito de escrever de próprio punho as localidades onde acampavam e os fatos acontecidos ali.
O objetivo de Moisés com estes registros era de que tanto aqueles que com ele subiram do Egito em direção a Canaã, como as gerações futuras pudessem conhecer o cuidado de Deus para com Israel durante os quarenta anos de peregrinações.
Considerando que a maioria dos que se acamparam em Moabe, no final da jornada, já haviam nascido no deserto, dos que do Egito sairam com Moisés, quase todos haviam perecido no caminho. Ali estava já uma nova geração que não havia conhecido o Egito.
Dessa forma, a saída do Egito aconteceu no dia 15 do primeiro mês do ano, Abibe ou Nisan – um dia depois da primeira Páscoa. Eles sairam de Ramessés de maneira vitoriosa e todos os egípcios viram. Os egípcios estavam sepultando os seus primeiros filhos que o Senhor os havia matado. Assim, o Senhor mostrou o seu poder a Faraó, e que os deuses dos egípcios nada puderam fazer.
Depois de sairem de Ramessés, os israelitas acamparam-se em Sucote. Sairam de Sucote e acamparam-se em Etã, que está na beira do deserto. Sairam de Etã e voltaram a Pi-Hairote que fica ao leste de Baal-Zefon, e acamparam-se perto de Migdó. Sairam de Pi-Hairote passaram pelo meio do Mar Vermelho e chegaram ao deserto de Sur.
Caminharam três dias no deserto e acamparam em Mara; dali foram para Elim e acamparam-se ali. Em Elim havia doze fontes de água e setenta palmeiras. Sairam de Elim e acamparam-se perto do golfo de Suez. Partiram dali e acamparam-se no deserto de Sim; e sucessivamente todas as etapas da caminhada encontraremos descritas conforme Números 33.1-53.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. A travessia do mar – A caminho da Terra Prometida em vez de seguirem por um caminho que os levassem direto à Canaã, o qual passava pela terra dos filisteus, Deus determinou para a caminhada dos filhos de Israel uma rota para o Sul, em direção às praias do Mar Vermellho.
 “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito.
Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito.
Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente dizendo: Certamente,  Deus vos visitará; daqui pois, levai convosco os meus ossos” (Ex 13.17,18, 20-22).
Se tivessem tentado passar pela Filistéia, seu prosseguimento teria sido obstado; pois os filisteus considerando-os como escravos que tinham escapado do Egito, não teriam hesitado em mover-lhes guerra. E os israelitas não estavam preparados para um encontro com aquele povo guerreiro.
Os israelitas tinham pouco conhecimento de Deus e por isso, não eram um povo que confiasse plenamente nas promessas do Senhor e estavam também mal preparados para um confronto com os filisteus.
Estavam desarmados, não era um povo acostumado a guerrear, e estavam deprimidos pelo longo cativeiro no Egito, além das muitas dificuldades pois, estavam acompanhados de mulheres, crianças e idosos, bem como de suas ovelhas e gado.
Ao guiar o povo pelo caminho do Mar Vermelho, o Senhor revelou-se como um Deus de compaixão para com os israelitas. Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, a entrada do deserto.
E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo, de noite.
Ao trazer à memória aqueles tempos de libertação, o salmista cantou assim: “Estendeu uma nuvem por cobertura, e um fogo para os alumiar de noite” (Sl 105.39; 1Co 1.2).
Estando acampados em Etã, em vez de continuarem o caminho, o Senhor disse a Moisés que voltassem e se acampassem defronte à Pi-Hairote, entre Migdol e o Mar, diante de Baal-Zefom; em frente deles vos acampareis junto ao Mar (Ex 14.2) – um quantitativo humano que só de homens de 20 anos para cima em números redondos somavam 600.000 e em números exatos eram de 603.550 – além das mulheres, idosos e crianças (Ex 12.37; 38.26; Nm 1.46).
“Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na Terra, o deserto os encerrou. Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que Eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram” (Ex 14.1-4).
O povo hebreu havia conquistado, pela ação divina, a sua saída do Egito, e Deus estava com eles, guiando-os em todo esse processo e percurso; porém, quando tudo parecia em paz, Faraó se levantou para caçar o povo (Ex 14.5,6).

A Bíblia diz que Deus criou as condições para que Faraó revelasse mais uma vez a insinceridade e maldade do seu coração perseguindo o povo, uma vez que Deus colocou o povo hebreu numa situação que dava a Faraó a oportunidade de atacar com êxito os judeus.

Os hebreus orientados por Deus, sairam de Ramessés para Sucote onde provavelmente passaram a primeira noite  (Ex 12.37). De lá, em vez de seguirem em frente, Deus os orientou a subirem “o caminho do deserto” em direção ao Mar Vermelho (Ex 13.18), onde não havia fortificação nenhuma dos egípcios por uma razão lógica: Quem fugisse do Egito por aquele caminho teria de passar pelo Mar Vermelho.
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Os hebreus estavam acampados ao lado do mar, cujas águas apresentavam uma barreira aparentemente intransponível diante deles, enquanto, ao Sul, uma áspera montanha lhe obstruía o avanço. Subtamente viram à distância a armadura luzente e carros que se moviam, que era um grande exército.

Aproximando-se a força, os exércitos do Egito logo foram vistos em plena perseguição aos filhos de Israel. O terror encheu os corações dos israelitas. Alguns clamavam ao Senhor, mas a grande maioria foi apressadamente a Moisés com suas queixas:

“Não havia sepulcro no Egito para nos tirares de lá para que morressemos neste deserto? Por que fizeste isto, que nos tem tirado do Egito? Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto”  (Ex 14.11,12).

Moisés ficou perturbado por seu povo manifestar tão pouca fé em Deus, apesar de terem repetidamente testemunhado a manifestação de seu poder em favor deles. Como poderia aquele povo acusá-lo dos perigos e dificuldades que estavam passando uma vez que o que ele tinha feito foi seguido as orientações de Deus.

Na verdade, onde os filhos de Israel estavam não havia nenhuma possibilidade de salvamento, a menos que o próprio Deus interviesse para os livrar. Moisés entendeu, que uma vez levado àquela situação fora em obediência á instrução divina. Em sua confiança em Deus, Moisés não tinha receio das consequências.

Sua resposta calma e afirmativa ao povo foi: “Não temais; estais quietos, e vêde o livramento do Senhor, que hoje vos fará: Porque os egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Ex 14.13).

Então a esperança voltou aos corações dos filhos de Israel. E Moisés levantou a sua voz ao Senhor. “Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua voz, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.

E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros, e os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros. E o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles.

E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda.

E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até o meio do mar. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor na coluna de nuvem e de fogo, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios, e tirou-lhe as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios.

E disse o Senhor a Moisés: Estende as tuas mãos sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os sus cavaleiros. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar, porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou.

Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhe como um muro à sua mão direita e à sua mão esquerda. Assim, o Senhor salvou Israel naquele dia das mãos dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor e creu no Senhor e em Moisés, seu servo” (Ex 14.15-30).

Séculos mais tarde, o salmista, descrevendo a passagem do mar por Israel, cantou: “Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grande águas; e as tuas pégadas não se conheceram. Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão” (Sl 77.19,20).

2. O cântico de Moisés – Depois de Deus ter afogado todo o exército de Faraó no mar, pela primeira vez na história, Israel se encontrou vivendo no deserto ao ar livre, por conta própria. Os hebreus haviam iniciado sua caminhada para a terra de Canaã. Deus provara ser fiel, a nação atravessara o mar em terra seca.

Diante de tão grande livramento, Moisés eleva um cântico ao Senhor em adoração. O cântico de Moisés foi uma forma de agradar a Deus pelos seus feitos, onde Moisés celebra a vitória de Deus no Mar Vermelho contra o poder do Egito (Ex 15.1-19).

Tal qual Moisés, Miriam juntamente com as mulheres também louvaram a Deus. Foi aquele um dia de grande alegria e celebração para Israel. Era impossível ficar calado diante da demonstração do poder de Deus. Na ocasião, o Espírito de Deus tomou Miriam para ela entregar uma mensagem profética da parte de Deus ao povo (Ex 15.20,21). Dessa forma, todo o Israel, em uma única voz, cantou e celebrou a grande vitória.

Os cânticos de Moisés e Miriã compreendem um estudo da vitória em retrospectiva. Os que haviam estado presentes durante a passagem através do mar, bem como as gerações seguintes, lembravam-se dessa vitória e louvavam a Deus por seu livramento.

O cântico de Miriã é a essência do louvor de Israel a Deus por seu livramento. O cântico de Moisés, por outro lado, é frequentemente considerado como tendo alcançado a sua atual forma em época posterior à conquista. O cântico de Moisés foi, provavelmente, usado em alguma época como hino na adoração de Israel; às vezes associado com a Páscoa.

3. A proteção e o cuidado de Deus – O Senhor não somente cuidou do seu povo, mas o conduziu de forma cuidadosa durante todo o deserto. Deus colocou uma coluna de nuvem para guiar o povo durante o dia, e uma coluna de fogo durante a noite, como evidência da sua presença, do seu amor e do seu cuidado por Israel (Ex 13.21,22; 40.38).

A presença da nuvem e do fogo permaneceu entre eles até chegarem à terra prometida, quarenta anos mais tarde. O Senhor não mudou, ele cuidou do seu povo na travessia pelo deserto e também cuida de nós em todo tempo (Hb 13.5).

IV – CONCLUSÃO:

No último estágio da caminhada – a planície de Moabe, Moisés se dirigiu a Deus com grande ardor através das seguintes palavras: “Senhor Jeová! Já começastes a mostrar ao teu servo a tua grandeza, e a tua forte mão:

Porque, que deus há nos céus e na Terra, que possa fazer segundo as tuas obras, e segundo a tua fortaleza? Rogo-te que me deixes passar, para que veja esta boa terra que está de além do Jordão; esta boa montanha e o Líbano” (Dt 3.24-27).

Mas a resposta de Deus foi: “Basta; não me fales mais nesse negócio; sobe ao cume do Pisga, e levanta teus olhos ao ocidente, e ao norte, e ao sul, e ao oriente, e vê com os teus olhos; porque não passarás deste Jordão”.

Sem murmurar, Moisés sujeitou-se ao decreto de Deus. E agora sua grande ansiedade era por Israel. Quem sentiria pelo bem-estar deles o interesse que ele sentira? De um coração repleto ele derramou esta oração:

“O Senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação, que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar: para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor” (Nm 27.16-23).

O Senhor ouviu a oração do seu servo; e a resposta veio: “Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o espírito, e põe a tua mão sobre ele. E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe mandamentos aos olhos deles, e põe sobre ele da tua glória, para que obedeça toda a congregação dos filhos de Israel” (Nm 27.16-20).

Josué havia durante muito tempo auxiliado a Moisés; e, sendo homem de sabedoria, habilidade e fé, foi escolhido para suceder-lhe. Mediante a imposição das mãos por Moisés, acompanhado de impressionante juramento, Josué foi solenemente separado como chefe de Israel. Foi também admitido a participar desde então no governo.

As palavras do Senhor concernentes a Josué vieram por meio de Moisés à congregação: “E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o Senhor: conforme ao seu dito sairão, e conforme ao seu dito entrarão, ele e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação”.





Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do Espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Celebração da Primeira Páscoa - Lição 04 – 1º. Tri EBD CPAD - 26.01.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 12.1-11     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Analisar o significado da Páscoa para os israelitas, egípcios e para o cristão.
2.   Saber quais eram os elementos principais da Páscoa.
3.   Conscientizar-se de que Cristo é a nossa Páscoa.

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Com os lombos cingidos, sapatos nos pés, e cajado à mão, o povo de Israel permaneceram em pé, silencioso, com respeitoso temor, aguardando o mandado real que lhes ordenaria sair do Egito. Antes que a manhã raiasse, estariam em caminho.
Durante as pragas, quando a manifestação do poder de Deus ascendera a fé no coração dos escravos israelitas, e lançara o terror no coração de seus opressores, os israelitas haviam-se gradualmente reunidos em Gósen.
E, apesar da precipitação da sua fuga, algumas disposições já haviam sido tomadas para necessária organização e direção das multidões em movimento, sendo estas divididas em grupos, sob dirigentes designados para isso.
Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, coisa de seiscentos mil de pé, somente de varões, sem contar os meninos. E subiu também com eles uma mistura de gente e ovelhas, e vacas, uma grande multidão de gado.
E cozeram bolos asmos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter nem prepararam comida. O tempo que os filhos de Israel habitaram o Egito foi de 430 anos” (Ex 12.37-40).
Nesta multidão havia não somente os que eram movidos pela fé no Deus de Israel, mas também um número muito maior dos que desejavam escapar das pragas, ou que seguiam o andar das multidões em movimento, meramente levados pela curiosidade. Essa mistura de gente é uma classe que a Biblia chama de vulgo.
O povo levou também consigo, ovelhas e vacas e uma grande multidão de gado. Antes de deixar a terra do Egito, por instrução de Moisés, o povo exigiu uma recompensa pelo seu trabalho que não fora pago; e os egípcios estavam por demais desejosos de se livrarem da presença dos israelitas.
Eles sairam do cativeiro, carregados dos despojos de seus opressores (Ex 3.21,22; 11.2,3; 12.35,36). Para se cumprir a palavra do Senhor a Abraão que quando saíssem da escravidão, sairiam com grandes fazendas (Gn 15.13,14).
Os quatrocentos anos haviam se cumprido. “E aconteceu naquele mesmo dia que o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos” (Ex 12.40,41,51; 13.19).
Ao sairem do Egito os israelitas levaram consigo um precioso legado, os ossos de José, que tanto tempo esperaram o cumprimento da promessa de Deus, e que durante os anos tenebrosos do cativeiro, havia sido uma lembrança para o livramento de Israel.


Cronologia dos Patriarcas
Ano
Evento
2.166 a.C
Nascimento de Abraão (Gn 11.26)
2.066 a.C
Nascimento de Isaque (Gn 21.5)
2.006 a.C
Nascimento de Jacó (Gn 25.26)
1.991 a.C
Morte de Abraão aos 175 anos de idade (Gn 25.7)
1.915 a.C
Nascimento de José (Gn 30.23-24)
1.898 a.C
José é vendido ao Egito, com 17 anos (Gn 37.2-28)
1.886 a.C
Morte de Isaque, aos 180 anos (Gn 35.28)
1.876 a.C
Jacó muda-se para o Egito, aos 130 anos – José estava com 39 anos de idade (Gn 47.9)
1.859 a.C
Jacó morre aos 147 anos – 17 anos depois de entrar na terra do Egito (Gn 47.28)
1.805 a.C
José morre no Egito, aos 110 anos de idade (Gn 50.26)

Da descida de Jacó para o Egito em 1.876. a.C, até a saída dos filhos de Israel do Egito sob a liderança de Moisés em 1.446 a.C., temos a contagem exata de tempo em que os filhos de Israel permaneceram no Egito – 430 anos (Ex 12.40).
Obs: As datas cronológicas variam de acordo com os cálculos dos eruditos que as consideram de acordo com a forma de datação do tempo, considerando que só no século VI da Era Cristã, um abade chamado Dionísio Exíguo, procurou corrigir algumas distorções do tempo a fim de estabelecer com exatidão a data do nascimento de Cristo.
Sabe-se porém, que aquele abade deixou muitas falhas nos seus cálculos cronológicos. Embora, muitos outros eruditos tenham procurado encontrar a data exata do nascimento de Cristo, a fim de poder datar com exatidão os anos. Contudo, existem divergências que podem variar em até 200 anos.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. A Páscoa – Após o derramamento da nona praga – a das trevas (Ex 10.21-23), Moisés tinha sido proibido, sob pena de morte, a aparecer outra vez perante Faraó; mas uma última mensagem da parte de Deus deveria ser proferida ao rebelde monarca, e novamente Moisés veio perante ele, com o terrível anúncio:

Assim o Senhor tem dito: À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primigênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até o primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais.

E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá; mas contra todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas.

Então, todos estes teus servos descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo: sai tu, e todo o povo que te segue as pisadas; e depois eu sairei (Ex 11.4-8).

Antes da execução desta sentença, o Senhor por meio de Moisés deu instruções aos filhos de Israel relativas á partida do Egito, e especialmente para sua preservação no juízo por vir. Cada família, sozinha ou ligada com outra, deveria matar um cordeiro ou cabrito “sem mácula”, e com um molho de isôpo espargir seu sangue “em ambas as ombreiras, e na verga da porta da casa, para que o anjo destruidor, vindo à meia-noite, não entrasse naquela habitação.

Deveriam comer a carne, assada, com pães asmos e ervas amargosas, à noite, conforme disse Moisés, com “os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão: e o comereis apressadamente: esta é a Páscoa do Senhor” (Ex 12.1-28).

Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. Ela foi um duro julgamento de Deus para com as atrocidades cometidas pelos egípcios contra os meninos hebreus (Ex 1.15-17). Muito antes de qualquer praga cair sobre o Egito, Deus já havia advertido Faraó que mataria o seu filho primogênito caso ele não deixasse Israel sair (Ex 4.22,23).

Faraó resistiu deixar o povo sair até que finalmente veio o juízo de Deus sobre o Egito. E enquanto havia choro nas casa egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém.

Se para os egípcios a noite da Páscoa foi uma noite de desgraça, para os israelitas, a noite era de expectativa em relação ao que Deus dissera por intermédio de Moisés, com respeito a todo o processo apressado de celebração da Páscoa na noite de deixarem o Egito. Para os israelitas a Páscoa era a passagem para a liberdade, uma vida vitoriosa e abundante (Jo 10.10).

Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo – “.....porque Cristo é a nossa Páscoa” (1Co 5.7c). No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16). Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado.

2. Os elementos da Páscoa – 1º. O pão: Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Ex 12.8; 11, 34-36). 2º. As ervas amargas: Simbolizavam toda amargura e aflição enfrentadas no cativeiro – 430 anos. 3. O cordeiro:

Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas. O sangue era uma  proteção e um  símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

3. Cristo nossa Páscoa – No Egito, a morte do cordeiro e o seu sangue derramado sobre as vergas das portas só substituía o primogênito dos israelitas, mas o sangue de Jesus, o nosso cordeiro pascal – derramado na cruz do Calvário, proveu salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios – todos nós.

Ao imolar o cordeiro pascal, o sangue era derramado em uma bacia (Ex 12.22). O sangue do cordeiro na bacia era um “tipo” da graça de Deus para com cada israelita. Molhar o isôpo com o sangue do cordeiro da bacia e levar ás vergas e umbrais das portas era lançar mão da graça de Deus disponível à cada israelita. Doutra sorte seria mortos. De igual modo hoje, a morte de nosso Senhor Jesus Cristo é a graça de Deus dispensada para cada pecador, cabe a este aceitar o sacrifício de Cristo para o seu livramento da morte eterna. E assim cumprir-se-á o que diz o apóstolo: “Porque a graça se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11) – “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 8.9).

O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23).  “.....porque Cristo é a nossa Páscoa” (1Co 5.7c). A morte de Cristo ocorreu exatamente no período da Páscoa, que sempre foi considerada pelos primeiros cristãos um evento capital, e daí por diante, durante todo o cristianismo. A Páscoa deu origem à nação israelita.

Cristo, portanto, comeu a última refeição pascal e antes de sua morte instituiu a Santa Ceia – Encontramos em Lc 22.14-18 a refeição onde Jesus comeu a Páscoa com os seus discípulos e a partir dos vs. 19-22, Jesus institui a Santa Ceia.

A Santa Ceia e o Batismo são os dois únicos sacramentos outorgados pelo Senhor Jesus Cristo à sua Igreja. A antiga aliança feita por Deus com o povo de Israel era marcada pelos símbolos da Circuncisão e da Páscoa. O Batismo substitui a Circuncisão e a Santa Ceia substitui a Páscoa para o cristão.

IV – CONCLUSÃO:

A Páscoa era tanto comemorativa como típica, apontando não somente para o livramento do Egito, mas, no futuro, para o maior livramento que Cristo cumpriria libertando o seu povo do cativeiro do pecado. O cordeiro pascal representa em tipologia bíblica o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Diz o apóstolo Paulo, Cristo, nossa Páscoa foi sacrificado por nós.

Não bastava que o cordeiro pascal, fosse morto. Seu sangue devia ser aspergido nas ombreiras e nas vergas das portas da casa de cada israelita que estava em Gósen. Eles não eram obrigados a fechar a porta, mas não poderia estar do lado de fóra da casa.

Pois o sangue do cordeiro era derramado em uma bacia e com o hissôpo o sangue era tirado da bacia e aspergido nas umbreiras e vergas das portas por fora, garantindo assim a proteção de todos os que estavam na casa, o livramento pelo sangue do cordeiro pascal, que em tipologia bíblica, era um “tipo” do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, osso algum seria quebrado do Cordeiro de Deus que por nós devia morrer (Ex 12.46; jo 19.36).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
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