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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Cuidado com aquilo que falamos – Lição 05 – 4º. Tri EBD CPAD - 03.11.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 6.16-19; 15.1,2.23; 16.21,24            
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conhecer as consequências das palavras.
  2. Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
  3. Ter cuidado com o uso da língua.

II  - INTRODUÇÃO: A língua é o órgão da fala e aparece nas Escrituras como  uma poderosa força. A Bíblia diz que a morte e a vida estão sob o poder da língua (Pv 18.21). Tiago elabora sob o tema, quando se refere à língua como indomável, como um mal incontido, cheia de veneno mortal, por isso nenhum homem pode dominá-la (Tg 3.8).

Tiago ainda classificou a língua como um fogo, e um mundo de iniquidade. A língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno (Tg 3.6).

O apóstolo Paulo por sua vez considera a garganta daqueles indivíduos que não têm controle sob suas palavras, como um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.  Alguns consideram essa classificação feita pelo apóstolo como uma das grandes características do homem não regenerado.

Jesus ensinou que os homens terão de prestar contas, finalmente, de sua vida na terra incluindo toda palavra frívola que proferirem – “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar contas no dia de juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12,36,37).

O terceiro capítulo da carta do apóstolo Paulo aos coríntios, alude figuradamente ao juízo a que os crentes serão submetidos. Então as obras inúteis dos homens serão queimada como palha, feno ou madeira, em contraste com aquelas obras permanentes como o ouro, a prata e pedras preciosas capazes de resistir ao teste do fogo de Deus. O bom uso da língua é uma questão importante.

III – DESENVOLVIMENTO
1. O poder das palavras – O apóstolo Tiago em sua metáfora sobre o poder da palavra fala da necessidade de se por freios (gr kalinós) na boca como são postos nos cavalos. O sentido no original é de um freio ou cabresto colocado na boca do animal. A lição é muito clara: aqueles que gostam de falar muito, e por isso acabam falando o que não deve, necessitam por freios na sua própria boca (Tg 3.3).
 Assim pondera Salomão: A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita ira. A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia. O homem  se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é! O sábio de coração é chamado prudente, e a doçura no falar aumenta o saber. Palavras agradáveis são como favos de mel: doce para a alma e medicina para o corpo.
As questões da vida e da morte estão na língua; ela pode abençoar e pode amaldiçoar. Pode dar vida e pode matar. Pode curar ou pode ser como uma serpente que pica e fere. Existem palavras que são como espadas e palavras que são como dardos, mas também existem palavras que curam – “Na multidão de palavras não falta  transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pr 10.19).
Falar demais não é virtude. Há muito poder nas palavras,e elas devem ser usadas parcimoniosamente. Todos os tipos de causas que são promovidas, tocam no coração, quer para bem, quer para mal – Essa é uma expressão de Jesus: “Digo-vos que de toda palavra que proferir os homens, delas darão conta no dia de juízo” (Mt 12.36).
Um homem sábio e bom não vive falando incessantemente, pois no muito falar há excessos. Pelo contrário ele restringirá os seus lábios quando se sentir tentado a falar demais. O homem que é sábio aprende a controlar a língua (Tg 3.2-8).
Ele não permitirá que seus lábios profiram coisa alguma precipitada e sem consideração; mostra-se um utilizador moderado das palavras e cuida daquilo que diz; pesa as suas palavras. Esse homem é considerado sábio, prudente e cheio de compreensão – “Eu, a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos” (Pv 8.12).
 2. Cuidados com a língua –  Salomão adverte contra sete pecados mortais – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos. (Pv 6.16-19).
O apóstolo Tiago, irmão do Senhor Jesus, em sua carta no cap 3. vs.1-12, disserta sobre as dificuldades de se ter o controle total sobre a língua – “Meus irmãos, não vos torneis, muito de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear todo corpo. Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro.
Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande bosque.
Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chama toda carreira da existência humana, como também ela é posta, ela mesma em chamas pelo inferno.
Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se domam e têm sido domadas pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mau incontido, carregado de veneno mortífero.
Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos , não é conveniente que estas coisas seja assim.
Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce”.
Os ensino de Salomão sob o uso da língua foram bem assimilados pelo apóstolo Tiago, que mantém um paralelismo próximo com os provérbios de Salomão; o apóstolo Tiago em um primeiro momento põe em destaque aqueles que verbalizam pensamento, princípios, preceitos, etc. Esses são os mestres (gr didaskalos).
Em um segundo momento ele toca em um ponto sensível da vida humana, mas muitas vezes esquecidos pelos cristãos – o devido uso da língua. Na sua análise a língua se usada indevidamente, põe em risco não somente o indivíduo que dela faz uso, mas até mesmo toda humanidade (Tg 3.6). Possuindo uma arma tão poderosa, cabe ao cristão seguir as orientações dadas por Deus para viver em paz.
O coração do sábio é mestre de sua boca. A sétima abominação – a maledicência é um  problema que se situa na área do relacionamento e seu sentido básico é de maldição; são palavras duras proferidas com o intuito de prejudicar.    
O termo abomina é a expressão mais forte da Bíblia de ódio pela perversidade (Lv 18.22). Em uma lista desse tipo  (Pv 16.16-19), o último item é o mais importante. Assim, o leitor saberá que o que semeia contendas entre irmãos – o maledicente, é o que mais desagrada a Deus.
No original, abominar significa sentir nojo de; e pode se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de intriga entre irmãos. Essa palavra é a mesma usada para descrever coisas abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.5); o homossexualismo (Lv 18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21).                                                                                                                    
3. O bom uso da língua – O uso da linguagem, deve necessariamente, incluir a resposta branda, que mostra a moderação de quem fala, e apaga as chamas da ira no seu oponente. Falando de modo geral, podem-se discernir cinco ações principais no tratamento da linguagem correta: gentileza; cortesia na resposta; sabedoria princípios e instruções orientadoras; ou, conforme o caso possa exigir, o simples silêncio que é a maior resposta em alguns casos.
O homem precipitado não se mostra moderado em sua fala, que não é bondoso, que não é sábio que não é cauteloso, despertará ira com as suas palavras, e isso terminará em conflitos prejudiciais, lutas e até violência. Ele falará palavras duras, palavras de dor.
A língua dos sábios adorna o conhecimento. O sábio tem conhecimento e sua linguagem reflete precisamente isso. Ele fala com autoridade, confiança e justiça. Ele edifica em lugar de derribar. Dá bons conselhos e envergonha o idiota que só abre a boca para dizer coisas insensatas. Ele traz à tona o seu conhecimento no tempo e no lugar apropriado. O homem bom tira do tesouro bom cousas boas, mas o homem mau do mau tesouro coisas más (Mt 12.35).
O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é. Uma palavra sábia dita no momento preciso, serve a um bom propósito e, assim sendo, é boa. O autor não define a questão, portanto devemos pensar em toda espécie de situações em que bons conselhos são dados.
Uma boa palavra é boa tanto para o homem que a profere quanto para o homem que a recebe. A fala foi dada por Deus aos homens para ser beneficente, e não para ser prejudicial.
Aquilo que distingue os homens dos animais irracionais – a linguagem, deve ser algo nobre, e não aviltado – “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 25.11). A palavra oportuna e boa é uma raridade, como as decorações feitas de ouro e prata.
4. Salomão e Tiago – Do ponto de vista de Salomão, ele vê a sabedoria como um ser que tem personalidade própria. Apesar de a sabedoria ser exaltada como uma virtude por toda sessão de abertura do livro de provérbios, como também em outros seguimentos do livro, é no seu oitavo capítulo que encontramos o tratamento da “sabedoria” como uma hipostatização.
Isto é, – figura de linguagem cujo vocábulo derivado de hipóstase, significa o modo de ser pelo qual a qualquer existência substancial é dada uma individualidade independente e distinta. Ao que tudo indica, ali esse atributo divino aparece como um ser que mantém inter-relação com os homens. 

Em Pv 1.20-33; 8.1-36; 9.1-6,3,18; a sabedoria aparece em oposição a uma personagem similar embora contrária "a senhora loucura". Por isso tantos conselhos ele dá em provérbios enaltecendo a sabedoria, e se expressa tanto a respeito do homem sábio, sendo esta, uma das principais virtudes do homem prudente. Daí afirmar: Eu a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos”.
Ao passo que Tiago se utiliza de metáforas para descrever o homem que não tem condições de refrear sua língua. Tiago se utiliza de símbolos do cotidiano do povo que tem grandes significados. Ele fala que essas pessoas deveriam usar cabresto como usam os cavalos afim de refrear a sua língua.
Fala também de leme. Tiago faz uma comparação da língua com o leme, que embora pequeno, conduz o navio ao posto desejado. Fala de fogo. Uma língua sem freio, fora de controle é como um fogo que incendeia um bosque. Compara a língua também como o mundo. Quando ela não tem freio pode tornar-se um universo de coisas ruins.
Compara-a ao veneno. Tiago mostra o perigo de alguém possuir uma língua grande e ferina, portanto, venenosa. Faz ainda uma comparação com uma fonte. Se a língua for boa como a fonte de águas doces, deve jorrar coisas próprias  à edificação. Por último como árvore. A boca do crente por conseguinte, deve produzir bons frutos, portanto, devemos usar nossas palavras para a glória de Deus (TG 13.1-12).
IV – CONCLUSÃO: Encontramos no livro de Provérbios princípios bíblicos para um bom relacionamento:
1. Saiba ouvir (Pv 18.13) – Um dos grandes problemas em nos relacionar bem uns com os outros surge por conta da nossa falha em ouvir. Ouvimos, mas ouvimos mal. Ou ainda: ouvimos mais do que foi dito: precisamos aprender a ouvir.
2. Não se apresse em falar – (Pv 17.28; 19.2) – A precipitação em falar é outro grande problema. Jesus condenou o juízo temerário, isto é,  falar apressadamente sem conhecimento total dos fatos.
3. Fale pouco (Pv 10.19; 13.3; 2.18) – Aqui encontra-se um dos maiores fatores de desajuste nos relacionamentos. Uma palavra a mais que aparentemente não tenha a intenção de ofender, mas que vem sublimada.
4. Fale coisas boas das pessoas (Pv 16.24, 28; 20.19) – A tendência de só enxergar coisa ruim nos outros é uma herança de nossa velha natureza adâmica. Dificilmente falamos de alguém para exaltar suas virtudes. Necessitamos enxergar algo de bom no nosso semelhante se quisermos nos relacionar bem.
5. Não atice (fomente) – converse (Pv 30.33; 26.20,21). Acredito que se não passássemos à frente muitos disse-me-disses, que chegam até nós muitas intrigas seriam evitadas.
6. Fale pouco de si mesmo (Pv 27.2) – A atitude de falar de si mesmo, além de revelar um complexo de inferioridade, acaba também por arranhar os relacionamentos. Isto porque é difícil louvar a si próprio sem diminuir o seu semelhante.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Lidando de forma correta com o Dinheiro – Lição 04 – 4º. Tri EBD CPAD - 27.10.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 6.1-5            
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Definir fiador, empréstimo, usura e suborno.
  2. Decidir usar corretamente o dinheiro.
  3. Buscar o equilíbrio financeiro.
I  - INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo chamou a atenção de Timóteo quanto ao cuidado que se deve ter com dinheiro, afim de que o dinheiro seja sempre um servo e nunca um senhor – “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmo com muitas dores” (1Tm 6.10).
 A expressão “amor ao dinheiro” é a tradução do vocábulo grego philaguria, cuja tradução mais literal quer dizer simpatia pela prata; porém, prata, no contexto, representa dinheiro, pois, naquele tempo, muitas moedas de valor eram feitas de prata.
O amor ao dinheiro é uma das mais poderosas forças destruidoras, ficando assim justificado o autor sagrado em seu exagero; pois, após mais detido exame, fica evidente que não há nenhum exagero nessa expressão.
 Também é verdade que não existe mal a que não possa ser conduzido pelo dinheiro. Ainda que não possa em todos os casos ser levados a todos os males através do dinheiro. Seja como for, o dinheiro abre caminho para bom número de males, mergulhando os homens na ruína.
Portanto, tal cobiça pode ser reconhecida como uma dentre as várias raízes do mal. Há um provérbio grego que alguns atribuem à Biom e outros à Demócrito que diz: “O amor ao dinheiro é a cidade-mãe ou origem de todos os males”.
O amor ao dinheiro é um incentivo para grandes transgressões. Certamente que hoje em dia ninguém precisa de provas para o fato de que homens e mulheres cometem muitos pecados ou crimes por causa de dinheiro.
O vocábulo raiz no grego significa riza. Esta palavra foi usada metaforicamente pelo apóstolo Paulo para explicar a origem ou o ponto inicial, ou a motivação que dá origem a todos os males oriundos do amor ao dinheiro como: a cobiça – no grego orego, que significa aspirar, esforçar-se. 
Aqueles que vivem se esforçando atrás das riquezas, exercitando-se cobiçosamente atrás delas, desviam-se finalmente da fé e caem em uma armadilha onde muitas projeções pontiagudas os despedaçam (1Tm 6.10).
III – DESENVOLVIMENTO
1. O cuidado com as fianças e empréstimo – De acordo com pesquisa realizada no site academico.direito-rio.fgv.br/wiki/Fiança, tal negócio é uma espécie de garantia pessoal, que sempre se traduz em contrato acessório que tem por fim assegurar que um contrato principal seja cumprido. A partir dela, um terceiro se compromete a cumprir com uma obrigação caso o devedor original desta não a cumpra. 
 É um contrato unilateral, em regra gratuito, e solene. A fiança como contrato é definida como “convencional”, justamente pelo fato de ser ajustada através daquele instrumento jurídico.  Frequentemente presente nos contratos de locação, a fiança cria vínculos jurídicos apenas entre o fiador e o locador.
Este, esperando se resguardar de possíveis inadimplementos contratuais, estipula que o locatário deverá nomear um fiador. Logicamente, só aceitará fazer parte do contrato de fiança uma pessoa que conheça com certa intimidade o locatário, pois ela passará a responder com todo seu patrimônio perante as dívidas oriundas do contrato de locação. 
A fiança não pode ser mais onerosa que a dívida existente perante o credor. Existindo cônjuge, o fiador deve observar determinadas previsões legais. Caso estejam sob regime de comunhão total ou parcial, faz-se necessária a anuência do cônjuge, uma vez que todo o patrimônio do casal passará a responder pelas dívidas do devedor.
Se o regime for o de separação total, a anuência é dispensável. Nas hipóteses de impossibilidade de anuência, o juiz poderá suprir tal falta. Art. 1647, III + Art. 1648 CC. 
O contrato não pode ser verbal, como disposto no art. 819 CC e na súmula 214 do Superior Tribunal de Justiça. O art. 820 do CC traz o denominado “benefício de ordem”, a partir do qual se entende que a dívida deverá ser cobrada, primeiramente, do “devedor principal”, e, caso este não pague, o fiador poderá ser chamado a responder pelas dívidas.
A lei prevê a exigência de três requisitos para que um terceiro possa figurar como fiador, sendo: Idoneidade; Domicílio no município; e ter bens suficientes para que possa quitar as dívidas do contrato principal. 
O contexto de Provérbios 6.1 - “Filho meu, ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca”. Por trás dessa tradução portuguesa há uma expressão hebraica, “bater as mãos”, que era acompanhada por gestos como o nosso apertar de mãos, na atualidade ao se fechar um negócio.
Nesse caso, o homem teve misericórdia de um amigo em dívida ou em situação de falta de crédito, comprometendo-se ajudar com o seu crédito e assumir o dívida em troca dos seus bens, caso o amigo não corresponda com o compromisso assumido.
O fiador assumisse a dívida de outrem, em sua má barganha, podia perder até mesmo a cama em que dormia. Então o fiador deve ser prudente, o bastante para prevê um possível desastre em que provavelmente esteja se envolvendo – “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, porque tirariam a tua cama de debaixo de ti:” (Pv 22.26,27).
2. O cuidado com o lucro fácil – Partindo-se de um conceito mais moderno, segundo pesquisa na http://pt.wikipedia.org/wiki/Usura, em síntese, o lucro fácil cognominado por usura, é entendido como a cobrança de remuneração abusiva pelo uso do capital, ou seja, quando da cobrança de um empréstimo pecuniário (ou seja, em dinheiro), são cobrados juros excessivamente altos, o que lesa o devedor. É prática repudiada socialmente, sendo considerada conduta criminosa por diversos ordenamentos jurídicos, inclusive o brasileiro (Lei da Usura).
A usura está intimamente ligada à cobrança excessiva de juros e, por isso, constitui crime no Direito Penal brasileiro; aquele que pratica
a usura é popularmente conhecido como agiota. Tal expressão se refere não somente ao particular, mas também às pessoas jurídicas que especulam indevidamente e ultrapassam o máximo da taxa de juros prevista legalmente, praticando crime contra o sistema financeiro nacional (Lei nº 7.492/86).
O povo de Israel se distinguia das demais nações pagãs, pois não havia tratamento desigual. Dinheiro emprestado a um cidadão hebreu, que era irmão de fé no Yahwismo, não podia ser emprestado a juros, mas, um empréstimo a gentios podia haver cobranças de juros, porém sem usura.
A maioria dos empréstimos, em Israel, serviam ao propósito de aliviar algum tipo de necessidade para com o próximo ou irmão. Pelo que era uma obra de caridade ou fraternal. E num ato de caridade não se deve cobrar juros.
“Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário, não lhe porás usura. Se tomares em penhor a veste do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol...” (Ex 22.25-27)
Empréstimos feitos a pagãos estavam relacionados ao comércio internacional. E isto era uma questão de negócio e não de caridade. Durante a idade média, quando aos judeus, em alguns países, era negado o direito de possuírem terras, essa lei permitia-lhes ingressar na atividade bancária.
3. O uso correto do dinheiro – Um problema que deve ser evitado a todo custo quando se lida com o dinheiro, é o suborno. A palavra hebraica shohad, traduzida como suborno, mantém o sentido na língua original de dar presente, dádiva, recompensa, incentivo.
O expositor bíblico Victor P. Hamilton, comentando sobre o sentido desta palavra no AT, destaca que, proibições de receber suborno presumivelmente imposta aos juízes se encontram nos textos legais do pentateuco em Ex 23.8; Dt 26.19. Mesmo que os dois versículos comecem de modo semelhante, Dt 26.19, determina: “O suborno cega os olhos dos sábios”.
Nos dias de Isaias havia uma corrupção moral e ética no reino de Judá, por isso o profeta os repreende: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre atrás de salários; não fazem justiça ao órfão, e não chegam perante eles a causa da viúva". (Is 1.23).
No cap. 5.23 – O profeta ainda alerta: “Ai dos que justificam o ímpio por presentes e ao justo negam justiça. Enquanto em Mq 3.11 – O profeta que também foi contemporâneo de Isaias adverte aos homens de Judá “Os seus chefes dão a sentença por presentes e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas advinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. (Mq 3.11).
Caso o preço seja aceito, um suborno pode até mesmo produzir um assassino de aluguel que matará uma pessoa inocente (Dt 27.25; Ez 22.12; Sl 26.10), ou, no mínimo perverterá o julgamento (Pv 17.23). Somente aquele que desiste de uma violação tão flagrante da lei moral quanto cerimonial pode permanecer na presença de Deus (2Cr 19.7; Sl 15.5; Is 35.15).
4. Buscando o equilíbrio financeiro – Diz o sábio, duas coisas peço: "Não mas negues antes que eu morra: Afasta de mim a falsidade e as mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga:
Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus" (Pv 30.8,9). Esta passagem bíblicas ilustra muito bem, uma vida equilibrada. Os dois pedidos, se convergem num só. E dizem respeito à caráter e às circunstância que são um perigo para o caráter.
Agur, ora para que Deus o impeça de tornar-se falso e autossuficiente. Ele quer ser honesto em todas as suas relações, e pede a Deus uma vida de bênçãos materiais equilibrada. No seu raciocínio ele expressa o seguinte: Se eu tiver muito. Posso me sentir independente de Deus (Dt 8.11-134), e se eu tiver pouco, poderia vir a roubar, e assim profanar o santo nome de Deus (Mt 6.11; 1Tm 6.8).
IV – CONCLUSÃO: A busca desenfreada pelo desejo de enriquecer pode originar insatisfação e todo mal. Por conseguinte, é importante que cada homem de Deus possa combater contra as próprias emoções, especialmente o desejo, o prazer, a tristeza e o medo. Essas são as quatro faltas máximas de que um homem deveria corrigir-se. Portanto, é o desejo de ficar rico que abre caminho para as comportas pelas quais se derramam muitos outros desejos insensatos e perniciosos, que submergem o indivíduo em total ruína. E isso se torna uma armadilha do Diabo (1Tm 6.9), que procura enredar os homens visando a sua destruição.
É importante que nos lembremos dos trechos de Lc 12.16 e 16.19, onde se vê que os ricos são privados de seus bens mediante a morte. Não somente de suas riquezas materiais acumuladas, mas também das bem aventuranças eternas.
O apóstolo Paulo considera estas pessoas como marinheiros em uma tempestade; devido a força conjunta dos ventos, das ondas e da maré, são elas violentamente projetadas contra as rochas, o barco é despedaçado, e, em um momento, são todos engulidos no grande abismo.
Essa é a sorte inevitável daqueles que a qualquer custo querem ser ricos. Embora venham a esforçar-se por concretizar os seus desejos por quaisquer meios; essa é a insensatez, e esse é o perigo daqueles que se arriscam a ser ricos a qualquer custo. como nos adverte os provérbios: “Não te fatigues para seres rico: não apliques nisso a tua inteligência” (Pv 23.4).
É bom salientar que riquezas em si, não é pecado, mas, uma bênção de Deus – “E o Senhor virou o cativeiro de Jó enquanto orava pelos seus amigos: E o Senhor acrescentou outro tanto em dobro a tudo quanto possuía.
"Então, vieram a ele todos os seus amigos e todas as suas irmãs e todos quanto dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoerarm dele, e o consolaram de todo mal que o Senhor lhe havia enviado. E cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. E, assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro....” (Jó 42.10-17).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.
Bíblia de Estudo de Genebra.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Trabalho e Prosperidade – Lição 03 – 4º. Tri EBD CPAD - 20.10.2013


Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 3.9,10; 22.13; 24.30-34            
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.   Compreender as quatro metáforas da lição (do celeiro e do lagar, da formiga, do leão e do espinheiro).
2.   Reconhecer a  importância e o valor do trabalho.
3.   Saber que a prosperidade é fruto da bênção de Deus, mas de muito trabalho também.

II  - INTRODUÇÃO
Um estudo de Provérbios assegura a pessoa de que, como todos os servos de Deus são chamados para temer a Deus e alcançar um coração sábio. Deus é o único soberano criador e governador do universo.
Ele é um Deus de ordem, um Deus supremo, soberano, transcendente, imanente e pessoal. Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiternos. Amém (1Tm 6.16).
Os escritores de Provérbios refletiram viver num cenário criacional no qual animais domésticos e selvagens tinham cada um seu habitat e seu papel. O reino cósmico criado e governado por Deus também incluía grãos (Pv 1.26; 27.22), e relva (Pv 19.12; 27.25), o feno, o capim.
Referiam-se as aves como sendo símbolo de vida (Pv 3.18; 11.30; 27.18). Vinhedos eram vistos como iniciativa (Pv 31.16), ou falta de iniciativa (Pv 24.30-34). Considere que o que mais os escritores instaram com os leitores foi fazer com que as pessoas pudessem aprender os ensinos de Deus, a fim de o temerem e confiar no Senhor que é o que sustém o homem em todas as coisas – “Para que a tua confiança esteja no Senhor, a ti tás faço saber hoje, sim, a ti mesmo” (Pv 22.19).
Instrução por palavras e exemplos é necessário porque pecadores por natureza não confiam em Deus. Uma pessoa não deve confiar em si; se o faz ela é tola. Da mesma maneira a ganância traz dissensão, mas a prosperidade será a porção daquele/daquela que confia no Senhor (Pv 8.18).

III – DESENVOLVIMENTO
1. A metáfora do celeiro e do lagar (Pv 3.9,10) – Dentre as muitas metáforas usadas por Salomão para se referir ao trabalho, encontramos a metáfora do celeiro e do lagar. Se pudermos entender bem essas metáforas, teremos um perfeito entendimento da natureza do trabalho e como o trabalho nos faz prosperar.
“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3.9,10).
De acordo com Russel Champlin, um lagar era um dispositivo simples que consistia de duas partes. Na parte superior havia a prensa onde eram pisadas as uvas. E na parte inferior se recolhia o suco. 
Portanto, o homem que dá, terá grande abundância de uvas para pisar, e assim poderá recolher imensa quantidade de suco de uvas. Segundo Champlin, se um homem honra ao Senhor cumprindo as leis concernentes aos dízimos, às ofertas, à ajuda aos pobres, coisas requeridas pela lei, então esse homem pode esperar corretamente ter bênçãos materiais e prosperar. Pois é dando que recebemos.
Essa é uma lei espiritual que opera o tempo todo. Os que experimentaram esse método descobriram que ele é funcional. Essa é uma lei espiritual que homens tementes a Deus têm descoberto que isto é válido para todas as épocas. É um aspecto da lei da colheita segundo a semeadura.
Nos dias do AT, os judeus piedosos traziam as primícias de suas plantações ao templo de Jerusalém, para serem usadas pelos sacerdotes e pelos levitas como forma de exprimir tal gratidão a Deus, que lhe dera boa colheita (Dt 1-3, 9,11). 
Havia uma recompensa antecipada para quem cuidasse em primeiro lugar das realidades espirituais que eram ter celeiros cheios de grãos e armazéns repletos de bons vinhos.
Quem não honra ao Senhor com o que tem, terá seus celeiros vazios. Aqueles que trabalham com diligência dentro de sua especialidade alcançarão o sucesso material necessário para satisfazer seus desejos. 
Disse Salomão: “O homem que lavra a terra sacia-se de pão, mas o que segue os levianos sacia-se de pobreza” (Pv 28.19). Nesta citação Salomão adverte que se alguém abandonar os esforços na sua área para seguir os conselhos dos levianos, ou se colocar sob suas influências, essa pessoa estará abandonando o caminho da sabedoria.
Salomão nos garante que aqueles que trabalham com diligência terão cada vez mais sucesso e riqueza, porém o dinheiro que vem fácil demais, sem verdadeiro esforço, quase sempre é perdido – “Fazenda que procede da vaidade diminuirá, mas quem a ajunta pelo trabalho terá aumento” (Pv 23.11).
2. A metáfora da formiga (Pv 6.6-11) – As formigas dão uma lição de economia doméstica – Elas sabem poupar. Em Provérbios 6.6-10, encontramos uma outra metáfora usada por Salomão para ilustrar o valor do trabalho. 
Nessa metáfora ele mostra o contraste existente entre o trabalho das formigas com a inércia do preguiçoso. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio”.
Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega ajunta o seu mantimento. “Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? 
Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado”.
Segundo o escritor Antonio Neves de Mesquita, as formigas não têm rei nem senhores, porém devem ter uma grande organização. Elas oferecem uma sabedoria admirável. No verão, se dirigem à lugares distantes, abrem um carreirinho e lá se vão, cada uma carregando um grão de qualquer cereal para seus celeiros subterrâneos. 
No inverno têm o que comer. São uma sociedade trabalhadora, ordeira, cada qual ajudando à outra, num esforço comum, para o bem da coletividade. Que fartura de ensino elas oferecem. Os preguiçosos devem aprender esta lição.
Os pesquisadores descobriram que uma formiga é capaz de transportar algo que equivale até cinco vezes o peso do seu corpo (do livro; “Sábios conselhos para um viver vitorioso” p.37 – GONÇALVES, José).
3. A metáfora do leão (Pv 22.13; 26.13) – Em Provérbios 22.13 lemos: “Diz o preguiçoso: um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas”. Por outro lado Provérbios 26.13 destaca: “Diz o preguiçoso: Um leão está a caminho; um leão está nas ruas. 
Não falta desculpas para quem não quer trabalhar”. A preguiça é o quarto dos sete pecados capitais e ao contrário das expectativas, quarto pecado do espírito, e não o primeiro pecado da carne.
Sua exclusividade está no fato de ser um pecado de omissão e não um pecado de comissão, a ausência de uma atitude positiva, e não a presença de uma atitude negativa. De forma distinta, é o mais moderno dos vícios (um vício ausente na lista grega ou romana e também o mais religioso).
Muitos neste mundo conseguem ir bastante longe na procura de compreender o orgulho, a inveja, a ira, a avareza, a glutonaria e a preguiça, sem fazer qualquer referência a Deus, porém fazer o mesmo com a preguiça muda completamente seu significado original.
A preguiça é muito mais do que indolência, ociosidade física ou estado de letargia viciado em televisão. “Mas perto de ti, meu sofá”, como intitulou Nem York Times. Ela é a condição de desânimo espiritual explícito que desistiu de buscar a Deus, a verdade, o bom e o belo.
4. O trabalho e a metáfora dos espinheiros (Pv 24.30-34) – A última metáfora contrastando a preguiça com o trabalho que encontramos em Provérbios é a da figura dos espinheiros. Como nas outras metáforas, aqui também o sábio fala da falta de dedicação ao trabalho por parte do preguiçoso. 
“Passei pela vinha do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos”.
A fazenda do preguiçoso estava cheio de espinhos. Em vez de legumes, havia espinheiros. O capítulo oito do evangelho de Lucas mostra que uma das razões de a semente não ter frutificado foi porque esta foi sufocada pelos espinhos . (Lc 8.7).
Se o lavrador não demonstrar diligência na sua lavoura, os espinhos e as ervas daninhas tomam conta da mesma. É o que acontece com a roça do preguiçoso. 
“Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado(Pv 24.30-34).
IV – CONCLUSÃO
Quem lê o livro de Provérbios sem muita atenção fica com a impressão de que Salomão exalta o trabalho e não deixa espaço para o lazer. Se por um lado o sábio exalta o valor do trabalho nos provérbios, por outro ele mostra que há também espaço para o lazer. 
Isso fica mais claro no seu livro de Eclesiastes. Todavia o que deve ser observado é que mesmo no nosso trabalho podemos encontrar satisfação alegria e prazer.
O lazer, portanto, pode ser obtido quando nos vemos e nos reconhecemos naquilo que fazemos. Diz o filósofo Mário Sérgio Portella: “Precisamos ver o trabalho como algo no qual nos reconhecemos e não como um castigo que merecemos”.
Em uma exposição sobre as várias concepções que as sociedades atribuíram ao trabalho ao longo da história, diz ele: “Etmologicamente, a palavra trabalho em latim é labor. A ideia de tribalium aparecerá dentro do latim vulgar como sendo, de fato, forma de castigo”.
Mas a gente tem de substituir isso pela ideia de obra, que os gregos chamavam de poiesis, que significa minha obra, aquilo que faço, que construo, em que me vejo. A minha criação, na qual crio a mim mesmo na medida em que crio no mundo...
Porque um bombeiro que ganha pouco e trabalha de uma maneira contínua em algo que a maioria de nós não gostaria de fazer, volta para casa cansado, mas de cabeça erguida por causa do sentido que ele vê no que faz, por causa da obra honesta a serviço do outro, independente do status desse outro, da origem, da etnia, ou da escolaridade.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.

Bíblia de Estudo de Genebra.